“Estou velho. Isto é uma vergonha!”, brinca Gil Gomes, que fez o novo programa de Geraldo Luís ‘bombar’ na audiência
Como foi prometido, na estreia do "Domingo
Show", da Record, Geraldo Luís mostrou uma reportagem longa, emocionante e
reveladora de Gil Gomes, o radialista e cronista policial mais famoso do Brasil.
Para se ter uma ideia em alguns momentos no minuto a minuto, a nova atração
ficou na frente da Globo. Às 14h50, o placar estava assim: 14,7 Record, 9,5
Globo, 5, 5 SBT e Band 2 pontos (cada ponto equivale a 65 mil domicílios).
A matéria durou quase uma hora e meia e mostrou um Gil
Gomes (aos 73 anos) mais gordo e debilitado por conta do Parkinson. Logo no
começo da reportagem a impressão que se deu é que Geraldo Luís ajudou no
tratamento dentário de Gil (deu até para o próprio entrevistado fazer um
'merchan'). Enfim, por conta da doença, Gil disse que voltou a ser gago (ele
foi gago até os 9 anos de idade). "Por isso não posso voltar para o
rádio", lamentou. Ele também lembrou da época em que era narrador
esportivo. "Transmiti luta de boxe com o Boris Casoy. É, estou velho,
Geraldo. Isso é uma vergonha!", disse ele, imitando o jornalista da Band.
Pelo que foi mostrado, Gil não está tão mal de
dinheiro como se falou há algum tempo. "Joguei muito, gostava de cassino e
ainda gosto. Comprei muitos cavalos. Tive 250. Ganhei muito dinheiro. Tudo isso
me comprometeu financeiramente, mas não acabou com a minha vida. Ajudei muita
gente. Só não ajudei a mim mesmo. Morava numa casa no Morumbi que tive de me
desfazer quando o 'Aqui Agora' (SBT) acabou. Também vi que o rádio tinha
acabado para mim. Então, vendi. Não guardei dinheiro porque achei que não
precisava e que não ficaria velho. Aliás, achava que trabalharia até o fim da
minha vida", contou ele, que ainda completou. "Tive muitas mulheres,
claro. Foram paixões. O único amor foi minha ex-mulher Eliana".
Tirando o fato de não estar trabalhando, o cronista
não lamentou a vida que leva. Ele diz receber visitas contantes dos filhos, dos
amigos (entre artistas e policiais). "Gosto de viver sozinho porque quero
preservar minha privacidade. Eu durmo tarde, sou meio surdinho, gosto de ouvir
a TV no último volume e solto pum na hora que eu quero. As mulheres reclamavam
que meu pum era muito fedido".
Massacre do Carandiru: "Foram mais de 300
mortos"
Geraldo levou Gil Gomes até o Parque da Juventude onde
ficava o antigo complexo penitenciário do Carandiru. "Estive aqui no dia
seguinte ao massacre. O necrotério era minha segunda casa. Passei lá e em um
primeiro momento não me deixaram entrar. Era um dia de eleição e estranhei. Fui
ao bar o lado e ouvi um funcionário lamentando. Ele disse: 'Chegaram muitos
corpos, mais de 300. Não tive tempo nem de almoçar!'. Voltei ao necrotério e
entrei no grito. Me assustei ao ver cerca de 300 corpos. Não eram 111, eram
mais de 300. Eu comentei isso na viatura e a notícia se espalhou pela
imprensa", revelou. Segundo Gil, ele nunca foi chamado para depor em um
julgamento sobre o assunto. "Nunca ninguém me procurou para contar. Fui
testemunha. O julgamento não vai dar em nada. Por que nunca me chamaram? Porque
nunca a verdade aparece neste país".
Estreia morna
Em tempo, Gil Gomes foi a melhor coisa do
"Domingo Show". No mais, o programa trouxe Sabrina Sato, que ficou
meio perdida no palco (ela revelou que seu programa estreará no dia 26 de abril)
e o cantor do hit Lepo Lepo. Não houve novidades. Foi mais do mesmo aos
domingos.
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