A Maçonaria à beira do abismo
"Escreve, pois, as coisas que viste, e as que são, e as que hão de acontecer depois destas." (Apocalipse 1:19)
Por Milton Simon Pires
Perdoem-me,
meus irmãos, pelo titulo assustador do artigo. É que escrevo com sede
de lucidez e afogado em desespero. Não tenham a meu respeito aquela
opinião do aprendiz que desbasta a pedra bruta com maço e cinzel
recicláveis, daquele companheiro com estrela no peito e daquele mestre
que não tem medo de ser feliz .
Peço
a vocês alguns instantes de paciência e atenção. Lembrem-se por favor
daquele pobre carpinteiro judeu, ele mesmo ao meu ver um grande maçom,
que viveu e morreu na pobreza mas a quem Roma nunca concedeu bolsa
família. Recordem-se de que ele não precisou fraudar concurso para
entrar no Reino de seu Pai e que, ao ser crucificado ao lado de ladrões,
não tinha a seu favor nenhum juiz do Supremo Tribunal.
Meus
irmãos, desculpem o jogo de palavras, mas me parece que nada pode ser
mais politicamente incorreto do que se discutir política na sociedade de
hoje. Nem precisamos nos preocupar com nossos landmarks que nos proíbem
de fazê-lo em loja porque vivemos numa espécie de grande Facebook em
que suscitar polêmicas é de mau gosto. Ironicamente a democracia, levada
ao seu grau mais extremo de corrupção, fez com que todos nos calássemos
sem necessidade de ameças ou golpes militares.
De
pé e à ordem pois, para ouvirem aqui as razões de tal situação. Não vou
usar de meias palavras para dizer a vocês que homens e mulheres,
verdadeiros marginais do poder como disse o ministro Celso de Melo,
tomaram o Estado brasileiro. Assediaram a República, prostituíram-na,
mancharam-lhe a honra e a dignidade de uma maneira que não encontra
precedente em nossa história. É aterrador o efeito causado pela
revelação daquilo que fizeram com o dinheiro público e com a boa fé do
nosso povo, mas permitam-me alertá-los que mais grave é aquilo que não
se enxerga.
Usemos
um computador como comparação: nos encantamos ou decepcionamos com o
aspecto externo de uma máquina mas não nos lembramos de perguntar que
programa ela roda. É assim, meus irmãos, que devemos abordar aquilo que
está acontecendo hoje . É necessário um exercício de abstração para
esquecer da compra de deputados, das licitações fraudadas e dos dólares
remetidos para o exterior. Não... não é esse o tema aqui.
Aqui
quero lembrar da nossa Universidade Pública a serviço de um partido que
quer nos transformar em uma pequena China ou numa grande Cuba, das
nossas Forças Armadas com dobradiça na espinha e de uma Igreja que
descobriu que Templo é Dinheiro. Este verdadeiro software do mal é capaz
de convencer pessoas com terceiro grau completo de que Ivete Sangalo
tem o mesmo valor que Mozart, de que Paulo Coelho é igual a James Joyce,
e de que Lula é o novo Getúlio Vargas. São desses conceitos que devemos
nos livrar pois o futuro da nossa ordem há de trilhar o caminho do
ridículo se aceitarmos na Maçonaria a ordem democrática que se instituiu
no país.
Meus
irmãos, já basta de tanta ironia e meias palavras! Imperam no Brasil um
relativismo de valores e uma desordem institucional tais que, não há
mais religião, crença ou força armada capaz de fazer frente a Revolução
Cultural que se estabeleceu. Vivemos na Maçonaria um momento crucial em
que o que está em jogo é a sua própria sobrevivência. Desapareceu, em
toda sociedade brasileira, espaço para os conceitos de mérito,
hierarquia e disciplina em que, sem dúvida alguma, se fundamentam vários
dos nossos princípios.
Não
devemos ter constrangimento algum de dizer que a Maçonaria não nasceu
como instituição democrática, que a entrada e progressão nas nossas
fileiras se faz em primeiro lugar por mérito e só depois por votação
entre iguais, e que não estamos a serviço de partido algum! Não me
acusem, irmãos, de golpismo, de atentar contra o Estado de Direito ou de
querer derrubar a República. Meu interesse aqui não é mudar o Brasil,
mas impedir que o Brasil do PT mude a Maçonaria. Não me tomem por um
paranóico que acredita que seremos perseguidos por tiranos como fizeram
Francisco Franco ou Adolf Hitler.
Não,
meus irmãos, ninguém vai fechar nossas lojas, proibir nossos ágapes ou
mesmo criticar abertamente. Seremos destruídos de dentro para fora e não
de fora para dentro. Está próximo o dia em que algum irmão vai
proclamar o nascimento de uma Maçonaria sem Preconceitos, de cotas
raciais para entrada na Ordem, de sessões transmitidas ao vivo pela TV
ou pela Internet (para que o povo possa saber o que fazemos) ou até de
concurso publico para ser maçom. Também não está longe o tempo em que
teremos que aceitar irmãos abertamente ateus ou ativistas de
Organizações não Governamentais para quem nós, maçons, não passamos de
dinossauros. A serviço do seu partido esse tipo de gente vai sustentar
que é uma sociedade democrática que faz as instituições fortes quando na
verdade são as instituições fortes que garantem a democracia de uma
sociedade.
Quero
terminar com um apelo e um alerta a todos os maçons brasileiros
esperando sinceramente estar errado em minhas conclusões: a Ordem
Maçônica nasceu, antes de tudo, para ser uma escola de livre pensamento.
É essa a nossa contribuição para história e o legado deixado pelos
nossos antepassados. Não há relato prévio de nenhum estado totalitário
capaz de conviver com esse tipo de princípio. Sejamos rigorosos em
nossas sindicâncias com relação a filiação política de certos
candidatos. Não tenhamos constrangimento em dizer-lhes que não são bem
vindos porque seu partido entregou o país ao narcotráfico, ao ateísmo e à
apologia do casamento gay.
Rogo
à todas as potências que manifestem-se, em seu grau supremo e
abertamente, através das publicações de grande circulação a respeito do
resultado da Ação Penal 470 que tramita atualmente no Supremo Tribunal
Federal. Proponho ainda que todo irmão filiado à organização criminosa
que atende pelo nome de Partido dos Trabalhadores seja submetido a
processo disciplinar e afastado de nossas lojas.
Lembrem-se
sempre que seja em nome do aquecimento global, dos direitos dos
homossexuais ou até mesmo das focas do Alasca (já que o motivo não tem a
menor importância) aproxima-se o momento em a Maçonaria vai ser levada a
público através de uma imprensa corrupta e com ajuda de maçons-petistas
com o objetivo de ser exposta a todo tipo de acusação absurda.
Que Deus nos ajude, meus irmãos, na batalha que se aproxima.
*Milton Simon Pires, Mestre Maçom, é Médico Cardiologista
Nenhum comentário:
Postar um comentário