quarta-feira, 13 de agosto de 2014

NA BAHIA




O Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura (SecultBA) e Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC), inaugura nesta sexta-feira (15), às 9h as obras de reforma e adaptação do Centro Cultural da Irmandade da Boa Morte, em Cachoeira, na região do Recôncavo baiano, data destinada às comemorações à Nossa Senhora da Boa Morte. No mesmo dia, a SecultBA/IPAC fará entrega pública do livro bilíngue (inglês e português) sobre a Festa da Boa Morte.



Foram investidos R$ 848,9 mil com recursos do Tesouro estadual, e os serviços duraram cerca de um ano. As obras de restauro na sede consistem em beneficiar a população de Cachoeira, a Irmandade da Boa Morte, usuários e visitantes do local. “A intenção foi criar um centro cultural voltado para a pesquisa, a documentação, a preservação e a divulgação da cultura negra, e em especial, da Irmandade da Boa Morte”, explica o secretário de Cultura, Albino Rubim. Segundo ele os imóveis que compõem a irmandade foram restaurados, com melhoria na distribuição e na valorização dos espaços.



“As intervenções incluíram ações estruturais, com demolições e realização de novas construções mas, também, de serviços como climatização (térreo e primeiro pavimento) e renovação completa das instalações elétricas e hidrossanitárias”, enfatiza a diretora geral do IPAC, arquiteta Elisabete Gándara.



Ainda foi realizada a imunização total das madeiras, a pavimentação da garagem com piso de alta resistência e a substituição dos pisos da cozinha, copas e sanitários, instalado elevador, e construída uma drenagem adequada para as águas provenientes das rochas no interior da capela. Os serviços da SecultBA/IPAC contemplaram igualmente a restauração de esquadrias de todas as janelas dos imóveis, recuperação total da cobertura, assim como, as pinturas interna e externa.



 
BENS CULTURAIS PROTEGIDOS Os imóveis da Boa Morte estão na poligonal de tombamento federal como ‘Patrimônio Cultural do Brasil’, integrando o Conjunto Arquitetônico e Paisagístico de Cachoeira, via Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), do Ministério da Cultura (MinC).



“A cidade já havia sido beneficiada pelo Programa Monumenta do IPHAN/MinC, executado pelo governo estadual, via IPAC/SecultBA e Fundação Hansen, que juntamente com as cidades de São Félix e Lençóis, absorveram mais de R$ 38 milhões em investimentos”, diz Elisabete Gándara. A diretora do IPAC lembra também que a Festa da Boa Morte é registrada como ‘Patrimônio Cultural da Bahia’, via IPAC/SecultBA, desde 2010. A partir do registro foram produzidos livro – com base no dossiê de proteção – e um vídeodocumentário sobre a Festa da Boa Morte.



LIVROS Referência no Brasil por ser uma das mais antigas instituições do país que executam políticas de proteção aos bens culturais, o IPAC vem lançando outros livros, como ‘Pano da Costa’, ‘Carnaval de Maragojipe’, ‘Desfile de Afoxés’ e ‘Festa de Santa Bárbara’; sendo que os três últimos são manifestações culturais já protegidas oficialmente pelo Estado da Bahia via registro.



Da coleção ‘Conversando sobre Patrimônio’ do IPAC, saíram ‘Salvaguarda do Patrimônio Afro-brasileiro, ‘Patrimônio e Festas’, ‘Patrimônio do Cortejo do 2 de Julho’, ‘ICMS Cultural’ e ‘Circuitos Arqueológicos’. O IPAC disponibiliza um vídeo sobre as publicações no link http://www.youtube.com/watch?v=XElsgnzxSx0.



Os livros estão disponíveis gratuitamente no site www.ipac.ba.gov.br, ao acessar o menu à esquerda no link ‘Publicações para download’. Ou os interessados podem procura a Coordenação de Articulação e Difusão (COAD) do IPAC, via (71) 3116-6945 e 3116-6737, e endereço eletrônico coad.ipac@ipac.ba.gov.br.



Outros dados sobre a proteção aos bens materiais e imateriais promovidas pelo IPAC, na sua Diretoria de Preservação do Patrimônio Cultural (DIPAT), via telefones (71) 3117-7496 e 3117-7498, ou endereço dipat.ipac@ipac.ba.gov.br. Fique informado ainda via o Facebook Ipacba Patrimônio e o Twitter @ipac_ba.


