sexta-feira, 1 de janeiro de 2016



Quando malandros gerenciam o poder

Por Pedro Borges dos Anjos
Editor-Chefe do Jornal O Guarany
Ainda bem que a imprensa prossegue denunciando os  vigaristas do poder. Eles estão no comando de inúmeros segmentos, públicos e privados. São chefes de serviços, gerentes, diretores, superintendentes, presidentes de empresas, etc.

Aposentado, com um salário mínimo, falece homem simples, em 1982. A consorte, também aposentada, com a mesma faixa salarial. Logo após o passamento do esposo, apresenta-se em uma agência do INSS, com o atestado de óbito do extinto, a fim de que as providências formais fossem operacionalizadas e destinada a ela a pensão deixada pelo falecido esposo. O servidor, chefe do setor de benefícios da agência, argumentou que a operação só poderia ser feita após a referida agência investigar a veracidade da morte, não acolhendo o atestado de óbito de pronto.

 Instruiu a viúva retornar seis meses depois, segundo ele, tempo suficiente para a agência proceder à investigação alegada. A viúva retorna seis meses depois. O mesmo servidor alega outros impedimentos para a materialidade da operação. Mas promete enviar correspondência ao endereço da viúva sobre o trâmite do pleito.

 Quinze dias após, a viúva recebe a correspondência com que solicita a sua presença à referida agência. Não é mais recebida pelo mesmo servidor. Outra pessoa, bem falante, conduz a viúva a um escritório nas proximidades, como se fosse uma secção da agência. Ali, combina tudo e confirma que o dinheiro correspondente a 10 meses da pensão iria para a conta da viúva naquele mesmo dia, mas que a operação dependia que ela concordasse, logo sacasse o dinheiro, repassar ao escritório 50% do total. A viúva foi ao banco naquele mesmo dia. Sacou todo o dinheiro, mas não retornou ao referido escritório para fazer a devolução de 50% conforme solicitado, pois, entendeu que a parceria entre o servidor do INSS e o cidadão do escritório, era uma relação espúria.

No mês seguinte, vai ao banco para sacar os proventos de sua aposentadoria e da pensão deixada pelo saudoso esposo, para sua surpresa, o benefício  foi suspenso e o seu próprio benefício era de 50% a menos.

Dirigiu-se à mesma agência, em busca do ressarcimento. O mesmo servidor comunicou-lhe que ela não tinha direito à pensão do esposo, razão por que a gerência do setor de benefícios determinou a devolução da importância antes sacada, descontando mensalmente 50% do seu próprio benefício até a quitação integral, dando-lhe, de imediato um instrumento de comunicado sobre assunto, para a assinatura e sob ameaça. A viúva saiu da agência muito triste com o ocorrido. De retorno ao lar, dias depois adoeceu, vítima de depressão, cujo quadro agravou-se, vindo a óbito.

Malandros prosseguem agindo assim, quando estão no comando de qualquer poder. É uma vergonha! Urge que homens de bem, os de caráter íntegro, os excluam  do poder.


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