Desta vez, Álvaro Dias é acusado de enriquecimento ilícito
O possível envolvimento do senador
Álvaro Dias (PSDB-PR) com empresários ligados à origem do escândalo do
‘mensalão’, a Ação Penal (AP) 470, que o Supremo Tribunal Federal (STF)
terminou de julgar em meados deste mês, piora a imagem pública do
político tucano. Dedicado a apontar falhas de caráter em integrantes da
esquerda brasileira, Dias bebeu do próprio veneno ao ver noticiada, nos
últimos dias, a condenação judicial a que será submetido em um processo
na Vara de Família de seu Estado. O processo, movido por sua filha menor
de idade, levou-o a admitir a propriedade de cinco mansões em seu nome,
no valor de R$ 16 milhões. À Justiça Eleitoral, o parlamentar declarou
patrimônio de apenas R$ 1,9 milhão. Em notícia divulgada nesta
sexta-feira, na internet, Dias teria obtido parte dos recursos
necessários à construção de seu patrimônio junto às empresas dos irmãos
Basile e Alexandre George Pantazi, que estiveram envolvidas nos
primórdios do escândalo nos Correios. A denúncia, reproduzida no blog
Amigos do Presidente Lula, apresenta a ligação entre o senador
paranaense no processo, que não está protegido por nenhum segredo de
Justiça, que cita como ré a empresa AGP Administracão, Participação e
Investimentos, cujo sócio-gerente seria Pantazis, dono também da Dismaf
Distribuidora de Manufaturados. Esta última é a empresa envolvida nas
investigações dos Correios e citada em reportagem da revista semanal de
ultradireita Veja, de 13 de abril de 2011. Segundo a reportagem, a
empresa teria pagado propinas ao PTB sobre contratos nos Correios.
Segundo o blog, “o aparecimento desta súbita fortuna causou perplexidade
à nação brasileira, que pergunta: como o senador, da noite para o dia,
aparece como um dos parlamentares mais ricos do Brasil?. Detalhe: o
processo não está em segredo de justiça, ao contrário do que disse o
senador em seu twitter, e não é uma mera disputa familiar. É uma disputa
patrimonial graúda envolvendo mais 10 réus ao lado de Alvaro Dias, e
quatro deles são pessoas jurídicas. Uma das empresas ré na causa é a AGP
Administração, Participação e Investimentos Ltda., de Alexandre George
Pantazis, indicando que Alvaro Dias teve algum tipo de negócio com esta
empresa envolvendo os R$ 16 milhões em questão”. “A Dismaf foi objeto de
uma reportagem da revista Veja (pág. 64, edição 2212 de 13/04/2011),
acusando a empresa de pagar propinas ao PTB sobre contratos nos
Correios, no caso que deu origem ao ‘mensalão’ a partir da gravação
feita por um araponga de Carlinhos Cachoeira, que levou Roberto
Jefferson a dar a entrevista em 2005. A reportagem foi baseado na
denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal. Declarada inidônea
pelos Correios, a empresa não podia participar de licitações, mas
ganhou uma na Valec (que constrói a ferrovia norte-sul) para fornecer
trilhos. O fato foi alvo de auditoria na CGU e foi um dos motivos para
demissão do ex-presidente da Valec, o Juquinha”. Somente uma
investigação sobre os contratos e quebra de sigilo bancário “poderá
esclarecer o real envolvimento do senador tucano com o dono da Dismaf”,
acrescenta o texto. O Correio do Brasil tentou entrar em contato com o
senador, tanto por telefone quanto na área de contato do sítio que ele
mantém na internet, mas sem nenhum retorno até o fechamento desta
matéria. Em sua página do microblog Twitter, Dias apenas postou, no
final da manhã desta sexta-feira, uma mensagem cifrada: “Não vou
subestimar a inteligência das pessoas que confiam em mim respondendo a
inimigos levianos, desonestos A ma fé tem como resposta a ação”. Fonte:
Correio do Brasil
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