As manifestações de Junho 2013
Por Antonio Eduardo Alves de Oliveira
Professor de Ciência Política UFRB. Secretário da
APUR.
No dia 13 de junho, uma importante passeata foi
realizada em São Paulo, contra o aumento de vinte centavos no transporte
coletivo, organizada pelo Movimento Pelo Passe Livre. A indignação contra a
repressão policial aos manifestantes serviu de estopim para a ampliação das
mobilizações contra o aumento das passagens e pela conquista do passe livre nos
transportes, realizadas em diversas capitais brasileiras.
Após essas manifestações populares,
levantou-se, em todo o país, uma enorme onda de mobilizações populares, as
maiores das últimas décadas.
Essas imensas e intensas manifestações, com
participantes portando seus cartazes, ocuparam as ruas e desafiaram a inercia
social, constituindo, sem dúvida, um espetacular terremoto político que pegou
de surpresa os governos, em todas as suas esferas e escalas, os monopólios
capitalistas dos transportes, a direita e a esquerda do espectro político e a
imprensa.
Pelo inesperado e inusitado, tais eventos
trouxeram consigo uma multiplicidade de temas e questões que podem ser
levantadas em paralelo. Podem-se apresentar aspectos marcantes das
manifestações, como o papel das redes sociais, a espontaneidade dos
manifestantes, os mecanismos excludentes de funcionamento das cidades, como o
transporte coletivo controlado por máfias empresariais etc.
Além disso, é importante destacar: o que
aconteceu no Brasil, em junho 2013, é contemporâneo com outras mobilizações
recentes no mundo, como a chamada Primavera Árabe, os indignados na Espanha, os
occupy nos Estados Unidos, entre
outros.
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