Quando malandros gerenciam o
poder
Por Pedro
Borges dos Anjos
Editor-Chefe
do Jornal O Guarany
Ainda bem que a imprensa
prossegue denunciando os vigaristas do
poder. Eles estão no comando de inúmeros segmentos, públicos e privados. São
chefes de serviços, gerentes, diretores, superintendentes, presidentes de empresas,
etc.
Aposentado, com um salário
mínimo, falece homem simples, em 1982. A consorte, também aposentada, com a
mesma faixa salarial. Logo após o passamento do esposo, apresenta-se em uma
agência do INSS, com o atestado de óbito do extinto, a fim de que as
providências formais fossem operacionalizadas e destinada a ela a pensão
deixada pelo falecido esposo. O servidor, chefe do setor de benefícios da
agência, argumentou que a operação só poderia ser feita após a referida agência
investigar a veracidade da morte, não acolhendo o atestado de óbito de pronto.
Instruiu a viúva retornar seis meses depois,
segundo ele, tempo suficiente para a agência proceder à investigação alegada. A
viúva retorna seis meses depois. O mesmo servidor alega outros impedimentos para
a materialidade da operação. Mas promete enviar correspondência ao endereço da
viúva sobre o trâmite do pleito.
Quinze dias após, a viúva recebe a
correspondência com que solicita a sua presença à referida agência. Não é mais
recebida pelo mesmo servidor. Outra pessoa, bem falante, conduz a viúva a um
escritório nas proximidades, como se fosse uma secção da agência. Ali, combina
tudo e confirma que o dinheiro correspondente a 10 meses da pensão iria para a
conta da viúva naquele mesmo dia, mas que a operação dependia que ela
concordasse, logo sacasse o dinheiro, repassar ao escritório 50% do total. A
viúva foi ao banco naquele mesmo dia. Sacou todo o dinheiro, mas não retornou
ao referido escritório para fazer a devolução de 50% conforme solicitado, pois,
entendeu que a parceria entre o servidor do INSS e o cidadão do escritório, era
uma relação espúria.
No mês seguinte, vai ao banco
para sacar os proventos de sua aposentadoria e da pensão deixada pelo saudoso esposo,
para sua surpresa, o benefício foi
suspenso e o seu próprio benefício era de 50% a menos.
Dirigiu-se à mesma agência,
em busca do ressarcimento. O mesmo servidor comunicou-lhe que ela não tinha
direito à pensão do esposo, razão por que a gerência do setor de benefícios
determinou a devolução da importância antes sacada, descontando mensalmente 50%
do seu próprio benefício até a quitação integral, dando-lhe, de imediato um
instrumento de comunicado sobre assunto, para a assinatura e sob ameaça. A
viúva saiu da agência muito triste com o ocorrido. De retorno ao lar, dias
depois adoeceu, vítima de depressão, cujo quadro agravou-se, vindo a óbito.
Malandros prosseguem agindo
assim, quando estão no comando de qualquer poder. É uma vergonha! Urge que homens de bem, os de caráter íntegro, os excluam do poder.
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