Dirceu cumpre expediente fora do presídio sob os holofotes da mídia conservadora
Em seu primeiro dia de trabalho no regime semiaberto, ao qual foi
condenado no julgamento da Ação Penal (AP) 470, do Supremo Tribunal
Federal, o ex-ministro José Dirceu deixou o Centro de Progressão
Penintenciária do Distrito Federal nesta quinta-feira, cercado por
fotógrafos e repórteres, principalmente dos veículos ligados à mídia
conservadora. Dirceu foi alvo de um cerco por parte destes
jornais e revistas desde o início do julgamento, conhecido como
‘mensalão’. O ex-ministro deixou o prédio às 7h25m, vestindo paletó
cinza escuro, calça jeans e camisa azul.
José Dirceu trabalhou durante todo o dia no escritório do advogado
José Gerardo Grossi, das 9 às 18 horas, com direito a duas horas de
almoço. Sua principal tarefa é organizar a biblioteca do escritório que,
segundo Grossi, está “uma bagunça”, pela qual receberá o salário de R$
2,1 mil por mês.
– Se ele quiser trabalhar, terá muito trabalho. Se não quiser, será
mandado embora como qualquer outro funcionário – avaliou o advogado, em
conversa com jornalistas.
Ao chegar, Dirceu dirigiu-se à portaria, fez seu cadastro no prédio e
subiu ao 9º andar, acompanhado de dois colegas de trabalho. Grossi, aos
jornalistas, disse que está ciente de que a presença de Dirceu atrairá a
atenção da imprensa, principalmente nestes primeiros dias. Ele entende,
no entanto, que se trata de um fato previsível, afinal, Dirceu é um dos
mais importantes líderes políticos do país e tratado com admiração por
grande parte do PT, legenda a qual participa desde a sua fundação.
– É natural que isso (o assédio da imprensa) aconteça. O Zé virou a
Geni, do Chicio Buarque – disse Grossi, em referência à perseguição e
aos rompantes do ex-ministro do STF, Joaquim Barbosa.
Com o direito ao regime semiaberto, após cumprir oito meses fechado
no presídio, Dirceu foi transferido da Papuda para o Centro de
Progressão Penitenciária (CPP), onde estão os presos autorizados a
trabalhar fora da cadeia. Dirceu reconquistou seu direito depois que
Plenário do STF derrubou a decisão de Barbosa, que o mantinha trancado desde 15 de novembro do ano passado, quando teve a prisão decretada.
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