Coluna
Por Walter César Silva |
A nova febre da atualidade,
Selfie, fotografia por diversão ou exercício de vaidade?
Selfie é uma palavra em
inglês, um neologismo com origem no termo self-portrait, que significa auto-retrato.
É uma foto tirada e compartilhada na internet.
Normalmente, uma selfie é
tirada pela própria pessoa que aparece na foto, com um celular que possui uma
câmera incorporada, com um smartphone, por exemplo. Também, pode ser tirada com
uma câmera digital ou webcam. A particularidade de uma selfie é que ela é tirada
com o objetivo de ser compartilhada em uma rede social como Facebook ou
Myspace, por exemplo.
Uma selfie pode ser tirada
com apenas uma pessoa, com um grupo de amigos ou mesmo com celebridades.
Em 2013, os responsáveis
pelos dicionários da Oxford escolheram selfie como a palavra do ano.
Um dos motivos para esta
escolha foi o fato da busca por esta palavra ter crescido 17000% em 2013, o que
confirma o seu estatuto de uma das palavras mais procuradas em um ano.
Nesses novos tempos modernos,
numerosos avanços na tecnologia têm possibilitado a criação e o aperfeiçoamento
das mais variadas máquinas e equipamentos presentes ao nosso redor e em nosso
dai a dia. Naturalmente, o ser civilizado, o bicho homem, se adapta às
novidades e se dobra a novos costumes.
Dentro dessa atmosfera de
grande apelo comercial/digital e de certa acessibilidade aos novos bens de
consumo é, praticamente, impossível encontrarmos uma pessoa que não possua um
telefone celular ou smartphone com mil e uma funções e aplicativos incorporados,
como acesso à internet, canais de bate papo, máquinas fotográficas com alta
resolução. Tudo isso e muito mais na palma de nossas mãos! Agora, temos as
ferramentas. Então mãos à obra! Vamos digitalizar o mundo! Decididamente, o mundo está
mudando a passos bem largos.
Só que na contramão desse
progresso tecnológico o ser humano, inconscientemente, “regride” e cai numa
perigosa armadilha: a fertilização e disseminação de um perigoso senão o pior
dos pecados capitais, a VAIDADE. Uma linha muito tênue separa um simples
registro de auto-retrato digital (SELFIE) de uma perigosa tendência de auto
apreciação e exercício de uma vaidade desregrada.
Muitas pessoas ultimamente
têm praticado esse novo costume de tirar milhares de selfies. Que por sua vez
com um simples comando de seus multicelulares são compartilhadas nas inúmeras
redes sociais. Então, outros milhares de comentários e elogios são feitos sobre
essas fotos, iniciando assim o “inflamento” do seu ego, por assim dizer.
O culto à imagem superficial
e à ilusão das aparências se faz bastante presente nesse novo mundo virtual. É
facebook, what´sapp, twiter, e instagram, palavras novas para novos hábitos,
ferramentas novas para uma nova era. E quem não se curvar a esse tsunami de
informação, tecnologias e futilidades das aparências efêmeras, será mais um
excluído virtual.
Uma vez tomada por essa
realidade virtual recheada de superficialidade, perigos e falsos elogios, a
pessoa, inevitavelmente, cultiva uma vaidade que não é saudável e termina
acreditando ser o que não é de fato.
É selfie pra todo lado! É
selfie almoçando, selfie sorrindo, selfie chorando e até selfie defecando! A
vida particular das pessoas está desaparecendo e se transformando cada vez mais
num reality show de farsa, vaidade e ilusão. Fica pra trás o mundo real e
palpável e surge pungente o mundo HiTec e digital.
*Walter César Silva é
professor de Matemática e redator de crônicas.
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