Varela solta o verbo: “O tráfico virou renda para muitas famílias nesse Brasil abandonado”

Na última sexta-feira cerca 300 agentes cumpriram mandados de prisão em operação conjunta da Polícia Militar com a Polícia Civil realizada nos bairros de Valéria e Fazenda Coutos. Ao final, seis homens morreram baleados em confronto com a polícia e nove pessoas foram presas. No bairro, impera a lei do silêncio e ninguém, até agora, foi reivindicar os corpos das vítimas.

Nesta segunda-feira (10), o apresentador Raimundo Varela, durante o programa Balanço Geral, comentou o assunto. Leia a íntegra.

“Eu queria dizer o seguinte, a polícia não tem a sua força? O Exército Brasileiro não tem seu exército? Os criminosos também tem seus exércitos. Não adianta matar um, dois ou três que é uma sucessão de insucessos que se sucedem sucessivamente. O problema é esse, é que o crime organizado gerou fonte de renda para muitas famílias. Ainda na sexta estava me questionando, a mamãe lá estava chorando. Mas se o filho não estuda nem trabalha e todo dia entra em casa com dinheiro e de moto, com combustível e de carro. Que história é essa?

As famílias também precisam estar nessa guerra. Porque é uma viagem sem volta, um dia vai morrer. Porque vai enfrentar a polícia na bala e ganha mais bala. Vai vencer quem tiver mais munição. Isso acontece aqui na capital, mas o interior também está entregue. Eu fui lá, viajo muito para o interior. Lá andam dois, três de moto e levam tudo que é seu. Até boné no ponto de ônibus estão levando a mão armada.

É o tráfico de drogas que está sustentando a grande parte dessa economia do crime. Agora ‘quem pariu Mateus que o balance’. As famílias deviam também ajudar. Quando eu era menino, disputei na rua e ganhei seis bolinhas de gude, entrei em casa e minha avó e minha mãe mandaram eu devolver. Hoje não, mamãe vai jogar gude com o filho.

O tráfico virou renda para muitas famílias nesse diabo de Brasil abandonado. A gente precisa devolver esse país para gente boa, para o povo. Está mal governado, largado, ninguém respeita mais político nenhum.”

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