O Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura
(SecultBA) e Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC), inaugura
nesta sexta-feira (15), às 9h as obras de reforma e adaptação do Centro
Cultural da Irmandade da Boa Morte, em Cachoeira, na região do Recôncavo
baiano, data destinada às comemorações à Nossa Senhora da Boa Morte. No mesmo
dia, a SecultBA/IPAC fará entrega pública do livro bilíngue (inglês e
português) sobre a Festa da Boa Morte.
Foram investidos R$ 848,9 mil com recursos do Tesouro estadual, e os
serviços duraram cerca de um ano. As obras de restauro na sede consistem em
beneficiar a população de Cachoeira, a Irmandade da Boa Morte, usuários e
visitantes do local. “A intenção foi criar um centro cultural voltado para a
pesquisa, a documentação, a preservação e a divulgação da cultura negra, e em
especial, da Irmandade da Boa Morte”, explica o secretário de Cultura, Albino
Rubim. Segundo ele os imóveis que compõem a irmandade foram restaurados, com
melhoria na distribuição e na valorização dos espaços.
“As intervenções incluíram ações estruturais, com demolições e
realização de novas construções mas, também, de serviços como climatização
(térreo e primeiro pavimento) e renovação completa das instalações elétricas e
hidrossanitárias”, enfatiza a diretora geral do IPAC, arquiteta Elisabete Gándara.
Ainda foi realizada a imunização total das madeiras, a pavimentação da
garagem com piso de alta resistência e a substituição dos pisos da cozinha,
copas e sanitários, instalado elevador, e construída uma drenagem adequada para
as águas provenientes das rochas no interior da capela. Os serviços da
SecultBA/IPAC contemplaram igualmente a restauração de esquadrias de todas as
janelas dos imóveis, recuperação total da cobertura, assim como, as pinturas
interna e externa.
BENS
CULTURAIS PROTEGIDOS – Os imóveis da Boa Morte estão na
poligonal de tombamento federal como ‘Patrimônio Cultural do Brasil’,
integrando o Conjunto Arquitetônico e Paisagístico de Cachoeira, via Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), do Ministério da Cultura
(MinC).
“A cidade já havia sido beneficiada pelo Programa Monumenta do
IPHAN/MinC, executado pelo governo estadual, via IPAC/SecultBA e Fundação
Hansen, que juntamente com as cidades de São Félix e Lençóis, absorveram mais
de R$ 38 milhões em investimentos”, diz Elisabete Gándara. A diretora do IPAC
lembra também que a Festa da Boa Morte é registrada como ‘Patrimônio Cultural
da Bahia’, via IPAC/SecultBA, desde 2010. A partir do registro foram produzidos
livro – com base no dossiê de proteção – e um vídeodocumentário sobre a Festa
da Boa Morte.
LIVROS – Referência no Brasil por ser uma das mais antigas instituições do país
que executam políticas de proteção aos bens culturais, o IPAC vem lançando
outros livros, como ‘Pano da Costa’, ‘Carnaval de Maragojipe’, ‘Desfile de
Afoxés’ e ‘Festa de Santa Bárbara’; sendo que os três últimos são manifestações
culturais já protegidas oficialmente pelo Estado da Bahia via registro.
Da coleção ‘Conversando sobre Patrimônio’ do IPAC, saíram ‘Salvaguarda
do Patrimônio Afro-brasileiro, ‘Patrimônio e Festas’, ‘Patrimônio do Cortejo do
2 de Julho’, ‘ICMS Cultural’ e ‘Circuitos Arqueológicos’. O IPAC disponibiliza
um vídeo sobre as publicações no link
http://www.youtube.com/watch?v=XElsgnzxSx0.
Os livros estão disponíveis gratuitamente no site www.ipac.ba.gov.br, ao
acessar o menu à esquerda no link ‘Publicações para download’. Ou os
interessados podem procura a Coordenação de Articulação e Difusão (COAD) do
IPAC, via (71) 3116-6945 e 3116-6737, e endereço eletrônico coad.ipac@ipac.ba.gov.br.
Outros dados sobre a proteção aos bens materiais e imateriais promovidas
pelo IPAC, na sua Diretoria de Preservação do Patrimônio Cultural (DIPAT), via
telefones (71) 3117-7496 e 3117-7498, ou endereço dipat.ipac@ipac.ba.gov.br.
