Jovens Embaixadores: Intercâmbio rende cursos e bolsas nos EUA para alunos da rede pública
- Michelle Obama se encontra com os brasileiros do programa Jovens Embaixadores 2010
Eles são 37 estudantes da rede pública de ensino. De comum, estão
envolvidos em trabalhos sociais, são fluentes em inglês, não tinham
viajado para os Estados Unidos antes e foram escolhidos para participar
do programa Jovens Embaixadores após uma seleção com mais de 16 mil
concorrentes.
Esses são os principais requisitos da iniciativa encabeçada pela Embaixada dos Estados Unidos, o Jovens Embaixadores, que envia a cada ano uma leva de estudantes para um intercâmbio de três semanas naquele país.
Direto do Acre
- Após o intercâmbio em 2010, Felipe Storch de Oliveira, 19, conseguiu bolsa de estudos nos EUA. Na foto, o estudante (ao centro) aproveita a neve com colegas do Jovens Embaixadores
A partir de 2013, o programa, que surgiu em 2003, será adotado por todas as embaixadas americanas no continente americano.
"No começo, diziam que não iríamos achar estudantes na rede pública
para participar", lembra Márcia Mizuno, do setor de Educação e Cultura
da Embaixada dos EUA. "A primeira coisa que a gente observa é um aumento
na autoestima, principalmente quando partem para os Estados Unidos e
voltam ao Brasil."
A viagem coloca os adolescentes brasileiros
em contato com a sociedade, a política e a cultura americana. Mas a
viagem acaba rendendo, indiretamente, outros frutos para os
participantes: cursos de inglês, bolsas de estudo, viagens para países
estrangeiros e vagas em instituições de ensino.
Felipe Storch de
Oliveira, 19, fará o ensino superior em Franklin and Marshall College
(Lancaster, Pennsylvania) nos próximos anos. Ele participou do
intercâmbio em 2010, que lhe abriu portas para um curso de verão na
Phillips Academy Andover e um ano de estudos no ensino médio da mesma
escola, com bolsa integral.
Sem a Phillips, o estudante talvez
nem teria obtido o Toefl [teste de proficiência em inglês, exigido nos
EUA]. A escola pagou a viagem de Rio Branco (AC), onde ele morava, até
Brasília, onde faria a prova, além de quitar os US$ 185 de inscrição.
"Meus pais não tinham como pagar", explica.
AO LADO DE OBAMA
O programa também prevê encontros com autoridades americanas. Para
Raquel Helen Santos da Silva, 21, de Belo Horizonte (MG), foi uma
oportunidade de ficar ao lado da primeira-dama americana, Michelle
Obama, em 2008.
AÇÃO SOCIAL
-
"Abriu minha cabeça para o que está acontecendo em nosso país", explica
Renato Dornelas, que fez o intercâmbio em 2011. Renato é voluntário em
Contagem (MG) em um trabalho com jovens
"Ela é muito humilde, foi simpática e sorriu o tempo todo. Fiquei ao
lado dela, compartilhando algumas das minhas experiências pessoais. Ela
pediu uma salva de palmas para mim, dizendo que eu era um exemplo para o
mundo. Isso foi extremamente importante para mim!", diz Raquel, que
perdeu os pais cedo e foi criada por tias e avó.
Raquel hoje
estuda relações internacionais no Mount Holyoke Colle, em Massachusetts
(EUA), com uma bolsa de estudo. A oportunidade surgiu depois da
participação como Jovem Embaixadora.
"Estar nos Estados Unidos,
viver com uma família americana, conversar em inglês o tempo todo são
experiências inesquecíveis. Abriu minha cabeça não só para assuntos
Brasil-EUA, mas para o que está acontecendo em nosso país", explica
Renato Martins Dornelas, 19, que mora em Contagem (MG) e fez o
intercâmbio em 2011.
Atualmente ele é voluntário na organização
React & Change, voltada para jovens da América Latina no combate à
desigualdade de gênero por meio do empreendorismo social, artes urbanas e
tecnologias de inovação.
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