A COMUNICAÇÃO VISUAL E O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO
SUSTENTÁVEL NA CIDADE DA CACHOEIRA/BAHIA
Por Giuliane Gomes de Cerqueira da Silva*
Ultimamente,
temos assistido diversas manifestações a respeito do ordenamento do espaço
territorial que revelam preocupações sobre a estética da paisagem urbana. O
belo e a formosura são elementos que desencadeiam um fascínio sobre o ser
humano, ou seja, equivale à cultura do homem a valorização da harmonia das
paisagens que fazem parte do cenário que cercam o nosso cotidiano. Nessa
lógica, por ser Cachoeira potencialmente turística, faz-se necessário levar em
consideração a comunicação visual como uma ferramenta de organização das
informações no espaço territorial para a manutenção de um ambiente agradável de
vida urbana na qual protejam os valores culturais e naturais perenes às
gerações futuras onde sejam preservados seus valores ambientais para que se
obtenha um bom resultado na sustentabilidade turística.
A qualidade
ambiental é importante para a cidade uma vez que destinos que não disponham de
condições apropriadas de clima, geografia, flora e fauna se tornam
insignificantes para o desenvolvimento da atividade turística, esses fatores
aliados à criação de comodidades e de infraestrutura urbana agrupada a uma
história rica e exclusiva de características arqueológicas e culturais são
essenciais para que o turismo obtenha êxito. O cenário urbano é um recurso que
favorece diretamente no desenvolvimento econômico de Cachoeira uma vez que suas
paisagens favorecem no incremento da atividade turística.
Um novo
olhar sobre Cachoeira sugere um desafio de vencer as diversidades entre a
linguagem colonial e a contemporânea. A linguagem do ambiente cachoeirano é
paradoxalmente envolvida com a complexidade do modo de vida de sua população.
Ou seja, a ambientação visual sofre intensas modificações oriundas do desenvolvimento
de seu povo, seja, ao nível econômico, tecnológico, cultural. Essas alterações
da vivência atingem intimamente os espaços edificados nas várias escalas da
arquitetura e da cidade e nas relações territoriais de paisagem. Fica clara a
importância de repensar a cidade neste momento, pois, como Cidade Monumento
Nacional, Cachoeira deveria disponibilizar informações de incentivo da
população pelas suas residências históricas; privilegiar os espaços de uso
comum e, por consequência, contribuir para a promoção do turismo, do espírito
de preservação e da cidadania.
O
desenvolvimento sustentável é um processo de transformação na qual a exploração
dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação da evolução tecnológica
e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e
futuro, a fim de atender às necessidades e aspirações humanas. Em outras
palavras pode-se dizer que esse desenvolvimento atende às necessidades do
presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações satisfazerem as
próprias necessidades. Considerar a atividade turística sustentável é analisar
a complexidade de uma atividade econômica que tem como base o consumo de
paisagens naturais e históricas passadas. Diante disso, é que por seu caráter e
pela magnitude de sua expansão, a atividade turística não pode ausentar-se de
tais preocupações, uma vez que o ambiente é a substância básica da oferta
turística. O turismo é o consumidor de paisagens e a paisagem é o produto
do turismo, já o ambiente é transformado e produzido ou reproduzido para
atender as necessidades dos turistas.
Cachoeira
segundo as suas características, estilo arquitetônico e importância
histórico-cultural, deve focar em três níveis de atuação: identidade
consciente; sinalização e oferta adequada de informações e mobiliário urbano
planejado e integrado à cidade. Assim como o homem interfere na deterioração do
ambiente, ele também pode interferir no seu processo de recuperação. A
divulgação de preocupações ambientais por meio do turismo também exerce a
função de catalisador em relação a outras atividades econômicas, estimulando
posturas conservacionistas. Por outro lado, não se pode negar que o turismo
gera impactos negativos no ambiente, quando reúne por pouco tempo, grandes
aglomerados humanos, alterando significativamente o meio, temporariamente e até
definitivamente. Daí é necessário articular a cidade através de identificação
de equipamentos e do direcionamento de fluxo, atentando às limitações da
legislação.
Itens que
devem ser considerados se relacionam à organização e coordenação do uso do
espaço urbano por meio de informações visuais integradas sejam elas públicas ou
comerciais; sinalização turística, em especial no centro histórico; preservação
do bem tombado propondo soluções para o lixo; planejamento e controle do uso do
solo uma vez observado que a cidade mostra variedade biótica e ecossistemas
notavelmente prejudicados com a ação antrópica; recuperação das características
próprias e diferenciais que remetem ao valor do município como patrimônio
histórico de forma a reforçar seu potencial de leitura e comunicação, em outras
palavras, revitalizar a identidade ambiental do município; harmonia entre a
cultura e os espaços sociais da comunidade receptora sem que ela seja agredida
ou transformada; distribuição equitativa dos benefícios do turismo entre todos
os setores envolvidos; um turista mais responsável e atencioso em relação à
questão ambiental e à interação com a comunidade receptora, numa postura de
entendimento de sua cultura.
Diante de
avanços e recuos sobre a questão ambiental, não se pode deixar de reconhecer
que, mesmo restritos, os ganhos contabilizam um fato conclusivo: a preocupação
com o meio ambiente entrou no cenário contemporâneo, nas pessoas, na política e
na economia. Com isso, é que por seu caráter e pela magnitude de sua expansão,
a atividade turística não pode ausentar-se de tais preocupações, uma vez que o
ambiente é a substância básica da oferta turística. Cachoeira possui várias
faces: a espacial, arquitetônica, patrimonial.. É o ponto de encontro entre o
patrimônio histórico e cultural, entre o homem e a natureza, entre o passado e
o presente. O ambiente urbano de Cachoeira explora as diversas facetas e é
justamente a convergência de tantos valores que torna a cidade tão única e
especial, portanto, é a comunicação visual o instrumento de gestão do ambiente
urbano para o desenvolvimento do turismo sustentável.
*Giuliane Gomes de Cerqueira da Silva, cachoeirana, é Bacharel em Turismo e
Pós-graduada em Gestão Ambiental de Polos Turísticos
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