Joaquim Barbosa despede-se do STF
Marcado pela polêmica: o ministro deixou o Supremo após mais de 10 anos, destacando-se no julgamento do Mensalão
Marcado pela polêmica: o ministro deixou o Supremo após mais de 10 anos, destacando-se no julgamento do Mensalão
Joaquim Barbosa aposentou-se do STF após mais de 10
anos de uma trajetória cheia de polêmicas
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Um dos mais controversos ministros que passaram pelo Supremo Tribunal Federal nos últimos anos, Joaquim Barbosa anunciou em 2014 a sua aposentadoria do órgão máximo da justiça, que presidia desde novembro de 2012.
Barbosa chegou ao Supremo em 2003, foi indicado pelo então presidente Lula. Desde então, chamou a atenção por imprimir um estilo teatral, diferente dos demais colegas, mais comedidos. As discussões com os colegas ganharam os holofotes da mídia. O caso mais clássico ocorreu em 2009, quando bateu boca como Gilmar Mendes. "Vossa Excelência, quando se dirige a mim, não está falando com os seus capangas do Mato Grosso”.
Nos últimos anos, seu nome esteve em evidência constante por causa da Ação 470, que julgou os acusados de integrar o esquema do Mensalão. Barbosa assumiu a relatoria do caso em 2006 e sua ação foi fundamental para a prisão de vários dos envolvidos, como o deputado federal Valdemar Costa Neto (PR) e duas das principais lideranças do PT, o também deputado José Genoino e o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.
Durante todo o processo, teve discussões acaloradas com Ricardo Lewandowski, que o sucederia na presidência da casa, por causa da condução do caso. Os embates entre os dois se tornaram cada vez mais ríspidos e renderam manchetes nos jornais e uma inusitada audiência para a TV Senado, que transmitia as sessões. Nas redes sociais, os debates em defesa de um ou outro ministro se assemelharam a discussões futebolísticas.
Suas atitudes lhe valeram uma exposição incomum na mídia para um magistrado. Com grande visibilidade na mídia graças ao julgamento do mensalão, tornou-se alvo de críticas e elogios em profusão. Muitos o apontavam como uma peça-chave para o combate à corrupção e ele passou a ser citado em pesquisas de intenções de voto para a presidência da República. Partidos, como o PSDB e PSB, chegaram a procurá-lo para sondar seu interesse em ingressar na política.
Barbosa ganhou um séquito de fãs, que chegaram a apelidá-lo de “Batman”, devido à longa capa negra que vestia nas sessões do STF (a indumentária é tradicional na corte). No entanto, não faltaram detratores, que o acusaram de desrespeitar os trâmites convencionais do processo em busca de autopromoção.
Às vésperas de sua aposentadoria, Barbosa se envolveu em uma última polêmica. O ministro expulsou do plenário da corte o advogado Luiz Fernando Pacheco, que solicitava a transferência de Genoino para prisão domiciliar por problemas de saúde. O fato causou a indignação de vários colegas. "(Foi) Ruim em termos de Estado Democrático de Direito, afirmou Marco Aurélio Mello.
Por fim, o Diário Oficial anunciou a aposentadoria no dia 31 de julho. Barbosa deixou o Supremo Tribunal Federal aos 59 anos. Se não renunciasse, poderia permanecer na corte até os 70 anos, limite para a saída compulsória. “Deixo o cargo com a alma leve”, afirmara em sua última sessão, em junho.
Barbosa chegou ao Supremo em 2003, foi indicado pelo então presidente Lula. Desde então, chamou a atenção por imprimir um estilo teatral, diferente dos demais colegas, mais comedidos. As discussões com os colegas ganharam os holofotes da mídia. O caso mais clássico ocorreu em 2009, quando bateu boca como Gilmar Mendes. "Vossa Excelência, quando se dirige a mim, não está falando com os seus capangas do Mato Grosso”.
Nos últimos anos, seu nome esteve em evidência constante por causa da Ação 470, que julgou os acusados de integrar o esquema do Mensalão. Barbosa assumiu a relatoria do caso em 2006 e sua ação foi fundamental para a prisão de vários dos envolvidos, como o deputado federal Valdemar Costa Neto (PR) e duas das principais lideranças do PT, o também deputado José Genoino e o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.
Durante todo o processo, teve discussões acaloradas com Ricardo Lewandowski, que o sucederia na presidência da casa, por causa da condução do caso. Os embates entre os dois se tornaram cada vez mais ríspidos e renderam manchetes nos jornais e uma inusitada audiência para a TV Senado, que transmitia as sessões. Nas redes sociais, os debates em defesa de um ou outro ministro se assemelharam a discussões futebolísticas.
Suas atitudes lhe valeram uma exposição incomum na mídia para um magistrado. Com grande visibilidade na mídia graças ao julgamento do mensalão, tornou-se alvo de críticas e elogios em profusão. Muitos o apontavam como uma peça-chave para o combate à corrupção e ele passou a ser citado em pesquisas de intenções de voto para a presidência da República. Partidos, como o PSDB e PSB, chegaram a procurá-lo para sondar seu interesse em ingressar na política.
Barbosa ganhou um séquito de fãs, que chegaram a apelidá-lo de “Batman”, devido à longa capa negra que vestia nas sessões do STF (a indumentária é tradicional na corte). No entanto, não faltaram detratores, que o acusaram de desrespeitar os trâmites convencionais do processo em busca de autopromoção.
Às vésperas de sua aposentadoria, Barbosa se envolveu em uma última polêmica. O ministro expulsou do plenário da corte o advogado Luiz Fernando Pacheco, que solicitava a transferência de Genoino para prisão domiciliar por problemas de saúde. O fato causou a indignação de vários colegas. "(Foi) Ruim em termos de Estado Democrático de Direito, afirmou Marco Aurélio Mello.
Por fim, o Diário Oficial anunciou a aposentadoria no dia 31 de julho. Barbosa deixou o Supremo Tribunal Federal aos 59 anos. Se não renunciasse, poderia permanecer na corte até os 70 anos, limite para a saída compulsória. “Deixo o cargo com a alma leve”, afirmara em sua última sessão, em junho.
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