A perseguição desumana e covarde de JB a dois homens indefesos
01/05/2014 | por : Paulo
Nogueira
O que Joaquim Barbosa faz
com Genoino e Dirceu não tem nada a ver com o conceito de justiça em si – um
ato em que existe ao menos uma parcela de uma coisa chamada isenção, ou
neutralidade, para usar uma palavra da moda.
Barbosa é movido por um ódio
infinito.
Ele mantém Dirceu confinado
na Papuda por raiva. E quer Genoino engaiolado, mesmo com problemas cardíacos,
também por raiva.
A precariedade do sistema
jurídico brasileiro é tamanha que se dá a um homem poder para fazer o que
Barbosa vem fazendo, com uma hipócrita base de fatos que são fabricados para
que a perseguição tenha ares legais.
Você escolhe médicos que vão
dizer que Genoino está bem, e que não precisa de cuidados especiais. Isto
funciona como aqueles repórteres da Veja que são escalados para provar, aspas,
teses já definidas antes da primeira entrevista. O objetivo não é descobrir
coisas, não é investigar um assunto. É chancelar uma conclusão que vem na
frente dos fatos.
E depois que os médicos
fazem seu servico abjeto, você exerce sua vingança mesquinha como se fosse um
magistrado de verdade.
O caso de Dirceu é
igualmente vergonhoso. Uma nota de jornal — um jornal tão famoso pelos erros
que conquistou a alcunha de Falha de S.Paulo — vira uma prova contundente
contra Dirceu. Numa inversão monstruosa da ideia da justiça, você tem que
provar a inocência, e não o contrário.
Num cenário de reiterada
desumanidade, destoou o gesto do deputado Jean Wyllys ao se negar a inventar
‘regalias’ para Dirceu. O partido de Wyllys faz oposição ao PT, e era
presumível, diante do que se tem visto na cena política do país, que ele
denunciasse as condições ‘espetaculares’ de Dirceu na Papuda.
Mas Wyllys optou pela
honestidade. Relatou o que viu. Foi fiel ao que testemunhou. Não adulterou o
que seus olhos encontraram. Seria um gesto banal, não fosse o ambiente de cinismo,
cálculo e desonestidade que domina hoje o debate político nacional numa
reprodução do que aconteceu, com trágicas consequências, em 1954 e 1964.
Joaquim Barbosa
provavelmente esteja frustrado. O sonho de virar presidente naufragou
miseravelmente. Só a mídia queria, além dele próprio e de um punhado de
fanáticos de direita.
Ele foi obrigado a despertar
para a dura realidade de que os holofotes lhe são dados apenas para dizer o que
interessa à mídia. Ele queria falar recentemente do processo que move contra
Noblat por alegado racismo. Ninguém na imprensa lhe deu espaço. Tentou trazer
este assunto na entrevista que deu a Roberto Davila na Globonews. Davila mudou
de assunto com um sorriso.
As declarações de Lula sobre
o conteúdo político do Mensalão também não devem ter ajudado no humor de
Barbosa. Sua obra magna, aspas, corre um sério risco de se desfazer em
impostura.
Joaquim Barbosa é hoje uma
fração do que pareceu ser, e amanhã será ainda menor, e o que sobrar
provavelmente se cobrirá de ignomínia para a posteridade.
Para Dirceu e Genoino, o
problema é que enquanto ele não volta ao nada de que saiu JB se dedica à arte
sadica de persegui-los, sem que eles consigam se defender, prostrados que estão
pelas circunstâncias, cada qual de seu jeito.
Neste sentido, não é apenas
uma vingança, mas uma covardia.
(reprodução Correio do Brasil)
Não é justiça. É vendetta.
O que Joaquim Barbosa faz com
Genoino e Dirceu não tem nada a ver com o conceito de justiça em si – um
ato em que existe ao menos uma parcela de uma coisa chamada isenção, ou
neutralidade, para usar uma palavra da moda.
Barbosa é movido por um ódio infinito.
Ele mantém Dirceu confinado na Papuda por raiva. E quer Genoino engaiolado, mesmo com problemas cardíacos, também por raiva.
A precariedade do sistema jurídico
brasileiro é tamanha que se dá a um homem poder para fazer o que Barbosa
vem fazendo, com uma hipócrita base de fatos que são fabricados para
que a perseguição tenha ares legais.
Você escolhe médicos que vão dizer que
Genoino está bem, e que não precisa de cuidados especiais. Isto funciona
como aqueles repórteres da Veja que são escalados para provar, aspas,
teses já definidas antes da primeira entrevista. O objetivo não é
descobrir coisas, não é investigar um assunto. É chancelar uma conclusão
que vem na frente dos fatos.
E depois que os médicos fazem seu servico abjeto, você exerce sua vingança mesquinha como se fosse um magistrado de verdade.
O caso de Dirceu é igualmente vergonhoso. Uma nota de jornal — um jornal tão famoso pelos erros que conquistou a alcunha de Falha de S.Paulo —
vira uma prova contundente contra Dirceu. Numa inversão monstruosa da
ideia da justiça, você tem que provar a inocência, e não o contrário.
Num cenário de reiterada desumanidade,
destoou o gesto do deputado Jean Wyllys ao se negar a inventar
‘regalias’ para Dirceu. O partido de Wyllys faz oposição ao PT, e era
presumível, diante do que se tem visto na cena política do país, que ele
denunciasse as condições ‘espetaculares’ de Dirceu na Papuda.
Mas Wyllys optou pela honestidade.
Relatou o que viu. Foi fiel ao que testemunhou. Não adulterou o que seus
olhos encontraram. Seria um gesto banal, não fosse o ambiente de
cinismo, cálculo e desonestidade que domina hoje o debate político
nacional numa reprodução do que aconteceu, com trágicas consequências,
em 1954 e 1964.
Joaquim Barbosa provavelmente esteja
frustrado. O sonho de virar presidente naufragou miseravelmente. Só a
mídia queria, além dele próprio e de um punhado de fanáticos de direita.
Ele foi obrigado a despertar para a dura
realidade de que os holofotes lhe são dados apenas para dizer o que
interessa à mídia. Ele queria falar recentemente do processo que move
contra Noblat por alegado racismo. Ninguém na imprensa lhe deu espaço.
Tentou trazer este assunto na entrevista que deu a Roberto d’Ávila na Globonews.
D’Ávila mudou de assunto com um sorriso. As declarações de Lula sobre o
conteúdo político do ‘mensalão’ também não devem ter ajudado no humor
de Barbosa. Sua obra magna, aspas, corre um sério risco de se desfazer
em impostura.
Joaquim Barbosa é hoje uma fração do que
pareceu ser, e amanhã será ainda menor, e o que sobrar provavelmente se
cobrirá de ignomínia para a posteridade. Para Dirceu e Genoino, o
problema é que enquanto ele não volta ao nada de que saiu JB se dedica à
arte sadica de persegui-los, sem que eles consigam se defender,
prostrados que estão pelas circunstâncias, cada qual de seu jeito.
Neste sentido, não é apenas uma vingança, mas uma covardia.
Paulo Nogueira é jornalista, fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
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