quarta-feira, 27 de março de 2013


Cavalcanti denuncia 'tsunami de erros' da Operação Alquimia

por Natália Falcón
Cavalcanti denuncia 'tsunami de erros' da Operação Alquimia
Fotos: Evilásio Jr./ Bahia Notícias
O empresário baiano Paulo Cavalcanti, que teve os bens liberados após um ano e sete meses de bloqueio, falou com o Bahia Notícias sobre o que teria sido uma “desobediência jurídica”, já que, apesar da prisão e do cerco, não houve uma acusação judicial. O processo, que faz parte da “Operação Alquimia”, foi iniciado em Juiz de Fora (MG) por conta de uma empresa que mantinha relações comerciais com a Sasil, de propriedade de Cavalcanti e que era investigada por sonegação fiscal. A origem, do que o empresário chama de “tsunami de erros”, foi uma falha do banco Mercantil do Brasil, que aponta uma movimentação bancária de cerca de R$ 20 bilhões, quando o usual girava em torno dos R$ 5 mil. Em entrevista ao BN, Cavalcanti apresentou o documento em que a agência financeira reconhece o equívoco. De acordo com o advogado Gamil Föppel, não houve, sequer, a autuação do empresário. “Não é possível acusar de sonegação sem a existência de crédito tributário”, explica o defensor. Toda a questão judicial seria uma contrariedade da própria lei, já que a quantificação do débito se faz necessária para determinar o valor de bens bloqueados, e, no caso em questão, todos os patrimônios foram restringidos. O baiano, que há 36 anos atua na área empresarial, é proprietário da chamada “Ilha da Fantasia”, que virou símbolo da operação, e que segundo ele foi comprada em 1987 por 300 cruzados. “A gente trabalha muito, há 36 anos, não pode ter uma casa de praia?”, questionou. Na época em que a operação foi deflagrada os empreendimentos cresciam cerca de 20% a 30% ao ano e pagavam cerca de R$ 100 milhões de impostos em um período de cinco anos. O controle da prestação de contas, como explicou o dono da Sasil, era feito pela própria receita, que pré-autorizava o faturamento e tinha acesso aos computadores.
 
A operação, para Cavalcanti, teve origem na preocupação e no senso de responsabilidade com o servidor, mas, os excessos deverão ser penalizados. “No momento oportuno vamos buscar as responsabilidades”, afirmou Föppel. Os prejuízos, de acordo com o empreendedor, possuem um valor inestimável, já que, além do afastamento das instituições financeiras que custeavam os negócios, envolvem a questão de imagem e da moral. “A empresa hoje é 40% do que era”, lamenta. No momento o processo deve voltar para o Ministério Público, que irá apreciar a questão e optar entre o arquivamento ou atuação de novas diligências. Como não é possível estabelecer um espaço de tempo para a decisão, o “momento oportuno” também não há previsão para a reação do empresário.
 

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