Com 25 anos de reforma, a tradicional Fábrica de Charutos Dannemann, sediada na cidade de São Félix, promove na atualidade a produção de charutos feitos à mão por mulheres charuteiras. Desde o início da década de 90, eventos culturais de níveis regional e internacional – como o “Festival de Filarmônicas do Recôncavo (FESTIFIR)” e a destacada “Bienal do Recôncavo” – se consolidaram na agenda cultural da cidade com o apoio do “Centro Cultural Dannemann”, uma frente da empresa responsável por gerir projetos voltados para a comunidade.

Este ano, o Centro Cultural tem oficialmente um fim, bem como os eventos que eram realizados pela antiga coordenação, o que na realidade promete ser um recomeço para novas atividades culturais, artísticas e educacionais voltadas diretamente para a população de São Félix e cidades vizinhas.

dannemann

Em uma entrevista exclusiva ao Portal A Ponte, o presidente da fábrica de charutos Dannemann, Hans Leusen, representante da empresa no Brasil, confirmou que as decisões que levaram ao desmembramento do Centro Cultural foram tomadas pelos dois sócios majoritários suíços que atualmente detêm as ações da empresa.

“Para os proprietários, ao longo destes 20 anos, a Bienal se desviou do propósito inicial, que era atender a uma demanda social que o Recôncavo demonstra. Definitivamente, o Centro Cultural Dannemann deixa de existir e com ele a Bienal do Recôncavo. O que já está sendo elaborado são novas atividades sociais, educativas e culturais que serão anunciadas por um novo Conselho Diretor”, declarou Leusen.

Para gerir esta nova fase, a diretoria da Dannemann vem realizando ao longo dos últimos quatro meses uma rigorosa seleção com candidatos que mostram habilidades com projetos sociais voltados para a juventude. Ao todo, foram oito candidatos, dois dos quais estão em fase de análise final. Desta seleção sairá o novo coordenador das atividades socioculturais da Dannemann.

Hans Leusen

“Com o encerramento desta etapa será criado oficialmente o Instituto Dannemann. Agora estamos retomando a ideia de utilizar da música, da dança e das artes de modo geral para atrair as pessoas para este espaço que com os anos acabou sendo visto como algo que não pertence à população e esse foi um dos principais motivos que levaram a esta decisão da empresa”, afirmou.

Perguntado sobre o futuro da Bienal do Recôncavo, que fortalece também o turismo e a visibilidade da cidade de São Félix, a única certeza que o presidente esboça é de que agora o evento de artes está lançado abertamente a grupos organizados que desejem dar continuidade.

“Desejamos que a Bienal e o Festival de Filarmônicas do Recôncavo, eventos geridos e antes financiados pela Dannemann, possam agora receber incentivos de outras entidades para continuar acontecendo, como foi em 2013 com o 13º FESTIFIR, a partir da realização da Prefeitura de São Félix. Torço pessoalmente para que a comunidade abrace e realize em breve a 12ª Bienal do Recôncavo”, salientou o presidente Hans Leusen, que aos 78 anos deixa no final de 2014 o cargo que ocupou ao longo de 34 anos para se aposentar.

Texto: Toni Caldas / Agência Contínua Comunicação