Coluna Verdade
Por Aderbal Burgos*
Por Aderbal Burgos*
Política
Marina
Silva, fenômeno eleitoral
Marina
não conseguiu registrar seu partido, Rede de Sustentabilidade, no Tribunal
Superior Eleitoral, motivado por 91 mil eleitores a menos, conforme requer a
legislação para que ela pudesse concorrer às eleições como candidata a
presidente da República. No ABCD (Santo André, São Bernardo, São Caetano e
Diadema) onde o PT tem influência, os cartórios eleitorais atuaram com
“vagareza”, os inimigos “fizeram jus”, tiraram Marina do páreo. Na pesquisa de
06 de abril de 2014, Dilma caiu 6%, obteve 38%.
Na pesquisa anterior, do dia 20 de fevereiro, ela estava com 44%, 12
pontos à frente da soma de seus principais adversários - Aécio Neves e Eduardo
Campos. Marina que é vice de Eduardo Campos, do PSB, obteve, mesmo fora da
disputa, 27%. Não conseguiu transferir um sequer para Eduardo Campos que é o
candidato a presidente que obteve na mesma pesquisa, apenas 10% na preferência
popular. Assim, Dilma ganha no primeiro turno. Só invertendo a chapa: Marina,
para presidente e Eduardo Campos, para vice, haverá segundo turno.
Assalto
cruel em Belém
Às
6h30min da manhã do dia 14/03/2014, quatro ladrões invadiram a fazenda do
falecido Dr. Geraldo Salles, fizeram barbaridades: imobilizaram os servidores
Val e Neco, torturam a ambos e também as esposas, jogaram gasolina em todos e
na casa, ameaçando incendiá-los, cortaram os cabelos das mulheres com facas
afiadas, agrediram as crianças de 10 anos de idade, com tapas.
Socorro
precário
Pessoas
da comunidade viram a movimentação. Chamaram a polícia. A ação dos marginais
durou mais de duas horas, buscavam que os servidores abrissem um quarto do
imóvel principal da fazenda, que, segundo eles, no local havia um depósito de
armas de grosso calibre, além de obras de arte. Os servidores não dispunham das
chaves nem nunca ouviram falar que ali havia um quarto com armas e obras de
arte. A viatura policial só chegou ao local duas horas depois de acionada. Os
marginais já tinham se evadido, deixando as vítimas desmaiadas devido à
gravidade das torturas, todos em estado lastimável.
Ambulância
Para dar
socorro, a ambulância de Belém foi chamada, mas não foi encontrada. Estava
sumida há uma semana. A ambulância do Alecrim foi então chamada e conduziu a
todos para o Hospital da Santa Casa, em Cachoeira. Um dos espancados, foi
conduzido no veículo Santana, do filho de Lelinho. Neco foi medicado, ficou
internado, teve alta um dia depois, voltou para casa. Val permaneceu no
hospital, em estado lastimável.
Belém
está carente de tudo
Segurança
não há. No caso acima, a polícia só apareceu duas horas depois de chamada. Os
policiais nada fizeram.
Memória
Seqüência da publicação nesta Coluna de textos
extraídos da obra “Fragmentos de Memória da Polop na Bahia”, Organização Revolucionária
Marxista, de autoria do militante Orlando Miranda, do livro “Victor Meyer”, um
revolucionário”, de autoria do deputado federal Emiliano José, com que os
leitores possam medir a coragem e compromisso de quem de fato resistiu e lutou
pela queda da Ditadura Militar, buscando a restauração da democracia no Brasil.
A Polop na Bahia
Após o golpe militar, a Polop procurou se reestruturar
para enfrentar as novas condições de luta, empreendendo um esforço de
reorganização a nível nacional. Teotônio dos Santos, então dirigente nacional,
esteve na Bahia onde ministrou um curso sobre as concepções da Organização para
os contatos que foram rearticulados. Foi um ponto de partida para a retomada
dos trabalhos. A expansão da Polop foi considerável nos anos pós-golpe, fruto
de uma atividade agressiva, de constante confronto com as teses reformistas. Na
Bahia, logo nos estruturamos nas principais escolas e no meio secundarista.
Fazíamos uma intensa divulgação do material impresso da Organização, com
excelente retorno. Data dessa época o lançamento pela Polop do
Manifesto-Programa (precursor do famoso Programa Socialista para o Brasil), com
esboço das suas principais propostas programáticas. A divulgação desse
Manifesto, aliado aos "Cadernos da Esquerda Revolucionária", teve
importante repercussão nos meios politizados. Os "Cadernos" foram
textos lançados periodicamente, com o objetivo de fornecer argumentos à
militância. Alguns deles marcaram época: Por um Governo Revolucionário dos
Trabalhadores (na 1, set./64); Frente de Libertação ou Partido Revolucionário
(ns 3); Redemocratização ou Governo Revolucionário (na 8). É também dessa época
o "Informe Nacional", publicação semanal de acompanhamento político
da conjuntura, que circulou de 1965 a 1967.
No movimento
estudantil, Pery Falcón, aos poucos, foi
se destacando como liderança de massas. Sua ação fez surgir na Escola de
Engenharia um forte grupo de militantes e simpatizantes da Polop, sendo os
principais entre 1964-1966, eu, Renato Baiardi e José Mota. Pery chegou a ter grande
liderança no movimento estudantil, com intervenções brilhantes nas assembléias.
Eram comuns os seus embates com Marcelo Cordeiro, que facilmente perdia a calma
com o estilo irônico de Pery.
A ala feminina da Organização nessa fase era composta
pelas irmãs de Pery: Jelma, Jacema e Yara. Havia ainda a Alexandrina, amiga de
Yara. As duas iriam posteriormente para São Paulo, onde desempenhariam
atividades de "integração na produção", no ABC paulista. Havia outras
militantes, com as quais não tive muita aproximação. O meu envolvimento com a
Polop logo foi além da ação no meio estudantil. Ao ingressar na Organização, no
início de 1964, fui apresentado ao Hermano ("Dario" ou
"Armando"). Era do Sul do estado e supostamente se mudara para
Salvador após o golpe. Atuava como dirigente máximo, entrevistando previamente
os quadros para aprovar o ingresso. Mantinha certo rigor na ação clandestina,
preservando a sua identidade. Mesmo assim fiquei sabendo que ele estudava na
Escola de Eletromecânica, no bairro de Nazaré, e namorava Jelma, irmã de Pery.
Concentrava em suas mãos os contatos com os diversos quadros que foram
retomados após o golpe militar. Recolhia as finanças e redigia os materiais.
*Aderbal Caetano Burgos, cachoeirano, filho do
saudoso ex-prefeito Stênio Burgos, viveu 25 anos na clandestinidade, líder
militante na POLOP contra o golpe militar de 1964, que implantou a ditadura no
Brasil, processado e condenado, atualmente anistiado, mora na sede do
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