Secretário destaca articulação entre Educação e Cultura
Secretário Estadual da Cultura, Prof. Albuno Rubim |
“A educação e a cultura
devem estar intrinsecamente ligadas. A dissociação entre elas deve ser
superada”. Com essa frase o secretário de Cultura do Estado da Bahia
(Secult-BA), Albino Rubim, finalizou visita aos afrescos modernistas
inaugurados na última quarta-feira (05.06) na Escola Parque, em Salvador. Ele
se referia a uma das diretrizes da Secult-BA que propõe transversalidade via
parcerias entre a secretaria e instituições públicas, não-governamentais e até
privadas.
A Secult-BA está
restaurando sete painéis, afrescos e murais do complexo educacional Carneiro
Ribeiro administrado pela secretaria estadual da Educação (SEC). As obras de
arte são de autoria de pintores baianos e brasileiros reconhecidos nacional e
internacionalmente, como Carlos Magano, Jenner Augusto, Carybé, Maria Célia
Amado, Carlos Bastos e Djanira Motta da Silva. A coordenação geral do restauro,
como licitação, contratação e fiscalização é do Instituto do Patrimônio
Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), autarquia da Secult-BA.
Segundo Albino Rubim, a
cultura não pode funcionar como um adorno e, sim, de forma articulada com a
educação. Para ele, a junção das ações
educacionais e culturais é o grande ensinamento deixado pelo baiano Anísio Teixeira,
fundador dessa unidade de ensino no bairro da Caixa D’Água, na capital baiana,
e um dos mais importantes educadores do país.
Já o secretário da
Educação, Osvaldo Barreto, destaca o espírito vanguardista de Anísio Teixeira
em várias ações realizadas como secretário da educação no período de 1930 a
1940. “Ações voltadas para a cultura, as artes, a arquitetura e as ciências
sociais, que já demonstravam sua visão de transversalidade desde aquela época”,
salienta. Apostando, assim como Albino, na associação entre educação e cultura,
Barreto anuncia para breve a assinatura de novos convênios entre as
secretarias.
ARQUITETURA MODERNA
Prof. Frederico Mendonça |
De acordo com o diretor geral do IPAC, Frederico Mendonça, essa restauração é
fundamental não somente pela importância das obras artísticas, mas também pela
sua localização. “Este conjunto edificado onde funciona a Escola Parque foi
desenhado pelo baiano Diógenes Rebouças, e por ser um grande exemplar da
arquitetura moderna está tombado como Patrimônio da Bahia desde 1981”, explica.
O IPAC é o órgão responsável por coordenar a parceria entre as duas secretarias
para a restauração das obras artísticas.
O diretor da Escola
Parque, professor Gedean Ribeiro, se disse emocionado com a restauração das
obras de arte, que representou investimento de R$ 755 mil do Governo do Estado.
“Sinto-me um privilegiado, pois, em pouco tempo, vivenciei o tombamento da
Escola Parque como patrimônio cultural do Estado e a criação do Memorial de
Anísio Teixeira, no ano passado”, orgulha-se.
O professor de Restauro
da UFBA, Dirson Argolo, que coordena o trabalho de restauração via licitação e
contrato do IPAC, lembra que no projeto do estarão inclusas ações de educação
patrimonial visando a consciência participativa para a preservação do conjunto.
“Essas duas obras que já finalizamos são os únicos representantes da técnica do
afresco na Bahia, além de um outro no Hotel da Bahia, de autoria de Genaro de
Carvalho, que também é tombado pelo IPAC”, diz.
O presidente do
Departamento da Bahia do Instituto dos Arquitetos do Brasil, Nivaldo Andrade,
lembra da relevância dos prédios. "Este conjunto traça um perfil artístico
essencial para a Bahia e é o ponto mais alto do trabalho de Anísio
Teixeira", afirma. As outras obras artísticas da Escola Parque serão
entregues até o final deste ano (2013).
O IPAC desenvolve
dezenas de restaurações de bens artísticos através da sua coordenação CORES,
como igrejas na Chapada Diamantina. Em Salvador foram restauradas as igrejas do
Boqueirão, Pilar e Rosário dos Pretos, além do Oratório da Cruz do Pascoal, monumento
do século XVIII que já está em fase final de conclusão de restauro.
A restauração da Casa
das Sete Mortes, no Pelourinho, e a do Palácio Rio Branco, localizado ao lado
do Elevador Lacerda, também foram outros trabalhos já realizados pelo IPAC. Mais
informações sobre restaurações do órgão estadual são fornecidas na CORES/IPAC,
via telefone (71) 3117-6386 e 3117-6387, endereço eletrônico
cores.ipac@ipac.ba.gov.br. Dados sobre projetos, programas e obras do IPAC no
site www.ipac.ba.gov.br, Facebook Ipacba Patrimônio e Twitter @ipac_ba.
BOX 1 - Apostilas –
Junto com a entrega dos afrescos, o IPAC/Secult-BA lançou a nova coleção
`Conversando sobre Patrimônio´. São cinco volumes com as compilações de
palestras de especialistas e debates públicos que ocorreram no Conselho
Estadual de Cultura da Bahia (CEC) no ano de 2011 sobre os bens culturais
materiais e imateriais da Bahia e as suas ações de salvaguarda. O objetivo do
projeto ´Conversando sobre patrimônio` foi colher elementos para balizar ações
voltadas para a preservação dos bens culturais da Bahia. Cinco dessas
“conversas” foram escolhidas e transformadas em apostilas. A primeira é sobre a
Salvaguarda do Patrimônio Afro-brasileiro, com destaque para os terreiros do
candomblé. As demais destacam, respectivamente, o Patrimônio e Festas
Populares; Patrimônio Material e Imaterial do Cortejo do Dois de Julho;
construção de um Sistema Estadual de Patrimônio, tomando como base a
experiência do ICMS Cultural de Minas Gerais; e, por último, os Circuitos Arqueológicos
da Chapada Diamantina. Com 29 a 42 páginas cada (176 no total), as ‘Apostilas
do IPAC’ contam, ao todo, com 141 fotografias e 19 mapas, além de tabelas,
gráficos e outras ilustrações.
FOTOGRAFIAS em alta resolução:
Assessoria de Comunicação – IPAC, em 07.06.2013
Jornalista responsável Geraldo Moniz (DRT-BA nº
1498)
Texto-base: Ronaldo Macedo e Djalma Júnior
Edição: Silvana Malta (coordenadora de jornalismo -
DRT-BA nº 1907) e Geraldo Moniz
(71) 3117-6490, 3116-6673, 8371-0304
Facebook: Ipacba Patrimônio
Twitter: @ipac_ba
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