sexta-feira, 26 de junho de 2015

Um comentário:

  1. A tradição milenar da Maçonaria não pode afrontar a Carta Magna das Nações democráticas, a exemplo do Brasil, cuja Constituição nivela em direitos homens e mulheres. Razão por que a Maçonaria que prossegue fiel a este anacronismo absurdo de que todo candidato deve ser do sexo masculino, não mutilado, livre de nascimento e de idade madura, próprio do raciocínio rasteiro da Idade Média, está flagrantemente descumprindo e ultrajando a Constituição cidadã. Antes da mencionada Grande Loja da Inglaterra, mulheres eram iniciadas na Ordem Maçônica.
     
    Urge denunciar, não só o impedimento de iniciação de mulheres na Ordem Maçônica, mas também a determinação de vedar-se o ingresso de qualquer portador de necessidades especiais, com pleno domínio de suas faculdades mentais. Ninguém deve submeter, permitir submeter-se ao processo de exclusão que há anos reina na sociedade brasileira. 

    É cláusula pétrea da nossa Constituição. A Instituição que impedir ou o cidadão que argumentar favorável ao descumprimento da inclusão  em qualquer segmento da sociedade, estará sujeito a penalidades, a condenações graves e inafiançáveis.(CB-Capítulo do Direitos Individuais 1988, e Lei No.8546/2009).

    Cumpre obedecer e ser fiel aos Landmarks que não firam as solenidades estabelecidas na Carta Magna das Nações. 

    Os Landmarks maçônicos foram instituídos antes da constituição de Potências Maçônicas. Quaisquer dispositivos de Códigos Maçônicos de Grandes Lojas ou de Grandes Orientes ou de quaisquer outras Potências Maçônicas que os tenham como Instituição imutável, incorporados à sua estrutura, são inválidos, nulos, inexistem, não podem ser invocados.

    Para a verdadeira Maçonaria, para a Ordem Maçônica Universal, é um ultraje se preservar fidelidade a este INSTITUTO DA EXCLUSÃO, mencionado na entrevista.

    Pedro Borges dos Anjos é Mestre Maçom, integrante da Maçonaria masculina, mas manifesta-se oponente do Landmark No. 18.

    O mundo mudou de forma surpreendente depois de 1717, prossegue mudando, evoluindo, conquistando valores da ciência, da tecnologia, antes considerados utopias, raciocínios de ficção. Resta saber se a Maçonaria do século XXI vai acompanhar a evolução da sociedade e adaptar-se ao mundo novo que está nascendo, ou se vai continuar submissa aos critérios ultrapassados da Grande Loja da Inglaterra, defendendo teorias medievais sobre escravos e senhores ou sobre o cérebro menor das mulheres. O endurecimento, a petrificação são sinais de estagnação e morte. O simples conceito da imutabilidade dos Landmarks é chocante para uma entidade que pretende lutar pelo progresso da humanidade.

    Não passa de puro dogmatismo e é contrário a todos os ensinamentos sobre iniciações maçônicas. O grande compromisso da Maçonaria é com a Verdade e com o Ser Humano, e não com costumes próprios de uma época ou de um lugar particular do mundo. 

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