Aécio condiciona diálogo à apuração de denúncias
O senador Aécio Neves (PSDB-MG), candidato
derrotado do PSDB à Presidência da República, fez ontem (5) o primeiro
discurso no plenário do Senado após o resultado da disputa eleitoral. Na
tribuna, Aécio repetiu parte do que disse à imprensa nos últimos dias,
lembrando que a oposição representa agora os 51 milhões de votos que
recebeu nas eleições.
Ele acusou os adversários de ter usado mentiras e calúnias
contra ele na disputa presidencial e disse que só haverá diálogo entre
governo e oposição se as denúncias de corrupção na Petrobras forem
apuradas e os responsáveis, punidos.
“Agora os que foram intolerantes durante 12 anos falam em diálogo.
Qualquer diálogo estará condicionado ao envio de propostas que atendam
aos interesses dos brasileiros e, principalmente, ao aprofundamento das
investigações e de exemplares punições àqueles que protagonizaram o
maior escândalo de corrupção da história deste país, já conhecido como
petrolão”, afirmou Aécio.
Segundo ele, a atuação dos oposicionistas no Congresso Nacional será baseada em três eixos: liberdade, transparência e democracia. “Primeiro, a defesa intransigente das liberdades, em especial a liberdade de imprensa; segundo, a exigência da transparência em todas as áreas da administração pública; e terceiro, a defesa da autonomia e fortalecimento dos Poderes como base de uma sociedade democrática", detalhou o senador mineiro.
Ele aproveitou para antecipar que o decreto que cria os conselhos populares, enviado ao Congresso Nacional sem qualquer discussão prévia, deverá ter no Senado "o mesmo fim que teve na Câmara dos Deputados: o arquivo”. Para ele, as consultas populares devem ser feitas por meio do diálogo com os representantes eleitos no Parlamento.
Segundo ele, a atuação dos oposicionistas no Congresso Nacional será baseada em três eixos: liberdade, transparência e democracia. “Primeiro, a defesa intransigente das liberdades, em especial a liberdade de imprensa; segundo, a exigência da transparência em todas as áreas da administração pública; e terceiro, a defesa da autonomia e fortalecimento dos Poderes como base de uma sociedade democrática", detalhou o senador mineiro.
Ele aproveitou para antecipar que o decreto que cria os conselhos populares, enviado ao Congresso Nacional sem qualquer discussão prévia, deverá ter no Senado "o mesmo fim que teve na Câmara dos Deputados: o arquivo”. Para ele, as consultas populares devem ser feitas por meio do diálogo com os representantes eleitos no Parlamento.
Aécio, que é também presidente do PSDB, criticou o governo e a
presidenta reeleita Dilma Rousseff, citando recentes medidas econômicas
como exemplos de que ela não está cumprindo o que prometeu na campanha.
Ele lembrou que na propaganda eleitoral da candidata Dilma, as propostas
de independência do Banco Central e de aumento de juros eram associadas
ao empobrecimento das famílias.
“O desenrolar dos fatos mostrou quem tinha razão. Apenas três dias após as eleições, o Banco Central elevou os juros, já escorchantes, da nossa economia – e não sei se vai parar por aí. Na campanha, elevar os juros era retirar comida do prato dos mais pobres. Pois bem, se isso era verdade, foi o que ela fez logo que venceu as eleições, prejudicando os brasileiros mais carentes. E [ela] sabia que ia fazer isso”, disse o parlamentar.
“O desenrolar dos fatos mostrou quem tinha razão. Apenas três dias após as eleições, o Banco Central elevou os juros, já escorchantes, da nossa economia – e não sei se vai parar por aí. Na campanha, elevar os juros era retirar comida do prato dos mais pobres. Pois bem, se isso era verdade, foi o que ela fez logo que venceu as eleições, prejudicando os brasileiros mais carentes. E [ela] sabia que ia fazer isso”, disse o parlamentar.
Ele destacou ainda o aumento nos preços da energia elétrica e da
gasolina, a inflação, o baixo crescimento econômico e a queda dos níveis
de investimento no país, e criticou a presidenta por ter escondido dos
brasileiros a real situação das contas públicas. “Ao omitir dos
brasileiros a verdade e ao adiar medidas necessárias, a conta a ser paga
aumenta exatamente para aqueles que menos têm. Foi tudo o que nós
denunciamos na campanha eleitoral”, afirmou.
Diversos senadores fizeram apartes ao discurso de Aécio, entre eles o
líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE). Ele disse que Dilma também
foi vítima de ataques e mentiras nas redes sociais durante a campanha e
lembrou que, no dia da eleição, circulou em todo o país a informação
falsa de que o doleiro Alberto Youssef tinha sido assassinado pelo PT.
Uma das principais testemunhas do processo que apura denúncias de
corrupção na Petrobras, Youssef fez um acordo de delação premiada com a
Justiça.
Para Costa, algumas pessoas ligadas à oposição não aceitam o resultado das urnas e falam em impeachment
de Dilma ou somam os votos de Aécio com as abstenções na tentativa de
deslegitimar a reeleição da presidenta. “Há uma situação resolvida no
Brasil. Não nos cabe, como disse bem a presidenta Dilma, não saber
ganhar, mas há muitos que talvez não estejam sabendo perder."
Dirigindo-se a Aécio, o senador pernambucano disse que está na hora de
desmontar os palanques. Segundo ele, a oposição precisa saber que muitas
coisas terão de ser trabalhadas em conjunto.
Outros parlamentares, inclusive de partidos da base aliada, mas que
apoiaram Aécio durante a campanha, aproveitaram para parabenizá-lo pela
expressiva votação. Eles também criticaram a forma como a disputa
eleitoral foi conduzida e disseram que Aécio saiu das urnas “maior do
que entrou” – frase que foi repetida por vários deles.
Nenhum comentário:
Postar um comentário