sexta-feira, 28 de dezembro de 2012



OPINIÃO
O Mensalão poder terminar em golpe ou revolução

Antes, homens de bem, agora condenados pelo STF, a mídia, com o seu poder perlocutório, além de desconstruir valores do caráter de cada um, concorreu com que os ministros da Suprema Corte de Justiça da Nação concluíssem pelo veredicto condenatório. Juntos, arrasaram, não só com a vida política dos condenados, como também com valores pessoais de cada um. Arruinaram a credibilidade, ignorando integralmente a história que hajam construído em todos esses anos, como se fossem lixos quaisquer causas nobres com as quais contribuíram para a implantação da democracia no país.
Advogados brilhantes, reconhecidamente competentes, nenhum deles logrou êxito na defesa de seus constituintes. O raciocínio da defesa não conquistou foro de expressão entre os ministros da Corte Suprema,  sequer um, com que se pudesse argumentar ao contrário, com que o raciocínio os conduzisse inclinar-se a outra direção.
A história revela que posturas dessa natureza têm fluxo e refluxo. Quando se entra em qualquer campo no domínio do exagero, produz-se, cedo ou tarde, vigorosa reação. Os excessos provocam excessos contrários. Decisões temerárias produzem sempre reações furiosas.
As faces e os gestos das principais personagens do julgamento do “mensalão” não transmitem atmosfera de paz nem de justiça. As posturas são reconhecidamente hostis, um e outro, não mostram isenção de estarem sendo usados por forças malignas que tanto têm destruído valores, aqui e alhures. Razão por que o deputado Marco Maia (PT/RS), presidente da Câmara Federal, disse que  ofereceria abrigo no prédio da Casa, aos parlamentares condenados no mensalão, caso o ministro Joaquim Barbosa decretasse a prisão imediata deles,  a pedido do Procuradoria Geral da República. Ainda bem que o presidente do STF recuou. Para acirrar ainda mais o animus, ainda que proibida legalmente, a Polícia Federal ameaçou adentrar o prédio, onde os condenados ficariam protegidos. Veja o disse o parlamentar presidente: "Prefiro acreditar que eles não serão presos. Ocorreu o fato? A partir do fato ocorrido, teremos que tomar uma posição sobre ele", disse Maia, quando questionado a respeito em coletiva à imprensa. O deputado fez referências a golpes de Estado e a regimes totalitários ao comentar a decisão do STF de determinar a cassação de mandato dos deputados condenados no julgamento do mensalão. Ele não fez relação direta entre o totalitarismo e a decisão do Supremo, mas fez diversas analogias a esse respeito. "Nos grandes golpes, a primeira coisa que se faz é cassar mandatos. Então, precisa sempre ser muito bem debatido. Não pode o Executivo cassar mandatos, mas não pode, também, o Judiciário", afirmou. 



Nenhum comentário:

Postar um comentário