Samara Diamond | Foto: Reprodução/ Facebook
Aos 32 anos, Samara Diamond (PSOL) pode ser a primeira trans do Brasil a concorrer ao cargo de prefeita. Moradora da cidade de Alagoinhas, no interior da Bahia, ela concorrerá pela indicação do seu partido com Raimundo Barreto. Além disto, tem que ser escolhida na coligação que sua legenda integrará (PSOL, PSTU e PCB). “O coletivo do PSOL, do qual sou integrante, analisou e aprovou a minha pré-candidatura, por terem enxergado em mim a capacidade, honestidade e o comprometimento com as questões defendidas pelo partido. Estou confiante e acredito que, vindo a se concretizar a minha candidatura, será um grande passo rumo a uma sociedade mais harmoniosa, respeitosa e humanizada”, afirmou, em entrevista ao Bahia Notícias. Transsexual, Samara já enfrenta a transfobia no seu dia-a-dia e não tem medo da repercussão da sua candidatura. “Discursos transfóbicos já ocorrem, mas nada que me abale, pois a repercussão [da pré-candidatura] tem sido muito positiva e a quantidade de pessoas que me apoia supera e muito o grupo das pessoas que se colocam contra”, apontou. Ainda de acordo com Samara, o ingresso no PSOL aconteceu em 2014, mas, um ano antes, ela já flertava com a agremiação. “Ao ver o trabalho brilhante dos deputados do PSOL e o seu plano de governo, através da recente candidatura de Luciana Genro, que finalmente vi que era um partido que valia a pena”, descreveu. Com uma candidatura “educativa e didática”, Samara quer fazer com que as pessoas vejam a população trans com outros olhos. “Minha candidatura é ao mesmo tempo educativa e didática. Através dela, as pessoas poderão começar a enxergar a população LGBTI+ em especial o segmento 'T' por outra ótica. Há muita gente apoiando, mas era de se esperar reações negativas também. Além das mensagens de apoio, também sou alvo de muita hostilidade, através de comentários transfóbicos e discursos de ódio. E isso só mostra ainda mais a importância política dessa pré-candidatura, pois expõe de forma visceral, o preconceito arraigado em nossa sociedade e corrobora a importância de começarmos a trabalhar exaustivamente para combater todo tipo de preconceito”, indicou.
Fonte: Bahia Notícias/por Alexandre Galvão
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