Cavalcanti denuncia 'tsunami de erros' da Operação Alquimia
por Natália FalcónFotos: Evilásio Jr./ Bahia Notícias
O empresário baiano Paulo Cavalcanti, que teve os bens liberados após
um ano e sete meses de bloqueio, falou com o Bahia Notícias sobre o que
teria sido uma “desobediência jurídica”, já que, apesar da prisão e do
cerco, não houve uma acusação judicial. O processo, que faz parte da
“Operação Alquimia”, foi iniciado em Juiz de Fora (MG) por conta de uma
empresa que mantinha relações comerciais com a Sasil, de propriedade de
Cavalcanti e que era investigada por sonegação fiscal. A origem, do que o
empresário chama de “tsunami de erros”, foi uma falha do banco
Mercantil do Brasil, que aponta uma movimentação bancária de cerca de R$
20 bilhões, quando o usual girava em torno dos R$ 5 mil. Em entrevista
ao BN, Cavalcanti apresentou o documento em que a agência financeira
reconhece o equívoco. De acordo com o advogado Gamil Föppel, não houve,
sequer, a autuação do empresário. “Não é possível acusar de sonegação
sem a existência de crédito tributário”, explica o defensor. Toda a
questão judicial seria uma contrariedade da própria lei, já que a
quantificação do débito se faz necessária para determinar o valor de
bens bloqueados, e, no caso em questão, todos os patrimônios foram
restringidos. O baiano, que há 36 anos atua na área empresarial, é
proprietário da chamada “Ilha da Fantasia”, que virou símbolo da
operação, e que segundo ele foi comprada em 1987 por 300 cruzados. “A
gente trabalha muito, há 36 anos, não pode ter uma casa de praia?”,
questionou. Na época em que a operação foi deflagrada os empreendimentos
cresciam cerca de 20% a 30% ao ano e pagavam cerca de R$ 100 milhões de
impostos em um período de cinco anos. O controle da prestação de
contas, como explicou o dono da Sasil, era feito pela própria receita,
que pré-autorizava o faturamento e tinha acesso aos computadores.
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