Justiça
reintegra pastor Samuel Câmara na CGADB - Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil.
Em decisão interlocutória,
prolatada ontem, o juiz da 5° Vara Cível de Manaus, José Renier da Silva
Guimarães, concedeu tutela antecipada ao pastor Samuel Câmara, autor da ação,
na qual determina à CGADB que suspenda os efeitos da decisão que o desligou da
entidade e sua imediata reintegração aos seus quadros sob pena de multa diária
no valor de R$ 20.000,00 por atraso não justificado a partir da intimação até
"ulterior decisão deste juízo".
O que me
impressiona é a péssima assessoria que a Comissão Jurídica, na pessoa de seu
presidente, Abiezer Apolinário, presta à CGADB. Tive acesso à notificação da
decisão da Mesa Diretora, informando ao pastor Samuel Câmara de seu
desligamento, e só ali há vícios flagrantes e insanáveis, patentes a qualquer um que
tenha o mínimo de conhecimento do mundo jurídico. É inadmissível que um órgão
criado para assessoramento, cuja constituição deve compor-se de pessoas com notório saber na área, leve o
Conselho de Ética e Disciplina e a Mesa Diretora a não cumprirem ritos
primários no julgamento de um processo. Estou perplexo!
Alega-se,
por exemplo, que o pastor Samuel Câmara faltou com respeito ao
Conselho de Ética e Disciplina ao não comparecer à primeira reunião para
prestar esclarecimentos. Ora, as leis que regem a CGADB são claras e dão ao
acusado, quem quer que seja, o direito de ser representado por um advogado
evangélico, de preferência que pertença aos quadros da CGADB. Foi o que fez o
presidente da Igreja-Mãe e os demais citados: fizeram representar-se por alguém
legitimamente constituído para isso.
Outro vício flagrante,
dentre muitos, é quando o Conselho de Ética e Disciplina alega que a procuração
dada ao representante data de 2010, o que não lhe daria direito de representar
os citados por ser anterior ao suposto fato que deu origem ao processo. Pelo
pouco que compreendo, não é a data da expedição de uma procuração que atesta o
seu valor, mas sim o seu alcance e o período que cobre. Outra falha gritante do
CED. Ou seja, o que se percebe é o interesse não mais velado de desligar a
qualquer custo quem quer fazer frente ao continuísmo que pretendem perpetuar na
CGADB. Mas do jeito como está o processo, não tenho dúvida que o pastor Samuel
Câmara e os demais citados ganharão todas as ações que derem entrada na
justiça. Infelizmente não há outro caminho dado ao abosolutismo, à falta de bom
senso, ao interesse de massacrar, com que a Mesa Diretora lida com a situação.
Vale também registrar que
o pastor Ivan Bastos e a Confrateres entraram com petição junto à Mesa Diretora
da CGADB, pedindo as razões pelas quais não foram notificados das decisões por
ela tomadas contra ambos os citados, bem como pediram a impugnação da AGE
marcada para setembro, no Belezinho, SP, alegando tratar-se da igreja do presidente
da entidade e a desvantagem da parte, além de levantarem a necessidade de
aferição do sistema de votação eletrônica para um ato de tamanha
responsabilidade.
Aguardemos
os desdobramentos. Enquanto isso, o jabuti continua na árvore.
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