domingo, 21 de julho de 2013

EM ATENÇÃO AO PEDIDO DA LEITORA VANDA CABRINI



 A Lei da Reencarnação


Os cristãos entre vós irão dizer que a doutrina da reencarnação não existe no ensinamento da Igreja. Eles têm razão, a doutrina da reencarnação não está mais contida hoje em dia na Bíblia. Dir-vos-ei o porquê!
 
No ano de 553 d.C., o imperador romano Justiniano - notai bem que não eram as eminências eclesiásticas! - convocou o segundo sínodo de Constantinopla, onde foi redigido um edital que suprimiu a doutrina da reencarnação, se bem que Jesus atribuiu a essa doutrina uma grande importância. Em seguida a esse decreto, tudo o que fazia alusão a uma preexistência desapareceu da Bíblia, com exceção de algumas indicações apenas reconhecíveis.

Foi assim que privaram os primeiros cristãos do mais importante fundamento da religião. O clero ensinou, para compensar, a ressurreição "da carne no último dia". Que bela troca!
 
Peço aos cristãos fiéis à Bíblia para se esforçarem e verificarem por si mesmos o que escrevi a propósito do Concílio de Constantinopla. Se vos aprofundardes nesse assunto, esforçai-vos para examinar também o Concílio de Nicéia em 375 d.C. A verdade será, talvez, dura de ouvir, mas vós aí encontrareis as provas de que o Novo Testamento foi modificado de forma drástica tanto em sua concepção como em relação ao ensinamento original de Jesus.


Consideremos mais de perto o assunto da reencarnação. Já verificamos no início deste capítulo, que vivemos na matéria, a qual é, por si mesma, submetida à lei da polaridade, e que o rítmo e a oscilação, que são a base de toda a vida, nascem da mudança constante entre dois pólos. Os "Sábios de Kybalion" já sabiam que nada está "em repouso", que tudo está em movimento, que tudo é vibração, o que está confirmado pela Física moderna. A agulha de um pêndulo que oscila à direita oscilará com a mesma amplitude à esquerda. Encontramos esse rítmo por toda a parte: no inspirar que sucede inelutavelmente ao expirar. Assim como ao redor da vigília que sucede o sono e que o inverno é seguido pelo verão, que o alvorecer alterna com o pôr do sol... Encontramos dois pólos na eletricidade e no magnetismo, duas energias nos humanos, feminina e masculina. Assim também, a morte sucede à vida, e a vida, sucede à morte. Como podeis ver esse rítmo está presente por toda a parte na vida, mas alguns que têm fé somente na religião e outros que só acreditam na ciência se recusam ao fato de que essas leis possam aplicar-se na vida. Vedes nisso a contradição? Dethlefsen o exprime assim: "Em todo o tempo denominaram essa mudança rítmica da alma através da vida e da morte, de transmigração da alma ou reencarnação. Platão e Göethe o sabiam. Digo que eles o "sabiam", não que eles "acreditavam", pois trata-se de um conhecimento, não de uma crença. Todos são livres de não acreditarem, mas que se compreenda que a hipótese "sem" reencarnação toca ao absurdo, pois somente a doutrina da reencarnação está em harmonia com todas as leis do Universo".


            (Schiksal als Chance, p. 200 e s.)



Existem, é espantoso, muitas pessoas que se recordam de suas vidas anteriores, pelo menos, em parte. Sois talvez alguma dessas pessoas? Já não vos encontrastes num lugar o qual reconheceis sem nunca ter lá estado anteriormente? ... Essa pequena loja na esquina da rua vos lembra... Tal experiência relaciona-se ao "saber"; vós o sabeis e não tendes, pois, nenhuma necessidade de "crer".


A vida na matéria está submetida à polaridade. A própria vida está dividida em dois mundos, aquele deste lado e aquele do Além. Morremos neste mundo, nascemos no outro, que experimentamos também como sendo real. Morremos no Além para renascermos neste mundo. Que aquele que possa desligar-se da subjetividade das aparências compreenda que nascimento e morte, este mundo aqui e o outro, não passam finalmente de dois lados da mesma moeda. Acontece a mesma coisa com o sono quando o corpo da alma abandona o corpo físico. Naquilo que denominamos um sonho, experimentamos uma realidade totalmente diferente que, tem ela também, suas dores, suas tristezas, seus medos, suas alegrias...
 

