Paiva Netto
Urge impedir o desperdício.
É providência sensata, humanitária, emtodas as áreas e das mais diferentes
classes sociais. É um crime, por exemplo, deixar estragar alimentos, quando
milhões de pessoas ainda passam fome.
O Dr. Alan Bojanic chamou a atenção para esse fato em entrevista ao programa
“Biosfera”, da Boa Vontade TV.Engenheiro agrônomo boliviano, ele é
representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a
Agricultura (FAO) no Brasil: “A FAO fez um estudo amplo
para ver a porcentagem de perdas de alimentos no mundo. Temos uma cifra que é
muito — vamos dizer — dolorosa! Depois que o produto é coletado, até chegarao
consumidor, e mesmo na casa dos consumidores, temos perdas muito altas. É quase
um terço de toda a produção mundial que vai — se pode dizer — para o lixo. Uma
produção muito importante, que tem implicações de todo tipo, em primeiro lugar,
humanitárias, porque é comida
que poderia ser dada para muitas pessoas carentes. É um absurdo
ambiental, pois muita energia foi gastana produção. E também tem a ver com a ineficiência
econômica. Então, é um absurdo humanitário, ambiental e
econômico-financeiro”.
Em “O Capital de Deus”, livro que estou preparando, comento uma passagem
evangélica, que nos traz instrutiva lição.
Conhecedor dos Soberanos Estatutos da Economia de Deus, ainda ignoradospelos seres humanos, Jesus, o
Cristo Ecumênico, logo, universal, pôde realizar o milagre da multiplicação de peixes e pães, conforme o
relato de Mateus, 14:13 a
21.
A
PRIMEIRA MULTIPLICAÇÃO DE PÃES E PEIXES
“13
Jesus, ouvindo que João Batista fora decapitado por ordem de Herodes,
retirou-se dali num barco, para um lugar deserto, à parte. Sabendo disso, as
massas populares vieram das cidades, seguindo-O por terra.
“14
Desembarcando, Ele viu uma grande multidão. Compadeceu-se dela e curou os seus
enfermos.
“15
Ao cair da tarde, aproximando-se Dele, os discípulos Lhe disseram: Senhor, o
lugar é deserto, e vai adiantada a hora. Despede, pois, esse povo para que,
indo pelas aldeias, compre para si o que comer.
“16
Jesus, porém, lhes disse: Não precisam retirar-se; dai-lhes, vós mesmos, o
alimento.
“17
Ao que Lhe responderam: Senhor, não temos aqui senão cinco pães e dois
peixinhos!
“18
Então, o Mestre ordenou-lhes: Trazei-os a mim.
“19
E, tendo mandado que todos se assentassem sobre a relva, tomando os cinco pães
e os dois peixinhos, erguendo os olhos ao céu, os abençoou. Depois, havendo partido os pães, deu-os aos discípulos,
e estes, às multidões.
“20
Todos comeram e se fartaram. E, dos pedaços que sobraram, recolheram ainda doze
cestos repletos.
“21 E
os que comeram foram cerca de cinco mil homens, além de mulheres e crianças”.
Além disso, não nos esqueçamos do que o Divino Benfeitor nos ensinou a
respeito da capacidade pessoal de cada ser humano, ao dizer: “—Vós sois deuses. Eu voltarei ao Pai, vós
ficareis aqui na Terra, portanto, podereis fazer muito mais do que Eu”
(Evangelho, segundo João, 10:34 e 14:12).
A quem, talvez por ócio, analisando o trecho anterior, argumentasse que
Jesus é um caso especial e, por isso, não há parâmetros para se comparar a
nossa competência à Dele, divinamente superior, poderíamos considerar que não
seria necessário subirmos a tamanha grandeza, bastando que os que têm posses
deixassem de desperdiçar tanto. Seria um passo. Sim, mas um passoconsiderável.
Como observou Confúcio: “— Transportai um punhado de terra todos os dias e
fareis uma montanha”.
Destaquemos que, no versículo 20 do capítulo 14, o Evangelista Mateus
revela: “— Todos comeram e se fartaram. E, dos pedaços que sobraram,recolheram ainda doze cestos
repletos”.
Quer dizer, não jogaram fora o que lhes sobejou. As apreciáveis porções
haveriam de, em nova oportunidade, beneficiar aquela gente ou outra. Costumo
dizer que a migalha de hoje é a farta
refeição de amanhã.Reflitamos sobre isso.
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