Polícia Federal descobre R$ 800 mil da JBS em contas de ‘fantasma’ de doleiro da Lava Jato
Valores foram repassados para
Gilson Transporte ME, com capital social de R$ 20 mil; grupo que doou R$
73 milhões para campanha de Dilma nega ilícitos
A Polícia Federal descobriu duas contas bancárias em nome de uma
empresa fantasma ligada a um dos doleiros da Operação Lava Jato, Carlos
Habib Chater, que receberam depósitos no valor global de R$ 800 mil da
JBS, a Friboi, maior processadora de carne bovina do mundo.
As contas estão em nome de Gilson M. Ferreira Transporte ME, cujo
“sócio” foi identificado como Gilson Mar Ferreira, estabelecido na
periferia do município de São José dos Pinhais (PR), com capital social
declarado de R$ 20 mil.
Agentes do Núcleo de Operações da PF foram ao endereço fiscal da
empresa – Avenida Baptistin Pauletto, 126, bairro Miringuava –, mas “não
lograram êxito em localizar qualquer empreendimento comercial na área”.
Relatório da PF, anexado aos autos sobre o doleiro Chater, destaca.
“Cabe salientar que se trata de uma região bastante simples. A rua não
tem sequer pavimentação. Em entrevistas dissimuladas com Valquíria,
moradora do imóvel situado no nº 127, obteve-se a informação que GILSON
MAR teria sido inquilino da casa dos fundos, contudo, já se mudou do
local há mais de 05 (cinco) anos. Quanto à suposta empresa, a
entrevistada desconhece sua existência e não soube dar quaisquer
informações a respeito.”
Nas eleições de 2014, a JBS repassou R$ 352 milhões a candidatos a
presidente, senadores e deputados. Desse montante, R$ 73 milhões foram
destinados à campanha da petista Dilma Rousseff. A campanha do senador
Aécio Neves, candidato à Presidência pelo PSDB, recebeu doações de R$ 48
milhões da JBS.
Em nota divulgada nesta segunda feira, 22, a JBS rechaçou
categoricamente que tenha alimentado o esquema Lava Jato. O grupo
assegurou que os depósitos que somaram R$ 800 mil “são oriundos de um
contrato de aquisição da unidade industrial em Ponta Porã (MS), um
Centro de Distribuição em São José dos Pinhais (PR) e um outro Centro de
Distribuição em Itajaí (SC)”.
Segundo a JBS, os vendedores foram Tiroleza Alimentos Ltda, Ademar
Marquetti de Souza, Paulo Roberto Sanches Cervieri e Rodo GS Transportes
e Logística Ltda.
A JBS esclareceu que “os pagamentos referentes à aquisição foram feitos nas contas bancárias indicadas pelos vendedores”.
O grupo informa que realizou os pagamentos “de acordo com o contrato
assinado pelas partes, bem como em conformidade com a legislação
vigente”. A JBS diz que mantém documentação que comprova que os
pagamentos que realizou não fazem parte de nenhum esquema ilícito.
VEJA O RELATÓRIO DA POLÍCIA FEDERAL SOBRE A EMPRESA FANTASMA QUE RECEBEU R$ 800 MIL DA JBS
Fonte: Blog de Fausto Macedo.
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