sexta-feira, 26 de junho de 2015



Morte do sertanejo: brigas e ataques ao pai que questiona Deus
Desde ontem, com a notícia da morte do cantor sertanejo Cristiano Araújo, e a comoção dos fãs e da mídia, uma reação estranha tomou conta das pessoas na internet. Sem entender o porquê de tanto “escândalo” causado pela morte do cantor de 29 anos, muitos passaram a discutir.

Até agora, os “não fãs” brigam porque nunca ouviram falar do sujeito. E, como assim, ele está tendo tanto espaço na televisão e nos noticiários? Estaria a gravadora e a imprensa faturando com a morte do jovem? Minha opinião: sim, como acontece com qualquer tragédia envolvendo algum famoso jovem. Vende-se mais discos e gera-se audiência.

Alguns dos detalhes são macabros, sensacionalistas e não prestam serviço algum a ninguém. Mas é sempre assim quando alguém famoso morre jovem (seja você fã da pessoa ou não).

Um cantor que tinha, sim, milhares de fãs morrer ao lado da namorada de 20 anos é uma tragédia. Seria uma tragédia mesmo se ele não fosse famoso. E não deixa de ser se você nunca tinha (como eu) ouvido falar dele.

No meio da brigalhada diante da tragédia, mais uma discussão, essa mais assustadora. O pai do cantor declarou, depois de saber da noticia da morte prematura do filho, estava questionando a existência de deus. Não precisa nem explicar o quanto isso faz sentido para um pai que perde o filho, não? Também acho que não precisa explicar que a pessoa pode acreditar em deus se ela quiser. Que religião é um assunto privado.

Mas, em tempos de fanatismo, o que aconteceu? O pai, esse “descrente”, passou a ser atacado na internet. Algumas ofensas publicadas no Twitter: “O pai do Cristiano disse que deus não existe, para que fazer missa então?” “Enquanto ganhava dinheiro, deus existia, não?” “O pai do Cristiano é retardado ou o quê?” A compaixão, esse sentimento tão pregado pelo cristianismo, mandou lembranças. Em nome de deus, ataca-se até um pai que perdeu o filho. Está difícil. Muito difícil.

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