A
Iluminação Pública da Cidade da Cachoeira
Por Erivaldo Brito*
No início dos anos oitocentos, não existia iluminação pública na Cachoeira. Nas casas comerciais e hotéis a iluminação era feita com candeeiros alimentados por carbureto. As casas dos mais abastados existiam lâmpadas importadas cujo combustível era a gasolina além dos candeeiros alimentados por querosene.
Transitar pelas ruas da
Cachoeira só nos dias de lua cheia. Eram muitos os assaltos e assassinatos, a
Cachoeira era um entreposto comercial fluvial, a população flutuante era
expressiva.
Em 20 de maio de 1845, a
Câmara aprovou a lei provincial de nº 226 para a instalação de lampiões cujos
trabalhos foram conclusos dois anos depois, no dia 7 de setembro d 1847, para
sermos exatos. Sete anos depois, em 1854, foram instalados mais 50 unidades dos
lampiões.
No dia 12 de janeiro de
1861, devido aos constantes furtos, o Conselho Municipal tomou uma decisão
drástica e polêmica: mandou retirar todos os lampiões públicos. Com a grita
geral, logo logo tudo se normalizou com uma novidade: foram colocadas torcidas
de algodão embebidas em óleo de baleia. O povo considerou como sendo "um
precioso melhoramento".
Em 1º de agosto de 1888, o
Conselho implantava os lampiões com lâmpadas belgas (querosene), relíquias que
iluminaram a Cachoeira no tempo do Império cujos exemplares vemos ainda nas
fachadas da igreja matriz e no antigo Paço Municipal.
Em 1913 a novidade eram os
geradores à Diesel que iluminavam a Usina Vitória, a ponte D.Pedro II, a
Estação da Leste e, claro, o Cine Teatro Cachoeirano.
Finalmente, meus amigos, no
dia 6 de fevereiro de 1930, graças aos esforços do então Intendente (cargo que
corresponde ao Prefeito, atualmente), Cândido Cunegundes Barreto (foto) , era
festivamente inaugurada a iluminação pública com energia gerada na hoje
submersa Barragem de Bananeiras.
Os trabalhos tiveram início
em 26 de novembro de 1928, foram precisos, portanto, dois anos para a conclusão
da obra.
Foto panorâmica tirada da
cidade de S.Félix. Na foto seguinte (de baixíssima qualidade pois foi tirada a
noite há 86 anos passados) aparece uma gambiarra na praça Teixeira de Freitas e
alguns transeuntes vestidos à rigor com chapéu de palhinha e tudo, prestigiando
o ato da inauguração.
Cândido Cunegundes Barreto
governou a sua terra natal num curto período, de 1928 a 1930. Ele era um
próspero pecuarista, comerciante e exportador de carnes, nascido no Capoeiruçu
em 3 de março de 1875, e faleceu na Cachoeira no dia 30 de março de 1931, aos
56 anos de idade, um ano após ter inaugurado a iluminação pública da cidade.
Fonte:jornaldeontemhojeesempre.blogspot.com
Erivaldo Brito
Jornalista
cachoeirano, residente no Rio de Janeiro
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