Genoino e Dirceu recebem de volta o direito de trabalhar fora do
presídio
Barroso foi enfático ao afirmar que 'mensalão' é um 'ponto fora da
curva'
Embora o Supremo Tribunal Federal (STF) tenha negado a concessão de
prisão domiciliar para o ex-presidente do PT José Genoino, o ministro relator
do pedido, Luís Roberto Barroso, colocou o dia 25 de agosto deste ano como data
limite para que volte a rever o caso, com o vencimento de prazo fatal para que
o líder petista possa cumprir o restante de sua pena em regime domiciliar. Caso
seja chamado a trabalhar, Genoino terá garantido o seu direito a passar o dia
fora do presídio. O julgamento ocorreu na tarde desta quarta-feira.
Barroso votou contra a solicitação do ex-ministro da Defesa, durante o
governo da presidenta Dilma Rousseff, para que fosse transferido,
imediatamente, do regime semiaberto para prisão domiciliar, devido ao estado de
saúde dele, que não é grave, segundo os laudos médicos, e para que não se
praticasse uma exceção diante do elevado número de prisioneiros com problemas
de saúde tão ou mais graves do que a cadiopatia da qual o ex-deputado é
portador.
Sete ministros acompanharam o voto do relator: Teori Zavascki, Rosa
Weber, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Celso de Melo e Marco Aurélio
Mello. A favor da prisão domiciliar votaram Dias Toffoli e Lewandowski. Joaquim
Barbosa não participou da sessão em que veria derrotada, no momento seguinte, a
tese de que o ex-ministro José Dirceu e os demais presos após julgada a Ação
Penal 470 não poderiam cumprir suas penas em regime semiaberto, com direito a
trabalho externo.
Barroso colocou-se, “filosoficamente”, a favor da prisão domiciliar,
mas afirmou que a atual legislação não prevê a concessão do benefício em casos
como os de Genoino. Segundo seu voto, os laudos médicos não asseguram a
necessidade imediata do benefício e a situação de centenas de outros presos no
sistema do Distrito Federal é similar ou pior do que a de Genoino. O magistrado
citou o levantamento da Vara de Execuções Penais (VEP) de que além de 11 presos
internados, há no sistema 306 hipertensos, 16 cardiopatas, dez com câncer, 56
com diabetes e 65 com HIV.
– A situação é preocupante e inspiradora de cuidados como é a situação
do agravante não é diferente da de centenas de detentos. Estaria produzindo uma
exceção e esse entendimento não teria como ser reproduzido para todas as
pessoas seriamente doentes que se encontram no sistema carcerário – afirmou.
Quanto ao direito a trabalhar fora do presídio, Genoino, Dirceu e os
demais requerentes do benefício, segundo decisão da Corte Suprema, por maioria,
foram liberados, em uma derrota, até agora, sem precedentes para o presidente
demissionário do STF, ministro Joaquim Barbosa.
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