Escritório de Advocacia do Dr. Nélson Aragão Filho prossegue
buscando solução para Ações pendentes de julgamento no Fórum da Comarca, tendo em vista que o TJ/BA não se
sensibiliza para designar juiz para a Cachoeira.
Eis a mais recente manifestação do Escritório do
referido advogado, juntamente com o seu colega Dr. Cláudio Almeida dos Anjos:
Escritório de Advocacia Dr. Nélson Aragão Filho |
Cachoeira, 25 de outubro de 2013
Ao
presidente do Conselho Nacional de Justiça
EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO Joaquim Barbosa
Acreditamos que é dever deste Conselho buscar meios de solução dos
impasses do Poder Judiciário, motivo pelo qual faço uma sugestão para resolver
o problema do acúmulo de ações sem julgamento, em especial na Comarca de
Cachoeira/Bahia.
Na Bahia existem várias comarcas da capital e interior sem juízes.
A Comarca da Cachoeira encontra-se sem juiz titular, há mais de dois anos na vara civil e
agora, também na vara crime, antes vinha sendo
servida por magistrados substitutos, desde a remoção do juiz titular Dr.
Alberto Raimundo dos Santos, para a capital. Aí já se vão mais de 06(seis)
anos. Em 2010, o TJ resolveu designar duas juízas, uma para a vara cível outra
para a crime, mas logo, em seguida, removeu a da vara cível para a Comarca de
Candeias, antes mesmo que a referida magistrada pusesse em prática um plano
para julgar o enorme número de processos arquivados no cartório da mencionada
especialidade, aguardando tramitação. Além disso, a magistrada, em referência,
além do pouco tempo de permanência na cidade, teve período de férias e licenças
sucessivas para tratamento de saúde. Permaneceu a magistrada da vara crime, a
Dra. Janaína Medeiros, a qual também respondia pela Comarca de Santo Amaro, sem
que lhe restasse tempo com que pudesse proceder ao trâmite de desobstrução do
grande número de processos pendentes de julgamento, em ambas as varas, tendo
sido neste mês de outubro promovida para outra Comarca.
Conforme propaganda veiculada na
mídia, 98 (noventa e oito) juízes tomaram posse e entrarão em exercício nesta terça-feira,
dia 29/10/2013. No entanto, nenhum destes novos magistrados foi designado para a Comarca de Cachoeira.
Prejudicados,
advogados militantes na comarca, clientes, segmentos sociais, formalizaram ao
longo do ano de 2012 e 2013 pleitos às autoridades do Tribunal de Justiça e ao
Governador do Estado, buscando solução para a mencionada pendência.
Mesmo
com o integral apoio do chefe do Executivo municipal, da Câmara de Vereadores e
de todos os segmentos representativos da comunidade cachoeirana, as
manifestações de protestos não sensibilizaram as autoridades do TJ, não
alcançaram êxito.
Cachoeira, com uma população de 34.244 (trinta e quatro mil duzentos e quarenta e quatro)
habitantes, tem em média, segundo dados do cartório civil,
um
acúmulo que chega a mais de quatro mil processos, dos quais 70% estão pendentes
de despachos e sentença.
Clientes
e advogados se sentem afrontados com posturas dessa natureza, atmosfera que se
agrava ainda mais, quando inúmeros processos relativos a pensão, aposentadoria,
indenizações, alimentos, inventários, reintegração etc., que os autores
dependem de uma decisão judicial, ficam sem a devida resposta do Estrado-Juiz,
flagrantes ofensas à Carta Magna da Nação, sem que promotores nem juízes
enxerguem o tamanho dos danos que tais posturas causam ao cidadão.
Em
edição do dia 16/05/2013, o Jornal A Tarde publicou a entrevista que a ministra
Eliana Calmon, do Superior Tribunal de Justiça, concedeu ao programa “Bahia
Notícias no Ar”, da Rádio Tudo FM, de Salvador, a qual assegurou que
somente uma intervenção do Conselho Nacional de Justiça no TJ/BA, pode resolver
os problemas que, segundo ela, existem na estrutura gestora da referida
Instituição, ocasião em que acusou o Poder Judiciário da Bahia de ineficiente e
imóvel.
Em dois anos seguidos houve aqui na região, mutirão para
conciliação, realizados por juízes leigos, sendo que aqueles processos que as
partes não se chegaram a um consenso, aguardam sentença.
É revoltante presenciar, tamanha
falta de respeito ao cidadão que precisa de justiça, tal afronta aos
princípios norteadores do Estado Democrático de Direito. Além disso, há uma
evidente condescendência dos órgãos responsáveis por fiscalizar tais
atrocidades, pois nada fazem para impedi-las.
À vista
do que expomos, pedimos a V.Exa., que verifique a possibilidade de recomendar
ao Tribunal de Justiça da Bahia que realize um mutirão com um grupo de juízes
na Comarca da Cachoeira com o propósito de realizar audiências de instrução e
de imediato proferir a sentença, em caráter de urgência.
Atenciosamente,
Nélson Aragão
Filho
OAB/BA 12.509
Claudio Almeida dos Anjos
Claudio Almeida dos Anjos
OAB/BA 40.101
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