Derrotado em outubro passado, quando tentou a reeleição mas sequer
chegou ao segundo turno, o prefeito de Duque de Caxias (RJ), José Camilo
Zito dos Santos (PP), foi um dos alvos da operação da Polícia Federal
(PF) que cumpriu nesta quinta-feira (20) 14 mandados de busca e
apreensão na capital fluminense e em outros municípios do Estado do Rio.
As medidas são resultado de uma ação de improbidade administrativa
movida pelo Ministério Público do Rio em razão de supostas
irregularidades na gestão de verba pública no sistema de saúde em Duque
de Caxias.
A polícia chegou à casa do prefeito pouco antes das 7 horas. Não
havia ninguém e foi preciso chamar um chaveiro para abrir o portão.
Bombeiros foram acionados para conter dois cães de guarda que estavam no
jardim. Pouco depois, chegou o caseiro da família. Foram apreendidos
computadores e documentos. Em nota, a assessoria da Prefeitura de Duque
de Caxias informou que "a Procuradoria Geral do Município foi notificada
pela Justiça Federal e apresentará defesa dentro do prazo legal". Zito
não foi localizado pela reportagem.
Além da apreensão de documentos, a ação, determinada pela 1ª Vara
Federal de Duque de Caxias, incluiu o arrolamento de bens em postos de
saúde e no Hospital Moacyr Rodrigues do Carmo. O arrolamento é uma
medida cautelar destinada a proteger bens objeto de litígio, com o
objetivo de conservá-los do perigo de extravio ou dilapidação. Outros
mandados de busca foram cumpridos nos municípios de Petrópolis, Areal e
São José do Vale do Rio Preto.
Importante líder político da Baixada Fluminense na década passada,
Zito governou Caxias entre 1997 e 2004 e voltou à prefeitura em 2008. Em
2000, elegeu a ex-mulher, Narriman, e o irmão, Valdir, prefeitos de
outras duas cidades da região, Magé e Belford Roxo. A filha, Andreia, é
deputada federal. Outra ex-mulher, Claise, é deputada estadual. Todos
adotaram o sobrenome Zito e ingressaram na política pelas mãos do
prefeito.
O caos administrativo e suspeitas de irregularidades nos contratos de
coleta de lixo e de desvio de verbas para a saúde abalaram o prestígio
de Zito, que começou a carreira política no nanico PTR, passou para o
PSB, depois PSDB e agora está no PP.
Em 2002, Zito foi absolvido da acusação de ter encomendado o
assassinato de um secretário de Caxias, ocorrido em 1993. Ele chegou a
ser preso duas vezes por causa da acusação.
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