Coronel admite 'castigo físico' na ditadura à Comissão da Verdade
Foto: Divulgação/ CNV
O coronel da reserva Pedro Ivo Moezia admitiu, em depoimento realizado à Comissão Nacional da Verdade, que havia “castigo físico” contra esquerdistas pela Polícia Civil de São Paulo durante a ditadura militar, mas negou a existência de sessões no Doi-Codi do estado. O centro é considerado um dos principais de repressão à esquerda armada no regime. “Diziam ‘vamos trabalhar o preso’, nisso você pode imaginar um monte de coisa. (...) Ninguém desconhece que o método da polícia sempre foi esse: o do castigo físico”, disse. Ele comentou que não havia tortura determinada institucionalmente, mas apenas um “idiota” imaginaria que não existia. O coronel foi chefe da equipe de interrogatório e, depois, da área administrativa do Doi-Codi, subordinado ao general reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, a quem considera até hoje o “maior herói do Exército”. Moezia afirmou ter orgulho de sua participação na ditadura, e disse não ter arrependimentos pelo trabalho no Doi-Codi de São Paulo no início dos anos 70. Outro coronel também admitiu na Comissão da Verdade, neste ano, não apenas a sua participação em torturas na época, mas em homicídios e ocultação de cadáveres. Um mês após esse depoimento, o coronel Paulo Magalhães foi encontrado morto no sítio em que morava, no município de Nova Iguaçu (RJ).
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