Muitos recordam-se precisamente de seus sonhos, enquanto outros afirmam que nunca sonham. A lembrança está ausente, entretanto, eles sonharam, o que se pode provar tecnicamente em nossos dias. Ficamos contentes ao nos despertarmos, mas também gostamos de dormir, pois sabendo que após um bom sono, estaremos revigorados e dispostos. Não se pode dizer que seja positivo ou negativo estar acordado ou adormecido. Isso não depende de nenhum sistema de valor. Transpomos isso com relação à morte, isso significa que todo o medo da morte é supérfluo, pois acontece a mesma coisa como no sono. Somente o lapso de tempo é importante demais para que possamos concebê-lo. A morte é, pois, o ponto culminante da vida, podemos repousar após a morte, antes de precipitar-nos em outra "aventura de uma vida com um corpo".
 

Se não tiverdes nenhuma lembrança, perguntai então a uma pessoa que teve uma Near Death Experience (NDE - Experiência de morte clínica), e deixai que ela fale de sua forma de considerar a morte. Verificareis que mais de 90% das pessoas tiveram uma experiência positiva (agradável) que lhe tirou todo o medo, pois essa experiência pessoal deu-lhes a possibilidade de saber. O desenvolvimento da nossa alma é um longo processo de aprendizado e de realização pelo qual muitos, até mesmo inúmeros corpos serão necessários. Nosso verdadeiro eu não é o corpo físico, é a nossa alma, denominada corpo energético ou corpo de luz, que possui todas as lembranças e que é imperecível.
 

É esse corpo energético (a aura) que o clarividente vê, e de onde ele obtêm suas informações.

Esse processo de aprendizado visa a que façamos a experiência da vida na sua totalidade; é um longo caminho com muitos erros e retificações. As encarnações são comparáveis às classes de uma escola, cada uma com seus deveres, seus problemas, seus testes, suas dificuldades, seus sucessos. Ao tempo de estudos se sucede um tempo de férias, quando se deve às vezes recuperar as lacunas e os conhecimentos mal assimilados, antes de passar para a classe superior. O que aprendemos determinará a classe na qual nos encontraremos. Se nada tivermos aprendido, devemos repetir. Se tivermos assimilado as lições, passaremos para a classe superior, onde nos aguardam novas provas mais difíceis. A vida tem uma paciência infinita conosco - contrariamente à escola! As almas têm sempre sem cessar as possibilidades para aprender o que elas ainda não sabem.
 
Em resposta à questão mencionada acima sobre o porquê do que nos acontece (por que sou aleijado, por que fui roubado?), Dethlefsen responde: "Viver é aprender, independentemente do fato que o aceitemos ou não. A vida, segundo a lei que conhecemos, vigia com uma justiça absoluta para que cada um aprenda exatamente o que ele está mais ou menos pronto para aceitar ou então ao que ele se opõe com força. Ele teria às vezes motivos para duvidar sobre o sentido da vida se não tivesse como base a reencarnação. É evidente que os seres humanos não participam das mesmas vantagens na vida. Não é culpa da sociedade. Mesmo se o analisarmos de um ponto de vista religioso ou ateu, isso é difícil de explicar para qualquer um o porquê, precisamente, alguém "no melhor dos mundos" nasceu surdo, paralítico, estropiado ou débil, sem falar-lhe de reencarnação. Dizer que "os caminhos de Deus são impenetráveis" não auxilia ninguém a encontrar um sentido para a vida. E o ser humano não pode viver sua vida sem dar-lhe um sentido, senão será insuportável. Encontrar um sentido para a vida é uma necessidade fundamental! Somente quando o ser humano está pronto para não querer que esta vida seja única e quando ele reconhece que ela é um elo de uma antiga corrente é que ele aprenderá a alcançar o sentido e a justiça do "destino". De fato, o destino de uma vida é o resultado do processo de aprendizado de tudo o que se experimentou até então".

Nenhum comentário:

Postar um comentário