COLUNA VERDADE
Por
Aderbal Burgos
Cuidando de Belém
Mesmo tendo
uns poucos opositores, cuidamos das árvores seculares que há anos não eram
podadas em Belém. Fizemos a poda e agora todas estão bonitas proporcionando
mais beleza à histórica comunidade. Resgatamos festas que já estavam no
esquecimento do povo e foi sucesso. Agora, recente, revitalizamos a festa de Santo Antônio,
além culto religioso na Igreja, com shows
na Praça.
Nosso
interesse e tornar a comunidade em que moramos mais bonita e agradável aos
moradores e a quem nos visita. É importante dizer que realizamos tudo às nossas
custas, pagamos do nosso próprio bolso e com prazer. Não houve patrocínio
público nem privado. Evitamos a
degradação do meio ambiente nas cercanias da comunidade, buscando o resgate do
banheiro público de Belém e a preservação de um equipamento público, patrimônio
do nosso povo.
“Fragmentos de
Memória da POLOP na Bahia, do livro “Victor Meyer, um revolucionário de autoria
do deputado federal Emiliano José.
Continuação
de textos extraídos da obra “Fragmentos de Memória da POLOP na Bahia, do livro “Victor
Meyer, um revolucionário de autoria do deputado federal Emiliano José.
Quando eu me mudei para Natal, deixei Salvador,
sob os cuidados da Organização, um pequeno apartamento na Rua Carlos Gomes. Ao
retornar, percebi que o local vinha tendo um uso intenso, sendo denominado “o
AP da O” ou a “Ilha”. Morava lá o Moacyr Barbosa (Sílvio), vestibulando. Logo
percebi que era uma pessoa de fibra, com muita disposição para a militância.
Passei a dividir o local com ele. No mesmo prédio morava o Rubens (Bárrios),
estudante de Odontologia, cujo apartamento era também local de reuniões,
criando uma situação temerária em termo de segurança. Dei então um basta na
utilização anárquica dos locais, reservando-os para reuniões importantes.
No Tororó, na Rua José Duarte, o casarão
pertencente à família dos Falcón permanecia como ponto de reuniões e encontros.
Na mesma rua havia um apartamento onde morava
Aderbal e o “chefia” (estudante de Eletrotécnica) e outro próximo, onde
residia Tânia Miranda e suas irmãs, então simpatizantes da Polop.
Era uma rua explosiva. Fui paulatinamente conhecendo outros companheiros, a maioria jovens, sempre com muita disposição. Ed’Lauro, um secundarista. Lexinaldo, também secundarista. Dois desenhistas, que trabalhavam no escritório de Arquitetura do Alberto Hoisel, juntamente com o Hermano. Mercedes e Eulina, estudantes de Biblioteconomia.
Era uma rua explosiva. Fui paulatinamente conhecendo outros companheiros, a maioria jovens, sempre com muita disposição. Ed’Lauro, um secundarista. Lexinaldo, também secundarista. Dois desenhistas, que trabalhavam no escritório de Arquitetura do Alberto Hoisel, juntamente com o Hermano. Mercedes e Eulina, estudantes de Biblioteconomia.
Gustavo Falcón, um dos irmãos de Pery, era o mais
jovem projeto de militante. A partir de 1967 passou a atuar no meio
secundarista (Colégio Severino Vieira), exercendo grande liderança. Criou o MOL
(Movimento de Organização e Luta), formado por um grupo de secundaristas, do
qual participavam Antônio Risério, Jorge Nóvoa, José Raimundo (foi prefeito de
Vitória da Conquista), Tânia Miranda e outros. O grupo foi desbaratado pela
repressão em 1970, sendo a maioria presa, inclusive Gustavo e Risério. Devido à
queda da MOL, Tânia entrou na clandestinidade e foi transferida para o Rio de
Janeiro onde se integrou à militância. Gustavo, ao sair da prisão, também foi
para o Rio, mas não se adaptou à vida clandestina e retornou a Salvador,
desinteressando-se pela militância. Os demais membros do MOL seguiram vida
própria.
Nas próximas edições do Jornal O Guarany, daremos
continuidade a estas memórias da Polop na Bahia.
*Aderbal
Burgos, cachoeirano, viveu 25 anos na clandestinidade,
líder militante da POLOP contra o golpe militar de 1964, que implantou a
ditadura no Brasil, processado e condenado, atualmente anistiado.
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