Fique informado ainda via o Facebook Ipacba Patrimônio e o Twitter @ipac_ba.
BOX opcional 1 – Sede Boa Morte – A sede da Irmandade da Boa Morte é
composta de quatro sobrados do século XVIII. Um dos imóveis do conjunto
localizado na esquina cujafachada principal está voltada para a Rua Treze de
Maio. A fachada lateral estávoltada para a Rua D’Ajudae a fachada
posterior para o Largo D’Ajuda.Essa edificação abriga hoje a Capela da
confraria. Sua fachada é destacada pelo medalhão com o símbolo da Irmandade fixado
junto à porta central.O sobrado geminado composta por 4 pavimentos, possui
espaços adaptados com a seguinte formatação: 1) Térreo - capela (reformada),
área de exposição e área de vendas; 2) Primeiro pavimento - área de eventos,
exposição, espaço para arquivo, administração, acervo técnico, manutenção,
sanitários e uma pequena copa; 3) Segundo pavimento sala multiuso, cozinha,
elevador; 4) Terceiro e último pavimento – manteve-se a estrutura original,
incorporando na sala o espaço para a plataforma elevatória, para acesso
privativo da Irmandade; 5) Pátio externo com área de apoio (banheiro, depósito,
casa de gás e medidores).
BOX opcional 2 – Histórico
Irmandade – A Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte se constituiu em 1820, a
partir da formação de um grupo de mulheres negras africanas, que tinham como
objetivos angariar fundos para a compra de cartas de alforria; assegurar a cada
uma das integrantes da Irmandade um enterro adequado na ocasião de sua morte;
além de viabilizar a proteção aos escravos fugitivos.A devoção a Nossa Senhora
da Boa Morte em Cachoeira acontece desde o século XIX. Uma devoção
exclusivamente feminina, constituída sob a invocação de Nossa Senhora da Boa
Morte. Inicialmente esta devoção acontecia na Igreja da Barroquinha, de onde
migraram a partir da década de 1820. Em Cachoeira, a Irmandade da Boa Morte
ficou instalada inicialmente numa casa de nº41, na Rua da Matriz, chamada de
Casa Estrela até obter sua sede definitiva, passando antes pela Igreja
d’Ajuda.A despeito da abolição da escravatura em 1888, gerações de irmãs vêm,
fielmente, realizando as festas religiosas anuais, mantendo vivas deste modo,
as tradições antigas e os elementos do sistema de crenças
afro-brasileiras.Símbolo cultural da cidade de Cachoeira, a Festa da Boa Morte,
ultrapassa fronteiras e se constitui atualmente como um Patrimônio Imaterial do
Estado da Bahia.No ano de 2009, a Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte
solicitou ao Instituto do Patrimônio Artístico Cultural da Bahia – IPAC, o
registro da Festa da Boa Morte.A partir daí deu início ao processo de referida
festa como Patrimônio Cultural da Bahia. No ano seguinte, após a realização de
pesquisas realizadas pela equipe técnica do IPAC, através da Subgerência e
documentação – SUDOM - e aprovação do Conselho Estadual de Cultura, o Governo
do Estado por meio do Decreto nº 12.227 de 01 de julho de 2010, reconhece a
Festa da Boa Morte como Patrimônio Imaterial do Estado da Bahia.Para definição
e dimensionar o campo a ser estudado, foi considerado o objeto em sua dinâmica
histórica e social, observando a rede de relações estabelecidas pela interação
dos diversos agentes dentro, sobre e em torno do objeto estudado.O processo de
pesquisa compreendeu levantamento documental referente ao bem e mais sua
historicidade, iconografia, jornais, bibliografia referente ao tema,
entrevistas, acompanhamentos do evento, registro videográfico e fotográfico.
FOTOS anexas
Crédito Fotográfico obrigatório - Lei nº 9610/98: Elias Mascarenhas
Assessoria de Comunicação – IPAC – em 13.08.2014
Jornalista
responsável Geraldo Moniz (DRT-BA 1498)
(71)
8731-2641, 9922-1743, 9110-5099
(71)
3117-6490, 3116-6673
Texto-base:
estagiária Fernanda Travasso
Facebook:
Ipacba Patrimônio - Twitter: @ipac_ba
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