Paiva Netto
Em
16/9/2015, o Protocolo de Montreal completou 28 anos. Dele nasceu o Dia
Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio. Esse assunto - que hoje inquieta não apenas
os cientistas, mas também as lideranças mundiais — passa pela urgente
necessidade de um processo educativo dos povos e de seus comandantes, tendo a
vivência do ecumenismo como ferramenta básica. Na revista Globalização do
Amor Fraterno, publicação especial da LBV para o High-LevelSegment 2007, do Ecosoc (ONU), explico
que, quando falamos em ecumenismo, queremos dizer universalismo, fraternidade
sem fronteiras, solidariedade mundial, visto que entendemos a Humanidade como
uma família. E não existe uma só em que todos possuam o mesmo comportamento.
Cada um é um cosmos independente, o que não implica que esses “corpos celestes”
tenham de esbarrar uns nos outros. Reportamo-nos então ao Ecumenismo dos
Corações, aquele que nos convence a não perder tempo com ódios e contendas
estéreis, mas a estender a mão
aos caídos, pois se comove com a dor; tira a camisa para vestir o nu;
contribui para o bálsamo curativo do que se encontra enfermo; protege os órfãos e as viúvas, como ensina Jesus, no Evangelho, segundo Mateus, 10:8. Quem compreende o
alto sentido do Ecumenismo dos Corações sabe que a Educação com Espiritualidade
Ecumênica tornar-se-á cada vez mais fundamental para o progresso dos povos,
porque Ecumenismo é Educação aberta à Paz; para o fortalecimento de uma nação
(não para que domine as outras); portanto, o abrigo de um país e a
sobrevivência do orbe que nos agasalha como filhos nem sempre bem-comportados.
Basta lembrar o lamentável fenômeno do aquecimento global, a cada dia
denunciado pelas maiores cabeças pensantes do mundo.
Aquecimento global e Rio Grande do Sul
Em entrevista ao programa Viver é Melhor, da AM 1300,
emissora da Super Rede Boa Vontade de Rádio, de Porto Alegre/RS, o professor Jefferson Cardia Simões, pesquisador
e geólogo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, responsável pela
introdução no Brasil da ciência glaciológica (estudo da geografia das regiões
polares), ao ser indagado sobre os resultados benéficos do Protocolo de
Montreal no combate ao efeito estufa, comentou: “Houve um grande avanço.
Conseguimos reduzir a emissão de cloro, flúor, carbono e outros gases que são
danosos à camada de ozônio”.
A respeito dos trabalhos de prevenção
realizados no Estado gaúcho, o também coordenador-geral do Instituto Nacional
de Ciência e Tecnologia da Criosfera informou que “já existe um serviço de
monitoramento liderado pelo INPE — Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais —
com a participação da Universidade de Santa Maria, para ver a variação de
ozônio desde Natal/RN até a Antártida, e com isso se sabe mais ou menos as
tendências”.
Na oportunidade, revelou que “a grande preocupação da comunidade
científica é o impacto do aumento da radiação ultravioleta por causa da
carência de ozônio nos microrganismos dos oceanos. É relevante chamar a atenção
para o fato de que são esses micro-organismos, o fitoplancto, base de nossa
cadeia alimentar e grande sequestrador de carbono da atmosfera, o grande pulmão
da Terra. Ou seja, se começarmos a afetá-los podemos fazer mudanças ambientais
no planeta ainda não conhecidas”.
Grato, professor Jefferson, pelas suas
preciosas elucidações.
Sem controle
E há quem afirme que o efeito estufa não é
prejudicial. Porém, se esquecem de que os poluentes se expandem, afetando-nos
desde o ventre materno. Daqui a pouco, não haverá mais onde se esconder. Como
ensina o aforismo popular: "Presos,
ou presas, por ter cão; ou presos, ou presas, por não ter cão".
Contudo, ainda é possível mudarmos esse
quadro, já que o irrefreável instinto de sobrevivência sempre leva o ser humano
a respostas para problemas que, na maioria das vezes, ele próprio criou.
José de Paiva Netto, jornalista, radialista e
escritor.
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