domingo, 6 de outubro de 2013

COLUNA VERDADE


Por Aderbal Caetano Burgos*

VERGONHA: MENSALÃO


O S. T. F – Supremo Tribunal Federal – depois de 10 anos julgou a quadrilha que cometeu o maior escândalo da história da República. O processo de nº 370 foi julgado e tudo terminou em pizza gigantesca.
Milhões de reais foram roubados dos cofres públicos. O chefe da quadrilha era nada menos do que o chefe da Casa Civil da Presidência da República, José Dirceu. Denúbio Soares, tesoureiro do PT, o Sr. José Jenuino, na época do acontecido, João Paulo Cunha, deputado federal, do PT, (O Lula, presidente da República não sabia de nada?!) e os outros. Depois de condenados à cadeia, o S. T. F. (Supremo Tribunal Federal) inventou “Os embargos infringentes”, para livrar os bandidos da cadeia. Olhe que milhões de reais foram desviados.
Os seis ministros que votaram a favor dos bandidos foram nomeados por Lula e Dilma. Guardem estes nomes: Luís Roberto Barroso, Teori Zavascki,  Rosa Weber, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello, foram os ministros que serviram as pizzas e aceitaram os “embargos infringentes”. Agora vai ter novo julgamento no item chefe de quadrilha e ninguém será preso. As elites (os membros do PT agora são das classes dominantes), fazem com que a Justiça seja de classe e não tenha vergonha de ser manipulada. No Brasil só é preso preto e pobre. O rico não vai não!
 
Fragmentos de Memória da POLOP na Bahia

Com o texto que segue, dou continuidade à publicação sobre Fragmentos de Memória da POLOP  na Bahia – Organização Revolucionária Marxista, texto de autoria do militante Orlando Miranda,  extraído do livro “Victor Meyer, um revolucionário”, de autoria do deputado federal Emiliano José, com que os leitores possam identificar quem de fato lutou pela queda da Ditadura Militar, buscando a restauração da democracia no Brasil.


Com o afastamento dos principais líderes estudantis, imposto pela repressão, fui paulatinamente assumindo posições de liderança no movimento estudantil. Logo entrei em choque com as teses reformistas, aproximando-me do pessoal da Polop E, de 1964 até o final de 1966, quando saí da Universidade, o meu envolvimento foi uma escalada que quase compromete a formação acadêmica.

Ao tomar conhecimento da literatura da Polop, um universo novo se abriu para mim. A crítica ao reformismo, o combate à dominação ministerial nos sindicatos, as propostas de organização independente da classe operária - tudo isso era coisa nova, que me possibilitava explicações da realidade e perspectivas de ação. Foi então que o marxismo-leninismo começou a entrar de forma mais sistemática nas minhas preocupações. As leituras passaram a ser direcionadas. O Que Fazer?, de Lênin era leitura obrigatória, seguido do Manifesto Comunista, Do socialismo utópico ao socialismo científico, resumo de O capital, de Bouchard, Imperialismo fase superior do capitalismo e outros textos clássicos. Sobre a contradição, Sobre a prática de Mao Tse-tung, também eram leituras obrigatórias. Sobre a realidade brasileira, obras de Otávio Ianni, Teotônio dos Santos, Wanderley Guilherme e outras.

Nos meses pós-golpe eu e Pery atuávamos ainda na retaguarda. A representação de massas da Polop estava por conta de Renato Baiardi, estudante de Engenharia (irmão do Amílcar), Jonga, um estudante de Arquitetura e Raimundo Aras, estudante de Sociologia (já falecido, irmão do Roque Aras). Eram chamados jocosamente pelo pessoal da esquerda "as três andorinhas", pois se imaginava que eram os únicos militantes da Organização no movimento. Mas aos poucos fomos passando à linha de frente e as "andorinhas" foram se multiplicando...

Na Escola de Engenharia, a direita ocupou os espaços após o golpe, tomando de assalto o Diretório Acadêmico e comandando as delações dos colegas de esquerda. O núcleo principal desse grupo era composto pela ala direita da minha turma: Renato Falcão, Evandro dos Santos, Sérgio Ramos, Jaldo e outros. Mas logo nos rearticulamos. De discussões fechadas e retomadas de contatos, passamos às pequenas ações, como a criação de um mural e, então, organizamos uma chapa que assumiu o controle do Diretório. A partir daí passamos a apoiar a reconstrução das entidades centrais (DCE e UEB).


A reestruturação da UNE

Em 1964, além dos sindicatos e organizações de massa dos trabalhadores, a ditadura colocou na ilegalidade a UNE e todas as entidades estaduais de estudantes. A cidadela maior da UNE – sua sede na Praia do Flamengo, no Rio de Janeiro foi incendiada. Por meio da Lei Suplicy de Lacerda, que levava o nome do seu idealizador, o então Ministro da Educação do governo Castelo Branco, todas as instâncias da representação estudantil foram submetidas ao controle do Ministério da Educação.

Mas, a partir da reorganização da União Estadual de Estudantes, em São Paulo, inicia-se um movimento em prol da convocação de um congresso de reconstrução da UNE. Para a Bahia, a UEE paulista despachou um japonês, militante da AP, que aqui chegando organizou um pequeno grupo formado por mim e militantes da AP, entre eles, Ricardo Angelin (estudante de Administração*), José Fidélis Sarno e Raimundo Lago "Mudú" (meus colegas de turma). Passamos a desenvolver uma intensa atividade de identificação e convencimento de quadros politizados para se candidatarem a delegados. Com muito custo, conseguimos uma delegação com representantes das principais escolas e dos diversos agrupamentos políticos. 5


Esse histórico Congresso, 272 da história da UNE, ocorreu, em fevereiro de 1965, na Escola Politécnica da USP, onde toda a delegação ficou hospedada, exposta à repressão. A todo instante falava-se na iminente ação de grupos paramilitares que atuavam em São Paulo, mas felizmente nenhum incidente se verificou. Para a presidência da UNE foi eleito Antônio Xavier, da AP, sendo uma das vice-presidências ocupada por José Fidelis e outra por Altino Dantas. Com a decretação do AI-2, Xavier foi preso no Rio de Janeiro e José Fidelis assumiu a presidência, em janeiro de 1966.3

A diretriz principal do Congresso de São Paulo foi a luta contra a Lei Suplicy, pela qual a UNE recém-reestruturada passa a mobilizar os estudantes e organiza passeatas nas principais capitais. O movimento estudantil no Brasil entrava em pleno processo de radicalização, cujo auge será em 1968.

Retornando do Congresso da UNE, rearticulamos aqui a UEB (União dos Estudantes da Bahia), tendo Alberto Oliveira, da AP, como presidente e a participação de Pery Falcón e Raimundo Aras na diretoria. Na diretoria seguinte, escolhida no início de 1966, a presidência coube a Renato Rabelo, da AP, estudante de Medicina, com a minha participação e a de Raimundo Aras.


*Aderbal Caetano Burgos, cachoeirano, viveu 25 anos na clandestinidade, líder militante na POLOP contra o golpe militar de 1964 que implantou a ditadura no Brasil, processado e condenado, atualmente anistiado.

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