Relíquias de Frei Galvão são roubadas da Igreja de Belém
Na
madrugada desta quinta-feira (20) a igreja do povoado de Belém de
Cachoeira foi alvo de ladrões que roubaram sete peças sacras. Desde 2007
transformado no Santuário de Frei Galvão, o templo abrigava um
relicário onde eram guardados fragmentos do fêmur do primeiro santo
brasileiro que foi roubado além de outros itens de grande valor.
Segundo o cônego Hélio César Leal Vilas
Boas, reitor do santuário, quem cometeu o furto estaria interessado
apenas nas peças. "O armário em que estavam fica numa sala da secretaria
da igreja, onde há computadores. Porém, nada mais foi levado", frisou.
Feitos de prata e prata dourada, os
objetos são de valor inestimável, assinalou o religioso. "O relicário
foi mandado de Roma (Itália). Nosso bem mais precioso são as relíquias
de frei Galvão. Uma pessoa séria não vai adquirir essas peças. Mas não
faltam antiquários em outros estados que as comprem", supõe.
De acordo com Vilas Boas, o furto foi
descoberto por uma funcionária, quando chegou para trabalhar pela manhã e
encontrou a porta principal entreaberta. A invasão à igreja teria
ocorrido por uma porta lateral, arrombada.
"Levaram a custódia, onde ficam as
hóstias consagradas, duas navetas, onde se coloca o incenso, e os três
cálices que tínhamos. Para a celebração da missa do próximo domingo,
teremos que providenciar outro cálice. Deveriam respeitar mais a fé das
pessoas", reclamou.
Insegurança no interior
O
cônego já registrou queixa na Delegacia Territorial de Cachoeira. O
titular da unidade, delegado André de Oliveira Alves, disse que ainda
não há pistas de possíveis suspeitos e alertou para a ausência de
dispositivos de segurança no santuário e em outras igrejas da região de
Cachoeira.
"Eu já tinha avisado que vários casos
iam acabar acontecendo. Não há investimento na segurança patrimonial,
não há guardas municipais. Nos últimos dez anos, todas as igrejas de
Cachoeira foram saqueadas. Esse foi um crime direcionado às peças,
mesmo, tanto que não levaram dinheiro nem os computadores", afirmou o
delegado.
Vilas Boas reconheceu a deficiência na
prevenção a delitos no santuário. "Colocamos trancas em todas as portas,
mas não temos homens fazendo a segurança nem câmeras. Precisamos de um
projeto de segurança patrimonial", sentenciou.
Com fotos de Eduardo Leite
Fonte: A Cachoeira on-line
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