terça-feira, 6 de outubro de 2015

O que não fazer?
Phael  Fernnandes*

A atual situação do transporte escolar em Maragogipe


Conheça a historia

Claro, por mais fraca que seja, existe uma luz no meio do caos. Mesmo para aqueles que encontram retalhos em péssima costura depois de assumir posto de testemunha ocular, continua, ainda assim, existindo uma fraquíssima luz no meio do caos.  Conta-se a dedo, sem precisar abrir a mão por completo, os ônibus utilizados para o transporte escolar que estão em excelente estado na cidade de Maragogipe/BA. A equipe do ‘O Guarany’ foi conferir de perto essa situação, e constatou que a luz no meio do caos é de uma módica voltagem.

Pneus dentro do carro, ônibus com estrutura danificada, assentos quebrados, estudante viajando em pé, são alguns dos problemas apresentados no transporte escolar em Maragogipe. Segundo Fabiane dos Reis, moradora da localidade conhecida como Cachoeirinha, a viagem é bastante cansativa. “A viagem é muito desconfortável; muitos assentos estão quebrados, e por isso, muitos estudantes são obrigados a viajar em pé”, afirmou. E fica ainda mais difícil imaginar essa situação quando colocamos na balança que muitas das estradas da zona rural estão em péssimo estado.



Lados de uma moeda

O transporte escolar maragogipano é um assunto bem recorrente. O que não fazer então? Pelo menos nós de O Guarany não podemos tapar o sol com a peneira. Alertas já foram feitos sinalizando sobre os transtornos no transporte escolar, como o oficio de nº 19 expedido pela Associação de Transporte de Passageiros de Maragogipe (ASTAMA). Segundo a direção da Associação, alguns problemas devem ser resolvidos com urgência. “A má conservação dos veículos (ônibus, em alguns casos, sem condições para trafegar) e a falta de CNH (Carteira Nacional de Habilitação) apropriada para veículos pesados por alguns motoristas, dão ao assunto o caráter de imediato” nos informou a direção. Ainda segundo a ASTAMA, entre os meses de julho e agosto aconteceram dois acidentes, em um deles o ônibus não tinha vistoria anual.

Perguntas como: As denúncias da ASTAMA são verídicas? Há quanto tempo esses ônibus estão em circulação? O que vem sendo feito? Não serão respondias nesta matéria. Procuramos a direção da RIO UNA TRANSPORTES LTDA (empresa responsável pelo transporte em Maragogipe), mas não tivemos retorno.   

Conclusão Ocular





Eis o estado em que se encontram. Muitos, em partes de sua lataria, apresentam aspecto de que estão se esfarelando. De acordo com o estudante Paulinho, morador da localidade conhecida como Santo Antonio da Aldeia, por dentro a coisa não é tão diferente assim. “A situação é um caos. Vai muita gente em pé, e o ônibus em boa parte está quebrado" revelou o estudante a nossa equipe. Por outro lado, conversamos com um grupo de estudantes, também de Santo Antonio da Aldeia, que nos apresentaram outros contrastes. Segundo os alunos, o transporte está em um bom estado e não há pessoas sendo transportadas em pé. Procuramos entender o porquê de depoimentos diferentes entre alunos que vão para a mesma localidade. E a resposta para essa oposição é que há mais de um ônibus fazendo o mesmo itinerário. Em uma conclusão ocular, quem tem sorte se deleita. Entretanto, pelo menos por enquanto, nem todos os estudantes são servidos da melhor forma. Para aqueles que não encontram o mínimo de conforto, como Fabiane e o Paulinho, o melhor a se fazer é seguir com o Divino Espírito Santo, pedindo para que tudo dê certo. Afinal, essa deve ser a forma que os estudantes, que dependem do ônibus da ilustração acima, conseguem seguir viagem.

 Phael Fernnandes, universitário do curso de Jornalismo da UFRB, integrante do quadro de estagiários do Jornal O Guarany  

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