terça-feira, 10 de junho de 2014

As manifestações de Junho 2013

Por Antonio Eduardo Alves de Oliveira
Professor de Ciência Política UFRB. Secretário da APUR.

No dia 13 de junho, uma importante passeata foi realizada em São Paulo, contra o aumento de vinte centavos no transporte coletivo, organizada pelo Movimento Pelo Passe Livre. A indignação contra a repressão policial aos manifestantes serviu de estopim para a ampliação das mobilizações contra o aumento das passagens e pela conquista do passe livre nos transportes, realizadas em diversas capitais brasileiras.
Após essas manifestações populares, levantou-se, em todo o país, uma enorme onda de mobilizações populares, as maiores das últimas décadas.
Essas imensas e intensas manifestações, com participantes portando seus cartazes, ocuparam as ruas e desafiaram a inercia social, constituindo, sem dúvida, um espetacular terremoto político que pegou de surpresa os governos, em todas as suas esferas e escalas, os monopólios capitalistas dos transportes, a direita e a esquerda do espectro político e a imprensa.
Pelo inesperado e inusitado, tais eventos trouxeram consigo uma multiplicidade de temas e questões que podem ser levantadas em paralelo. Podem-se apresentar aspectos marcantes das manifestações, como o papel das redes sociais, a espontaneidade dos manifestantes, os mecanismos excludentes de funcionamento das cidades, como o transporte coletivo controlado por máfias empresariais etc.
Além disso, é importante destacar: o que aconteceu no Brasil, em junho 2013, é contemporâneo com outras mobilizações recentes no mundo, como a chamada Primavera Árabe, os indignados na Espanha, os occupy nos Estados Unidos, entre outros.


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