BOX opcional 1 – Sede Boa MorteA sede da Irmandade da Boa Morte é composta de quatro sobrados do século XVIII. Um dos imóveis do conjunto localizado na esquina cujafachada principal está voltada para a Rua Treze de Maio. A fachada lateral estávoltada para a Rua D’Ajudae a fachada posterior para o Largo D’Ajuda.Essa edificação abriga hoje a Capela da confraria. Sua fachada é destacada pelo medalhão com o símbolo da Irmandade fixado junto à porta central.O sobrado geminado composta por 4 pavimentos, possui espaços adaptados com a seguinte formatação: 1) Térreo - capela (reformada), área de exposição e área de vendas; 2) Primeiro pavimento - área de eventos, exposição, espaço para arquivo, administração, acervo técnico, manutenção, sanitários e uma pequena copa; 3) Segundo pavimento sala multiuso, cozinha, elevador; 4) Terceiro e último pavimento – manteve-se a estrutura original, incorporando na sala o espaço para a plataforma elevatória, para acesso privativo da Irmandade; 5) Pátio externo com área de apoio (banheiro, depósito, casa de gás e medidores).



BOX opcional 2 – Histórico IrmandadeA Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte se constituiu em 1820, a partir da formação de um grupo de mulheres negras africanas, que tinham como objetivos angariar fundos para a compra de cartas de alforria; assegurar a cada uma das integrantes da Irmandade um enterro adequado na ocasião de sua morte; além de viabilizar a proteção aos escravos fugitivos.A devoção a Nossa Senhora da Boa Morte em Cachoeira acontece desde o século XIX. Uma devoção exclusivamente feminina, constituída sob a invocação de Nossa Senhora da Boa Morte. Inicialmente esta devoção acontecia na Igreja da Barroquinha, de onde migraram a partir da década de 1820. Em Cachoeira, a Irmandade da Boa Morte ficou instalada inicialmente numa casa de nº41, na Rua da Matriz, chamada de Casa Estrela até obter sua sede definitiva, passando antes pela Igreja d’Ajuda.A despeito da abolição da escravatura em 1888, gerações de irmãs vêm, fielmente, realizando as festas religiosas anuais, mantendo vivas deste modo, as tradições antigas e os elementos do sistema de crenças afro-brasileiras.Símbolo cultural da cidade de Cachoeira, a Festa da Boa Morte, ultrapassa fronteiras e se constitui atualmente como um Patrimônio Imaterial do Estado da Bahia.No ano de 2009, a Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte solicitou ao Instituto do Patrimônio Artístico Cultural da Bahia – IPAC, o registro da Festa da Boa Morte.A partir daí deu início ao processo de referida festa como Patrimônio Cultural da Bahia. No ano seguinte, após a realização de pesquisas realizadas pela equipe técnica do IPAC, através da Subgerência e documentação – SUDOM - e aprovação do Conselho Estadual de Cultura, o Governo do Estado por meio do Decreto nº 12.227 de 01 de julho de 2010, reconhece a Festa da Boa Morte como Patrimônio Imaterial do Estado da Bahia.Para definição e dimensionar o campo a ser estudado, foi considerado o objeto em sua dinâmica histórica e social, observando a rede de relações estabelecidas pela interação dos diversos agentes dentro, sobre e em torno do objeto estudado.O processo de pesquisa compreendeu levantamento documental referente ao bem e mais sua historicidade, iconografia, jornais, bibliografia referente ao tema, entrevistas, acompanhamentos do evento, registro videográfico e fotográfico.

FOTOS anexas 
Crédito Fotográfico obrigatório - Lei nº 9610/98: Elias Mascarenhas

Assessoria de Comunicação – IPAC – em 13.08.2014
Jornalista responsável Geraldo Moniz (DRT-BA 1498)
(71) 8731-2641, 9922-1743, 9110-5099
(71) 3117-6490, 3116-6673
Texto-base: estagiária Fernanda Travasso
Facebook: Ipacba Patrimônio - Twitter: @ipac_ba



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