sexta-feira, 18 de julho de 2014


Veja a repercussão da morte do escritor João Ubaldo Ribeiro

O escritor baiano João Ubaldo Ribeiro (Foto: Divulgação/Divulgação) 
O escritor baiano João Ubaldo Ribeiro
(Foto: Divulgação/Divulgação)
 
O escritor e acadêmico João Ubaldo Ribeiro morreu na madrugada desta sexta-feira (18), em sua casa no Leblon, no Rio, aos 73 anos. Ele foi vítima de uma embolia pulmonar, segundo o jornal "Bom Dia Rio".

João Ubaldo Ribeiro ganhou em 2008 o Prêmio Camões, o mais importante da literatura em língua portuguesa. Ele é autor de livros como “Sargento Getúlio”, “O sorriso dos lagartos”, “A casa dos budas ditosos” e “Viva o povo brasileiro”. Amigos do escritor lamentaram sua morte. Veja a repercussão:

Antônio Torres, escritor e membro da Academia Brasileira de Letras, ao G1
"Chocadíssimo. Como é que pode isso. Cabem todos os lugares comuns para ele nessa hora. Ele me chamava de compadre, não preciso dizer mais nada. Um dos maiores escritores da minha geração. O melhor de todos os tempos. Escrevi muito sobre o último livro
dele, o 'Albatroz Azul', que falava justamente de vida, morte e renascimento. Uma pintura o texto desse romance, com toda luminosidade de Itaparica. Não sei o que dizer. Ele era muito querido, um colega e tanto e junto com Moacyr Scliar, outro escritor que também já faleceu, era meu parceiro preferido de palestras pelo mundo. Frankfurt, Paris, Rio de Janeiro, Aracaju. Temos uma longa estrada juntos, uma estrada de uma geração. Somos baianos. Ele do litoral, eu do sertão. Eu nasci quatro meses antes dele. A cada janeiro eu ficava mais velho do que ele quatro meses. Em setembro nós empatávamos. É a vida, não há muito que dizer. Meus sentimentos à família, aos colegas acadêmicos e ao Brasil."

Ignácio de Loyola Brandão, escritor e jornalista, ao G1
"Não consigo acreditar na notícia. João Ubaldo. Minha geração se vai. Companheiro de tantas viagens, conversas, risos. Percursos loucos pela Alemanha, João imitando a perfeição a fala alemã. Um personagem. Foi se encontrar com Glauber, a quem venerava, com Jorge Amado, que idolatrava, com Zélia, com Scliar. Assim como ele disse, décadas atrás, em um
hotel de Colônia, aos gritos: Que falta você faz, Glauber, digo agora, que falta você faz João Ubaldo."

Gerado Holanda Cavalcanti, presidente da ABL, em comunicado oficial
"É uma grande perda para a Academia, para o romance e o jornalismo nacionais. João Ubaldo Ribeiro deixa uma obra de excelência. Estamos todos muito chocados com a notícia."


Jaques Wagner, governador da Bahia, em comunicado oficial
"A obra deixada por João Ubaldo Ribeiro nos auxilia, neste momento, a superar a dor pela sua perda. Imortal das
academias de letras do Brasil e da Bahia, irônico e bem-humorado, soube como poucos desvendar as entranhas da epopeia brasileira. Sua crítica social muitas vezes incomodava, porém também apontava caminhos. Ubaldo é leitura essencial para quem quiser contribuir para a construção de uma sociedade melhor. Minhas condolências aos familiares e amigos."

ACM Neto, prefeito de Salvador, em comunicado oficial
"Com humor e crítica
social, João Ubaldo foi fundamental para divulgar a identidade da Bahia e, principalmente, de sua Itaparica, no Brasil e no mundo. No final deste mês será apresentado o edital para a publicação das cinco primeiras obras do prêmio pela Fundação Gregório de Mattos, nas cinco categoriais: romance, conto, poesia, dramaturgia e infantil. Nós, que estávamos homenageando João Ubaldo, vamos continuar nos inspirando em tudo que ele representa para a literatura mundial para estimular o surgimento de novos talentos."

Artur Xexéo, jornalista, à GloboNews
"Um escritor que deu sempre alegria para gente. Ele era um grande contador de histórias. Ele vem na tradição da literatura regional no nível de escritores como Guimarães Rosa, Graciliano Ramos, Jorge Amado. Não é por acaso que suas obras recebem os maiores prêmios e costumam ser adaptadas para outros formatos. Tive o privilégio de conviver com ele durante a Copa do Mundo da Alemanha e o João Ubaldo acordava muito cedo, já esperava alguém aparecer no hall do hotel para conversar e a gente começava o dia assim, conversando, ele só tinha história boa para contar."


Zuenir Ventura, escritor, à GloboNews
"Fiquei totalmente em estado de choque. Não tive tanto contato com ele quanto gostaria. Fomos apresentados pelo Glauber Rocha, que era amigo de infância dele, e o Jorge Amado, em uma entrevista que ele me deu, também me falou do João Ubaldo. Ele era um grande contador de história, com aquela voz dele de locutor e o humor que ele tinha. Ele era um showman, grande romancista e cronista. Ele teve um problema com alcoolismo e esteve muito mal, mas superou tudo isso. A última vez que eu o vi ele estava alegre, numa fase boa, com projetos. Foi inesperado."


Nélida Piñon, escritora e imortal da Academia Brasileira de Letras, à GloboNews
"Era uma figura formidável. Dava gosto conversar com ele. Ele não frequentava tanto a ABL como queríamos, mas nunca deixava de ir nas coisas importantes da casa. Foi uma aquisição muito importante para nós. Sentimos muita falta dele. Ele era de uma irreverência extraordinária. Grande perda."


Fafá de Belém, cantora, no Twitter
"Acordei com a notícia da 'partida' de mais um amigo querido. Estou triste, João Ubaldo Ribeiro partiu nesta madrugada... Millôr deve estar esperando por ele e à nós resta a dor, a lembrança e a a saudade #luto."


Gabriel Chalita, professor e escritor, no Twitter
"João Ubaldo Ribeiro era um mestre da irreverência, um grande escritor. Conquistou seu lugar na história. Descanse em paz."


Gerald Thomas, diretor de teatro, no Twitter
"Meus pêsames, família de João Ubaldo Ribeiro!"


Júlio Rocha, ator, no Twitter
"João Ubaldo Ribeiro vai fazer muita falta, deixa um legado brilhante!"


Fonte: Do G1, em São Paulo

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