sábado, 24 de agosto de 2013


Cachoeira, capital da Bahia, em declínio
Editor-Chefe
 
Solenidade da transferência e instalação do governo estadual na Cidade Heroica e Monumento Nacional, a cada 25 de junho, perde expressão
 
Por força de imperativo legal, a capital do estado da Bahia, a cada 25 de Junho, deve ser transferida de Salvador para a cidade da Cachoeira, com pompas cerimoniais que correspondam ao significado e objetivos da Lei que a estabeleceu.
 
No primeiro ano, em 2009, o governador Jaques Wagner cumpriu o cerimonial de instalação da capital da Bahia em Cachoeira, com sucessivas solenidades. Inicialmente, às 8h da manhã, na Praça da Aclamação, um pelotão especial da Polícia Militar, vindo de Salvador, posicionou-se para que o chefe do Executivo baiano procedesse ao cerimonial de passar a Tropa em Revista. Na seqüência, no saguão do prédio da Câmara Municipal, uniu-se ao prefeito e o presidente do Poder Legislativo, para a cerimônia de Hasteamento dos Pavilhões Nacional, Estadual e Municipal. Cumpridas essas solenidades, o governador, acompanhado de seus secretários, executivos do alto escalão da administração do estado, prefeito e autoridades municipais, todos se dirigiram à Igreja Matriz a fim de assistirem ao tradicional Te Deum. Dali, incorporados ao governador, as mencionadas autoridades, prefeitos de municípios da região, líderes da sociedade civil, deslocaram-se para o Centro de Convenções da Pousada do Convento para a cerimônia oficial do governo da Bahia na cidade, em instalações confortáveis, com ar condicionado em todas as premises, em ambiente ricamente decorado por profissionais de reconhecido renome na área. Ali, após pronunciamentos de deputados, senadores, lideranças da representatividade civil, o governador discursou anunciando obras, ações do governo, tanto em Cachoeira quanto nos municípios que integram o perímetro eclético da região. Sucedendo a esta solenidade, o governador dirigiu-se ao Salão Executivo, antiga sacristia do Convento, onde recebeu, em audiência, prefeitos e líderes do segmento civil da cidade e região. À tarde, o chefe do Executivo baiano participou da Sessão Magna do 25 de Junho na Câmara Municipal, em cuja solenidade também discursou. Foi assim, no primeiro ano.
Lamentavelmente, nos anos seguintes, as solenidades de  transferência da capital e instalação do governo do estado em Cachoeira, vêm perdendo foro de expressão. Em 2011, o governador sequer veio à Cachoeira, optou por estar em outro evento fora da Bahia. Mandou representante. Em 2012, veio mas sequer participou da solenidade de Hasteamento das bandeiras, no saguão da Câmara Municipal. Chegou mais tarde e mais tarde retornou à capital, optando por não participar da Sessão Magna no mesmo Paço, às 14h
Este ano, 2013, sua Excelência veio apenas para a solenidade de Hasteamento das Bandeiras, gesto cívico que os vereadores e o chefe do Executivo municipal, estão habituados a repetir há anos, em sucessivas gerações,  desde quando sequer pensava-se em Cachoeira ser a capital do estado da Bahia, em sua Data Magna. Em seguida, o governador retornou para Salvador, deixando o seu secretário da Cultura para representá-lo na sessão solene da Câmara Municipal.
Não houve a instalação do governo nem a transferência da capital para Cachoeira, conforme instrui a Lei 10.695/07, aprovada pela Assembleia Legislativa e sancionada pelo próprio governador Jaques Wagner. O jovem prefeito Carlos Pereira, naturalmente, esperava no primeiro ano de sua gestão, uma festa em nível do que deseja de melhor para sua cidade, mas semelhante a tantos outros cachoeiranos lamentou a saída apressada do ilustre governador, nos seguintes termos: “Este ano, a gente estava aguardando o anúncio de obras para a região, mas ele chegou e saiu sem anunciar nada”.

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