Lula diz que ‘político ideal não
existe’
Afirmação
foi feita durante debate no lançamento de livro sobre 10 anos do governo
petista Diário de S. Paulo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, na
segunda-feira à noite, durante o debate de lançamento do livro “10 Anos de
Governos Pós-Neoliberais no Brasil: Lula e Dilma”, que o “político ideal não
existe”. A afirmação foi feita quando o presidente finalizava seu discurso
convidando os jovens a participarem da política.
“O político ideal que você deseja, aquele cara
sabido, probo, irretocável do ponto de vista do comportamento ético e moral,
aquele político que a imprensa vende que existe, mas que não existe, quem sabe
esteja dentro de você. Então, nos momentos mais difíceis, ao invés de vocês
desistirem, assumam a política para vocês e mudem o que vocês quiserem”,
discursou.
Lula disse se considerar um “divulgador” de seu
governo — e não um lobista — por ser
contratado e receber para dar palestras para representantes de
empresas com interesse em negócios com o governo federal. “Eu não sou lobista,
não sou conferencista, não sou consultor. A única coisa que eu sou é um
divulgador das coisas que eu fiz neste governo. E o pessoal talvez fique
preocupado porque eu cobro caro e não digo quanto cobro”, disse Lula. “Se as
pessoas pagam para ouvir um governante fracassado, têm de pagar mais para ouvir
um bem-sucedido. Se quiserem saber quanto que eu cobro, me contratem. Na hora
da assinatura, ficam sabendo”, completou.
O discurso do ex-presidente foi marcado por
críticas à parte da imprensa e sem menções à condenação de alguns de seus
auxiliares pelo STF no julgamento do mensalão. O petista disse que decidiu não
escrever um livro sobre o seu governo por entender que não poderia “contar
tudo”. “Nenhum presidente pode escrever um livro de verdade porque não pode
contar tudo o que aconteceu nas relações dele no mandato presidencial, as
conversas com os chefes de Estado, as reuniões ministeriais. (...) Então, seria
uma biografia meia-boca, daquelas (do estilo)
‘eu me amo’, só com virtude e sem defeito.”
Para Lula, o grande legado de seu governo teria
sido mostrar ser “possível governar sem odiar aqueles que o odiavam”. O petista
disse ainda que participará ativamente das eleições de 2014. “Pode ficar certo
que eu vou participar das eleições, sou cabo eleitoral, estarei nas ruas
24 horas por dia”, afirmou.

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