A
ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ex-corregedora do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Eliana Calmon, classificou de
"projetos de fachada" as iniciativas do Congresso Nacional de combate à
corrupção após a início das manifestações de rua. "Não se muda uma
situação de uma hora para a outra. Mesmo porque, uma semana depois das
manifestações [os políticos] continuaram com práticas que não acham nada
de mais. O mundo mudou e nossos políticos parecem que não viram o tempo
passar, vivem ainda no século XX, quando existiam os currais
eleitorais", declarou em entrevista ao Jornal A Tarde, em uma referência
às viagens em jatos da Força Aérea Brasileira (FAB) dos presidentes da
Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB) e do Senado, Renan
Calheiros (PMDB), além de ministros do governo. Eliana participou de uma
palestra sobre corrupção, nesta quinta-feira (26), na Federação das
Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), em Salvador. Segundo a magistrada,
as "raposas felpudas, com muita experiência " do Congresso, mandaram de
volta à presidente Dilma Rousseff (PT) a proposta de reforma política
com plebiscito que ela propôs. Ela considera que, se aprovada, a reforma
seria uma forma eficiente de "alavancar" as mudanças, mas considera
"difícil" ocorrer, principalmente o financiamento de campanhas. A
ministra entende haver muita gente "querendo pegar carona" nos
movimentos de rua. "Mas os meninos são sabidos, não querem se misturar
com o movimento sindical e com o próprio PT, pois estão marcados",
cutucou.
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