Receita paga hoje 1º lote do IR; veja como usar a restituição por faixa de valor
Uso do dinheiro
liberado pela Receita Federal pode variar conforme a situação financeira e o
nível de endividamento. Primeiro lote do ano, de R$ 2,8 bi, é recorde
A Receita Federal pagará nesta segunda-feira
(17) o dinheiro do primeiro lote de restituições do Imposto de Renda
Pessoa Física 2013. O pagamento será feito por depósito diretamente nas
contas bancárias dos 1.996.333 contribuintes contemplados nesta primeira
remessa.
Será pago o valor recorde de R$ 2,8 bilhões. O
Fisco vai liberar também os lotes residuais dos cinco anos anteriores:
de 2012 (ano-calendário 2011), 2011 (2010), 2010 (2009), 2009 (2008) e
2008 (2007).
A consulta a estes lotes está disponível desde o último dia 10 de junho no site do Receita Federal
. O sistema do Fisco havia apresentado lentidão durante todo o dia,
devido ao congestionamento de acessps, segundo a assessoria da Receita.
Confira dicas de como usar a restituição
Se você está entre os quase dois milhões de
contemplados com o primeiro lote de restituições do Imposto de Renda
2013 (ano-calendário 2012), mas não decidiu como usar o dinheiro, ainda
há tempo de fazer uma avaliação para utilizá-lo da melhor forma e,
assim, evitar arrependimentos.
Antes de esvaziar a conta com compras por impulso, o
contribuinte que receber a restituição deve repensar seu orçamento e
planos futuros. O dinheiro pode ter destinos variados, conforme o
objetivo financeiro, o grau de endividamento e o padrão de vida, segundo
o educador financeiro e presidente da consultoria DSOP Educação
Financeira, Reinaldo Domingos.
De acordo com o consultor, o uso da restituição pode variar com base em três perfis financeiros:
Endividado – Se há dívidas, mas elas estão sob controle – quando as prestações são pagas mensalmente, sem atraso –, o consultor aconselha que a restituição não seja destinada para bancar as parcelas. Este dinheiro é mais recomendado para quitar uma dívida que saiu do controle. “Para livrar-se dos altos juros do cheque especial, por exemplo, ou sair da inadimplência, a restituição é uma boa saída”, diz. Usar o dinheiro para acabar com a dívida é bom negócio. Mas é preciso combater a causa do endividamento, e não seu efeito, para livrar-se de um novo aperto financeiro. Quem financia um imóvel, por exemplo, não deve usar a restituição para pagar as prestações. “É melhor guardar o dinheiro para uma reserva estratégica, para futura necessidade de pagar o financiamento”, recomenda o especialista. |
Equilibrado, mas sem reserva – Se o contribuinte consegue pagar as contas em dia, mas é incapaz de criar uma reserva financeira, o consultor recomenda usar o dinheiro da restituição para começar a poupar. “É melhor guardá-lo para uma emergência futura”, aconselha. O dinheiro pago pela Receita também é oportuno para criar o hábito de economizar e, assim, ter mais tranquilidade em um eventual aperto financeiro. Também é o momento para rever o padrão de vida e avaliar a razão de não conseguir juntar dinheiro, segundo o consultor. |
Poupador – O contribuinte que não possui dívidas a pagar e já conta com uma boa reserva guardada para emergências tem mais liberdade para escolher o que fazer com o dinheiro da restituição. É uma oportunidade, por exemplo, para realizar melhorias de vida, fortalecer sonhos antigos ou criar novos objetivos para o futuro. Uma alternativa é usar o valor para uma viagem nas próximas férias, ou fazer uma reforma na casa, evitando desembolsar o dinheiro de uma reserva ou aplicação. |
RESTITUIÇÃO POR FAIXAS DE VALOR
Quando o contribuinte conhece bem sua situação
financeira, possui uma reserva para emergências e não perdeu o controle
das dívidas, fica mais fácil traçar planos. Veja as recomendações do
possível uso da restituição por faixas de valor:
Até R$ 1 mil
Se o objetivo é poupar para alcançar um sonho futuro, a
maior parte das aplicações de renda fixa permite começar a investir com
valores bem abaixo de R$ 1 mil. A caderneta de poupança não exige um
aporte mínimo, não cobra impostos (como o IR) e tem alta liquidez,
permitindo sacar o dinheiro a qualquer momento. No Tesouro Direto – que
aplica em títulos da dívida pública –, o valor inicial é de cerca de R$
80 para a compra, e de R$ 30 para aplicações agendadas. Diversificar o
investimento com renda variável, mais arriscada, é outra opção para
tentar obter rendimentos maiores. Na Bolsa de Valores, com menos de R$
200 é possível aplicar em fundos de índices, como os ETFs (Exchange
Traded Funds). Se as contas estão em dia, também é possível usar o
dinheiro para as próximas férias, e guardar a reserva já existente para
outros objetivos.
De R$ 1 mil a R$ 3 mil
Se a quantia devolvida pela Receita foi mais generosa que
o esperado e não há necessidade imediata do uso do dinheiro, é a
oportunidade para dividir o valor em sonhos de curto, médio e longo
prazo. No curto prazo, por exemplo, pode-se aproveitar para trocar o
carro, comprar um móvel de casa ou um computador que estejam
desgastados. No médio prazo, é possível começar a poupar para dar
entrada no financiamento de um imóvel, por exemplo. No longo prazo, o
contribuinte pode iniciar um plano de previdência privada, como
complemento da aposentadoria.
A partir de R$ 3 mil
Restituições acima deste valor também podem ser divididas
em três objetivos: para o presente, para daqui a alguns anos ou para um
futuro mais longínquo.Quando a situação financeira é mais confortável, o
contribuinte pode acomodar-se e deixar o dinheiro parado na conta
corrente, para gastos do cotidiano. O consultor financeiro Domingos, no
entanto, não recomenda este uso. “Se o dinheiro ficar parado na conta
sem um destino próprio, ele vai virar pó”, adverte. Quando não se sabe o
que fazer com o dinheiro, o melhor é aplicá-lo, definindo um possível
uso para ele no futuro, seja a compra de um carro, um imóvel ou a
aposentadoria, recomenda o especialista.
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