Por Aderbal Caetano Burgos*
VERGONHA: MENSALÃO
O S. T. F – Supremo Tribunal Federal – depois
de 10 anos julgou a quadrilha que cometeu o maior escândalo da história da
República. O processo de nº 370 foi julgado e tudo terminou em pizza
gigantesca.
Milhões
de reais foram roubados dos cofres públicos. O chefe da quadrilha era nada
menos do que o chefe da Casa Civil da Presidência da República, José Dirceu. Denúbio
Soares, tesoureiro do PT, o Sr. José Jenuino, na época do acontecido, João
Paulo Cunha, deputado federal, do PT, (O Lula, presidente da República não
sabia de nada?!) e os outros. Depois
de condenados à cadeia, o S. T. F. (Supremo Tribunal Federal) inventou “Os embargos
infringentes”, para livrar os bandidos da cadeia. Olhe que milhões de reais
foram desviados.Os seis ministros que votaram a favor dos bandidos foram nomeados por Lula e Dilma. Guardem estes nomes: Luís Roberto Barroso, Teori Zavascki, Rosa Weber, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello, foram os ministros que serviram as pizzas e aceitaram os “embargos infringentes”. Agora vai ter novo julgamento no item chefe de quadrilha e ninguém será preso. As elites (os membros do PT agora são das classes dominantes), fazem com que a Justiça seja de classe e não tenha vergonha de ser manipulada. No Brasil só é preso preto e pobre. O rico não vai não!
Fragmentos de Memória da POLOP na Bahia
Com o texto que segue, dou continuidade à
publicação sobre Fragmentos de Memória da POLOP na Bahia – Organização
Revolucionária Marxista, texto de autoria do militante Orlando Miranda,
extraído do livro “Victor Meyer, um revolucionário”, de autoria do deputado
federal Emiliano José, com que os leitores possam identificar quem de fato
lutou pela queda da Ditadura Militar, buscando a restauração da democracia no
Brasil.
Com o afastamento dos principais líderes
estudantis, imposto pela repressão, fui paulatinamente assumindo posições de
liderança no movimento estudantil. Logo entrei em choque com as teses
reformistas, aproximando-me do pessoal da Polop E, de 1964 até o final de 1966,
quando saí da Universidade, o meu envolvimento foi uma escalada que quase
compromete a formação acadêmica.
Ao tomar conhecimento da literatura da Polop, um
universo novo se abriu para mim. A crítica ao reformismo, o combate à dominação
ministerial nos sindicatos, as propostas de organização independente da classe
operária - tudo isso era coisa nova, que me possibilitava explicações da
realidade e perspectivas de ação. Foi então que o marxismo-leninismo começou a
entrar de forma mais sistemática nas minhas preocupações. As leituras passaram
a ser direcionadas. O Que Fazer?, de Lênin era leitura obrigatória,
seguido do Manifesto Comunista, Do socialismo utópico ao socialismo
científico, resumo de O capital, de Bouchard, Imperialismo fase
superior do capitalismo e outros textos clássicos. Sobre a contradição,
Sobre a prática de Mao Tse-tung, também eram leituras obrigatórias. Sobre a
realidade brasileira, obras de Otávio Ianni, Teotônio dos Santos, Wanderley
Guilherme e outras.
Nos meses pós-golpe eu e Pery atuávamos ainda na
retaguarda. A representação de massas da Polop estava por conta de Renato
Baiardi, estudante de Engenharia (irmão do Amílcar), Jonga, um estudante de
Arquitetura e Raimundo Aras, estudante de Sociologia (já falecido, irmão do
Roque Aras). Eram chamados jocosamente pelo pessoal da esquerda "as três
andorinhas", pois se imaginava que eram os únicos militantes da
Organização no movimento. Mas aos poucos fomos passando à linha de frente e as
"andorinhas" foram se multiplicando...
Na Escola de Engenharia, a direita ocupou os
espaços após o golpe, tomando de assalto o Diretório Acadêmico e comandando as
delações dos colegas de esquerda. O núcleo principal desse grupo era composto
pela ala direita da minha turma: Renato Falcão, Evandro dos Santos, Sérgio
Ramos, Jaldo e outros. Mas logo nos rearticulamos. De discussões fechadas e
retomadas de contatos, passamos às pequenas ações, como a criação de um mural
e, então, organizamos uma chapa que assumiu o controle do Diretório. A partir
daí passamos a apoiar a reconstrução das entidades centrais (DCE e UEB).
A reestruturação da UNE
Em 1964, além dos sindicatos e organizações de
massa dos trabalhadores, a ditadura colocou na ilegalidade a UNE e todas as
entidades estaduais de estudantes. A cidadela maior da UNE – sua sede na Praia
do Flamengo, no Rio de Janeiro foi incendiada. Por meio da Lei Suplicy de
Lacerda, que levava o nome do seu idealizador, o então Ministro da Educação do
governo Castelo Branco, todas as instâncias da representação estudantil foram
submetidas ao controle do Ministério da Educação.
Mas, a partir da reorganização da União Estadual de
Estudantes, em São Paulo, inicia-se um movimento em prol da convocação de um
congresso de reconstrução da UNE. Para a Bahia, a UEE paulista despachou um
japonês, militante da AP, que aqui chegando organizou um pequeno grupo formado
por mim e militantes da AP, entre eles, Ricardo Angelin (estudante de
Administração*), José Fidélis Sarno e Raimundo Lago "Mudú" (meus
colegas de turma). Passamos a desenvolver uma intensa atividade de
identificação e convencimento de quadros politizados para se candidatarem a
delegados. Com muito custo, conseguimos uma delegação com representantes das
principais escolas e dos diversos agrupamentos políticos. 5
Esse histórico Congresso, 272 da história da UNE,
ocorreu, em fevereiro de 1965, na Escola Politécnica da USP, onde toda a
delegação ficou hospedada, exposta à repressão. A todo instante falava-se na
iminente ação de grupos paramilitares que atuavam em São Paulo, mas felizmente
nenhum incidente se verificou. Para a presidência da UNE foi eleito Antônio
Xavier, da AP, sendo uma das vice-presidências ocupada por José Fidelis e outra
por Altino Dantas. Com a decretação do AI-2, Xavier foi preso no Rio de Janeiro
e José Fidelis assumiu a presidência, em janeiro de 1966.3
A diretriz principal do Congresso de São Paulo foi
a luta contra a Lei Suplicy, pela qual a UNE recém-reestruturada passa a mobilizar
os estudantes e organiza passeatas nas principais capitais. O movimento
estudantil no Brasil entrava em pleno processo de radicalização, cujo auge será
em 1968.
Retornando do Congresso da UNE, rearticulamos aqui
a UEB (União dos Estudantes da Bahia), tendo Alberto Oliveira, da AP, como
presidente e a participação de Pery Falcón e Raimundo Aras na diretoria. Na
diretoria seguinte, escolhida no início de 1966, a presidência coube a Renato
Rabelo, da AP, estudante de Medicina, com a minha participação e a de Raimundo
Aras.
*Aderbal Caetano Burgos, cachoeirano, viveu 25 anos na clandestinidade, líder militante na POLOP contra o golpe militar de 1964 que implantou a ditadura no Brasil, processado e condenado, atualmente anistiado.
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