'Depoimento de Lula: não seria melhor interrogar o promotor?'
Jornalista Fernando Brito, do Tijolaço, defende
"uma inversão de papéis" no caso do triplex do Guarujá, pelo qual o
ex-presidente Lula foi chamado a depor na condição de investigado pelo
MP-SP; "Seria esclarecedor se o interrogado fosse não Lula, mas o
promotor", afirma; "Lula é pessoalmente acusado de ter praticado algum
favorecimento à OAS? Ou é na base do 'alguma coisa ele fez'?", questiona
ainda:
Acho que se poderia pensar
numa inversão de papéis, diante desta barbaridade feita pelo promotor Cássio
Conserino, do Ministério Público de São Paulo, de chamar o ex-presidente Lula a
depor na condição de “investigado” nesta história já enfadonha do apartamento
no Guarujá.
Seria esclarecedor se o
interrogado fosse não Lula, mas o promotor. Ajudaria se o moço – cujo
auxílio-moradia de quase 5 mil reais,
pago pelos cofres públicos, dá para alugar um triplex bem pertinho do que acusa
Lula de ter (duvida? olhe o anúncio aqui) e ainda pagar o condomínio –
explicasse, afinal, sobre que o ex-presidente.
Lavagem de dinheiro? Que
dinheiro? Obtido onde, por quais meios, em quais negócios?
Por ter uma cota na
cooperativa que construiu o prédio que daria direito a comprar um apartamento,
declarada no IR, e não ter exercido o direito?
Ocultação de patrimônio? Que
patrimônio, se o dito apartamento nunca foi de Lula ou de sua família?
Por ter ido ver o
apartamento?
E se a OAS, que é dona do
imóvel quisesse emprestá-lo, cedê-lo a Lula, há crime?
Lula não é servidor público
desde 1º de janeiro de 2011 e, desde então, não tem sequer impedimentos legais
ou éticos em ter qualquer relação com empresas.
Eu tenho metade de um
apartamento, deixado por minha mãe. Nele, moram minhas sobrinhas, que fazem faculdade
no Rio e, como meu irmão mora em Cabo Frio, precisam ficar por lá? Óbvio que
não vou cobrar “aluguel” dele ou delas: está cedido e eu ainda pago as cotas
extras de condomínio, porque fica pesado. Sou um criminoso? Elas são
criminosas?
Lula é pessoalmente acusado
de ter praticado algum favorecimento à OAS?
Ou é na base do “alguma
coisa ele fez”?
Perguntas básicas que,
infelizmente, nunca são feitas.
Porque não interessam nesta
abjeta tentativa(tentativa, digo eu? ação consumada é mais apropriado) de
criminalizar, a qualquer custo uma liderança política, a mais destacada que
este país teve em décadas.
Basta odiar, achar um
vizinho que odeie, um porteiro que diga “sim, seu doutor, ele esteve lá,
inclusive seguraram a porta do elevador”.
Não acontece nada, estão
livres para atropelar, abusar, desmoralizar as pessoas a partir do “ah, eu acho
que aí tem coisa”.
É o “estado da direita”, de
uma corporação policialesca, que perdeu as estribeiras e o mais raso senso de
equilíbrio.
Viraram os delegados da
roça: “manda pegar e levar lá na delegacia que eu quero conversar com este
sujeitinho”
Nenhum comentário:
Postar um comentário