Kant |
Autonomia é um conceito definido nos estudos de Kant em 1785 na “Fundamentação
da Metafísica dos Costumes e Outros Escritos”, onde pesquisou o
princípio da relação da autonomia com a moralidade, e definiu a autonomia como a
capacidade de autodeterminação. Segundo Kant, só pode ser considerado autônomo o
indivíduo cujas suas ações são verdadeiramente suas e não motivadas por influências
externas. Afirma que a vontade tem a capacidade de se colocar em conformidade
com a lei da razão. O oposto da autonomia é a heteronomia onde a vontade é
ditada pelos objetos do desejo e não pela razão.
Heteronomia é conceito criado por Kant que consiste na sujeição do individuo à vontade de terceiros ou de uma coletividade. É a condição de pessoa ou de grupo que receba um princípio estranho à razão a que deva se submeter. Do grego heteros (DIVERSOS) + Nomos (REGRAS), a regra é imposta ao indivíduo, podendo essa ser criada pelo estado, por um bloco econômico, um ente internacional como a ONU, ou por uma instituição qualquer.
A consciência moral evolui da heteronimia para a autonomia quando começamos por interiorizar as normas e obedecemos-lhes por medo do castigo - Heteronomia - e esta situação evolui para um patamar mais elevado, que nem todos chegam, que consiste em nos autodeterminarmos em função de princípios e valores morais justificados de forma racional - Autonomia.
Relação que Kant estabelece entre vontade, autonomia e moral
Sua intuição principal deve estar
livre para "agir" não em virtude de qualquer outro motivo prático ou
de qualquer vantagem futura, mas em virtude da idéia de dignidade de um ser
racional que não obedece a outra lei senão aquela que ele mesmo simultaneamente
se dá. Ao realçar a exigência da autonomia da ação moral, Kant desperta a questão da
liberdade ética. O conceito de liberdade ética parte da distinção entre ação
reflexa e ação deliberada. A ação deliberada é aquela que resulta de uma
decisão, de uma escolha, é o mesmo que ação autônoma. A ação reflexa é
"instintiva", independe da vontade do agente
Relação entre
Autonomia e Liberdade
Para Kant, ser livre é ser autônomo, isto, é dar a si mesmo as regras a serem seguidas racionalmente. Uma das obras realizadas por Kant é a “Crítica da Razão Pura”, o estudo do fato da razão tornar-se pertinente, o fato da razão ser a consciência do indivíduo sobre as leis morais vigentes (REALE, 1990, p.914). Mas esse fato da razão só pode ser admitido com a existência da liberdade, esta liberdade só é admitida com uma intuição intelectual, ou seja, conhecimento. Kant explica que ter consciência das leis morais vigentes não é apenas por vias de intuição, ou conhecimento, depende da intuição intelectual, para que se possa ver a liberdade como positiva. Kant chama esse aspecto positivo de autonomia. A liberdade que o homem deve aproveitar, em Kant, diz respeito à vontade. Essa vontade não deve ser bloqueada por nenhum tipo de heteronomia. O livre arbítrio deve ser utilizado de forma pura para que não dependa de nada com relação à lei. Portanto a pessoa dotada de liberdade, ou seja, sem intervenções de outrem, pode fazer uso desta, porém o fará com maior clareza se seu conhecimento e consciência de sua liberdade existir.
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Conclusão: muitos ignorantes, uns medrosos subservientes, outros opressores vaidosos e pretensiosos.
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