sexta-feira, 5 de junho de 2015

                                                      Coluna
Por Walter César Silva

A nova febre da atualidade, Selfie, fotografia por diversão ou exercício de vaidade?

Selfie é uma palavra em inglês, um neologismo com origem no termo self-portrait, que significa auto-retrato. É uma foto tirada e compartilhada na internet.

Normalmente, uma selfie é tirada pela própria pessoa que aparece na foto, com um celular que possui uma câmera incorporada, com um smartphone, por exemplo. Também, pode ser tirada com uma câmera digital ou webcam. A particularidade de uma selfie é que ela é tirada com o objetivo de ser compartilhada em uma rede social como Facebook ou Myspace, por exemplo.

Uma selfie pode ser tirada com apenas uma pessoa, com um grupo de amigos ou mesmo com celebridades.

Em 2013, os responsáveis pelos dicionários da Oxford escolheram selfie como a palavra do ano.

Um dos motivos para esta escolha foi o fato da busca por esta palavra ter crescido 17000% em 2013, o que confirma o seu estatuto de uma das palavras mais procuradas em um ano.

Nesses novos tempos modernos, numerosos avanços na tecnologia têm possibilitado a criação e o aperfeiçoamento das mais variadas máquinas e equipamentos presentes ao nosso redor e em nosso dai a dia. Naturalmente, o ser civilizado, o bicho homem, se adapta às novidades e se dobra a novos costumes.

Dentro dessa atmosfera de grande apelo comercial/digital e de certa acessibilidade aos novos bens de consumo é, praticamente, impossível encontrarmos uma pessoa que não possua um telefone celular ou smartphone com mil e uma funções e aplicativos incorporados, como acesso à internet, canais de bate papo, máquinas fotográficas com alta resolução. Tudo isso e muito mais na palma de nossas mãos! Agora, temos as ferramentas. Então mãos à obra! Vamos digitalizar o mundo! Decididamente, o mundo está mudando a passos bem largos.

Só que na contramão desse progresso tecnológico o ser humano, inconscientemente, “regride” e cai numa perigosa armadilha: a fertilização e disseminação de um perigoso senão o pior dos pecados capitais, a VAIDADE. Uma linha muito tênue separa um simples registro de auto-retrato digital (SELFIE) de uma perigosa tendência de auto apreciação e exercício de uma vaidade desregrada.

Muitas pessoas ultimamente têm praticado esse novo costume de tirar milhares de selfies. Que por sua vez com um simples comando de seus multicelulares são compartilhadas nas inúmeras redes sociais. Então, outros milhares de comentários e elogios são feitos sobre essas fotos, iniciando assim o “inflamento” do seu ego, por assim dizer.

O culto à imagem superficial e à ilusão das aparências se faz bastante presente nesse novo mundo virtual. É facebook, what´sapp, twiter, e instagram, palavras novas para novos hábitos, ferramentas novas para uma nova era. E quem não se curvar a esse tsunami de informação, tecnologias e futilidades das aparências efêmeras, será mais um excluído virtual.

Uma vez tomada por essa realidade virtual recheada de superficialidade, perigos e falsos elogios, a pessoa, inevitavelmente, cultiva uma vaidade que não é saudável e termina acreditando ser o que não é de fato.

É selfie pra todo lado! É selfie almoçando, selfie sorrindo, selfie chorando e até selfie defecando! A vida particular das pessoas está desaparecendo e se transformando cada vez mais num reality show de farsa, vaidade e ilusão. Fica pra trás o mundo real e palpável e surge pungente o mundo HiTec e digital.


*Walter César Silva é professor de Matemática e redator de crônicas.

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