Rita Barreto/Divulgação
Dois advogados baianos enviaram carta ao presidente do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ), ministro Joaquim Barbosa, pedindo que o magistrado
recomende ao Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) a realização de um mutirão de
audiências de instrução na comarca da cidade de Cachoeira, no Recôncavo baiano.
Nélson Aragão Filho e Claudio Almeida dos Anjos afirmam que a falta de juízes
tem deixado a jurisdição em situação caótica, o que prejudica a população local.
A ausência de magistrados teria provocado o acúmulo de mais de 4 mil processos.
Segundo o documento, Cachoeira está sem juiz titular civil há mais de seis anos
e perdeu, em outubro de 2013, a titular da vara criminal. O TJ-BA teria
designado uma juíza para cada vara. Porém, a responsável pela cível foi
transferida pouco tempo depois de assumir e a magistrada da vara crime foi
promovida para outra comarca. Os advogados também reclamam que nenhum dos juízes
recentemente empossados pelo TJ-BA foram enviados para o município. “Conforme
propaganda veiculada na mídia, 98 juízes tomaram posse e entrarão em exercício
na próxima terça-feira (29). No entanto, nenhum destes novos magistrados foi
designado para a comarca de Cachoeira. Prejudicados, advogados militantes na
comarca, clientes e segmentos sociais formalizaram ao longo do ano de 2012 e
2013 pleitos às autoridades do Tribunal de Justiça e ao governador do estado,
buscando solução para a mencionada pendência”, afirmam os defensores na carta. O
documento também argumenta que, apesar dos mutirões realizados por dois anos
seguidos na cidade, muitos processos ainda não obtiveram decisão. “É revoltante
presenciar tamanha falta de respeito ao cidadão que precisa de justiça, tal
afronta aos princípios norteadores do Estado Democrático de Direito. Além disso,
há uma evidente condescendência dos órgãos responsáveis por fiscalizar tais
atrocidades, pois nada fazem para impedi-las”, reclamam. Os advogados pedem que
os juízes do mutirão profiram as sentenças em caráter de urgência.
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