Paiva Netto
A verdadeira alforria do ser humano e de seu
Espírito imortal será aquela fortalecida pela cultura do respeito mútuo, cuja
riqueza consiste na multiplicidade de ideias em favor da Paz entre todos. Igualmente
virá pela Instrução e pela Educação, iluminadas pelo sentido da
Espiritualidade, que é Amor e Justiça, Ciência e Amor, para todas as etnias.
Libertar-se é ter, acima de tudo, discernimento espiritual, de preferência em
consonância com esta instigante sugestão do Sublime Reformador: “Buscai
primeiramente o Reino de Deus e Sua Justiça, e todas as coisas materiais vos
serão acrescentadas” (Jesus — Mateus, 6:33).
Porquanto, de uma maneira ou de outra, todos reconhecem Nele personalidade
ímpar.
A Sua passagem pelo Planeta tem afastado da soberba
o sentimento de multidões inumeráveis: “Quem quiser tornar-se grande
entre vós, seja esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós,
seja esse servo de todos” (Jesus — Marcos, 10:43 e 44). “Aquele
que estiver sem pecado atire a primeira pedra” (Jesus — João,
8:7).
Ora, quem não erra neste mundo?!...
Jesus projetou-se na História para ensinar-nos, com
o Seu próprio exemplo, um roteiro ideal para a Paz: “Amai-vos como Eu
vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos” (Jesus
— João, 13:34 e 35).
Mensagem aos crentes e ateus
A mensagem desse Excelso Benfeitor sobrepaira além
de religiões, ideologias, etnias. Fala às almas de crentes e ateus e nada tem a
ver com os excessos de diferentes gerações que se martirizaram pelos séculos.
Os seres humanos deveriam ecumenicamente estudá-la, esmiuçando o Seu pensamento
ético, social, econômico, filosófico, político e religioso, singularizado no
gesto de socorrer, na angústia e no desespero, as viúvas e os órfãos, os
sedentos e os famintos, os nus, os enfermos e os presos, de corpo e de Alma
(Jesus — Mateus, 25:34 a 40).
A nossa homenagem, pois, ao Libertador Divino, que
primeiro nos alforria de nós mesmos, indicando-nos o caminho da Luz Celeste. A
síntese do Seu Evangelho, a Solidariedade, emancipa as criaturas de todas as
origens, visto que as transforma de dentro para fora: “Já não vos chamo
servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor. Mas tenho-vos chamado
amigos, porque tudo quanto aprendi com meu Pai vos tenho dado a conhecer” (Jesus
— João, 15:15).
A essência da Fraternidade
Que a noção de Sua elevada sapiência possa
levar-nos a melhor compreendê-Lo, para melhor senti-Lo no Seu ingente esforço
pelo congraçamento dos povos, de modo que venha a acontecer, na essência da
Fraternidade, “um só Rebanho para um só Pastor” (Jesus — João,
10:16), que é Deus, ou, para os que Nele não acreditam, a aspiração mais
exalçada de que tanto carecemos para que haja a continuidade da vida no Planeta
que nos acolhe. É a harmonia de gente amadurecida, formada por negros, brancos,
amarelos, mestiços, enfim, seres humanos e espirituais, porquanto só existe uma
raça, a Raça Universal dos Filhos de Deus. Afinal, desde a monera, quem não é
miscigenado neste mundo?
Eis a mais inadiável caridade que Ele nos oferece
nesta época de tanto egoísmo: para libertarmo-nos, precisamos libertar; para
salvarmo-nos, necessitamos salvar. É a Lei da Reciprocidade (de que também
falava Confúcio — 551-479 a.C.). “Tudo quanto, pois,
quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é
a Lei e os Profetas” (Jesus — Mateus, 7:12).
José de Paiva
Netto, jornalista, radialista e escritor.
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