quarta-feira, 10 de junho de 2015


COLUNA VERDADE
 Por Aderbal Burgos

Cuidando de Belém
Mesmo tendo uns poucos opositores, cuidamos das árvores seculares que há anos não eram podadas em Belém. Fizemos  a poda  e agora todas estão bonitas proporcionando mais beleza à histórica comunidade. Resgatamos festas que já estavam no esquecimento do povo e foi sucesso. Agora, recente,  revitalizamos a festa de Santo Antônio, além  culto religioso na Igreja, com shows na Praça.

Nosso interesse e tornar a comunidade em que moramos mais bonita e agradável aos moradores e a quem nos visita. É importante dizer que realizamos tudo às nossas custas, pagamos do nosso próprio bolso e com prazer. Não houve patrocínio público nem privado. Evitamos a degradação do meio ambiente nas cercanias da comunidade, buscando o resgate do banheiro público de Belém e a preservação de um equipamento público, patrimônio do nosso povo.
                    
“Fragmentos de Memória da POLOP na Bahia, do livro “Victor Meyer, um revolucionário de autoria do deputado federal Emiliano José.

Continuação de textos extraídos da obra “Fragmentos   de Memória da POLOP na Bahia, do livro “Victor Meyer, um revolucionário de autoria do deputado federal Emiliano José. 
  

Quando eu me mudei para Natal, deixei Salvador, sob os cuidados da Organização, um pequeno apartamento na Rua Carlos Gomes. Ao retornar, percebi que o local vinha tendo um uso intenso, sendo denominado “o AP da O” ou a “Ilha”. Morava lá o Moacyr Barbosa (Sílvio), vestibulando. Logo percebi que era uma pessoa de fibra, com muita disposição para a militância. Passei a dividir o local com ele. No mesmo prédio morava o Rubens (Bárrios), estudante de Odontologia, cujo apartamento era também local de reuniões, criando uma situação temerária em termo de segurança. Dei então um basta na utilização anárquica dos locais, reservando-os para reuniões importantes.
No Tororó, na Rua José Duarte, o casarão pertencente à família dos Falcón permanecia como ponto de reuniões e encontros. Na mesma rua havia um apartamento onde morava  Aderbal e o “chefia” (estudante de Eletrotécnica) e outro próximo, onde residia Tânia Miranda e suas irmãs, então simpatizantes da Polop.

Era uma rua explosiva. Fui paulatinamente conhecendo outros companheiros, a maioria jovens, sempre com muita disposição. Ed’Lauro, um secundarista. Lexinaldo, também secundarista. Dois desenhistas, que trabalhavam no escritório de Arquitetura do Alberto Hoisel, juntamente com o Hermano. Mercedes e Eulina, estudantes de Biblioteconomia.

Gustavo Falcón, um dos irmãos de Pery, era o mais jovem projeto de militante. A partir de 1967 passou a atuar no meio secundarista (Colégio Severino Vieira), exercendo grande liderança. Criou o MOL (Movimento de Organização e Luta), formado por um grupo de secundaristas, do qual participavam Antônio Risério, Jorge Nóvoa, José Raimundo (foi prefeito de Vitória da Conquista), Tânia Miranda e outros. O grupo foi desbaratado pela repressão em 1970, sendo a maioria presa, inclusive Gustavo e Risério. Devido à queda da MOL, Tânia entrou na clandestinidade e foi transferida para o Rio de Janeiro onde se integrou à militância. Gustavo, ao sair da prisão, também foi para o Rio, mas não se adaptou à vida clandestina e retornou a Salvador, desinteressando-se pela militância. Os demais membros do MOL seguiram vida própria.

Nas próximas edições do Jornal O Guarany, daremos continuidade a estas memórias da Polop na Bahia.

*Aderbal  Burgos, cachoeirano, viveu 25 anos na clandestinidade, líder militante da POLOP contra o golpe militar de 1964, que implantou a ditadura no Brasil, processado e condenado, atualmente anistiado.




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