Pela primeira vez, foguete disparado de Gaza atinge Jerusalém
No Twitter, porta-voz das Forças Armadas israelenses diz que 'há uma chance cada vez maior' de ataque terrestre ao território palestino
Militantes do Hamas lançaram nesta sexta-feira um foguete
contra Jerusalém, na primeira vez que a cidade onde está sediado o
governo de Israel foi alvo de artilharia aérea vinda de Gaza. A rádio
das Forças Armadas de Israel confirmou que um míssil caiu em uma área ao
norte da cidade - e que não houve relatos de mortos ou feridos.
Após o ataque, ministros israelenses receberam um pedido
para aprovar a convocação de até 75 mil reservistas, no que seria uma
preparação para uma possível operação no terreno.
Segundo testemunhas, pela primeira vez os alarmes
instalados há quatro anos soaram em Jerusalém. O jornal israelense The
Jerusalem Post e a rede de TV americana CNN informaram que outro foguete
foi lançado de Gaza e caiu no sul de Jerusalém, em Gush Etzion.
No Twitter, o porta-voz das Forças de Defesa do país,
Avital Leibovich, disse que "há uma chance cada vez maior de um ataque
terrestre em Gaza por parte de Israel". O ministro das Relações
Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, afirmou que o país "não estará
satisfeito com um cessar-fogo que será quebrado em uma semana ou duas".
Redes sociais:
Israel e Hamas trocam acusações e ameaças no Twitter
Policiais israelenses detêm palestino durante protesto contra os ataques a Gaza em Jerusalém
De Ramallah, na Cisjordânia, o presidente da Autoridade
Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, fez um pronunciamento na TV no qual
disse que a atual violência na região não "deterá os esforços palestinos
para ganhar um assento de observador na Assembleia Geral da ONU no
final deste mês".
Abbas também pediu aos palestinos que se unam diante da
"agressão" cometida por Israel. "Precisamos de máximo esforço para
atingir a unidade nacional e reconciliação".
Segundo o jornal israelense Haaretz, o ministro de Defesa
de Israel, Ehud Barak, teria aprovada a ampliação da convocação para
mais de 30 mil reservistas
. Na manhã desta sexta-feira, o gabinete do general das Forças de Defesa
de Israel anunciou a chamada pública de 16 mil reservistas.
Um míssil também atingiu a cidade de Tel Aviv, principal
centro urbano de Israel, pela primeira vez desde a Guerra do Golfo, em
1991.
A escalada de violência entre Israel e a Faixa de Gaza
começou na quarta-feira, após a morte do comandante militar do Hamas,
Ahmed Jabari
. Desde então, pelo menos 20 palestinos e três israelenses morreram.
Militantes do Hamas e civis, incluindo cinco crianças,
estão entre os mortos do lado palestino, autoridades da região autônoma
disseram nesta sexta-feira. Antes da escalada do conflito, Israel
promoveu repetidos ataques aéreos em Gaza, enquanto militantes
palestinos lançaram mais de 200 foguetes desde a fronteira. Os foguetes
podem atingir alvos até 75 km de distância.
Analistas dizem que é a primeira vez que os militantes de
Gaza empregaram mísseis de alto poder de fogo. Um porta-voz do Exército
de Israel disse que 550 mísseis foram lançados contra o país desde
quarta-feira.
Desse total, 184 teriam sido interceptados pelo sistema
de escudo antimísseis de Israel, o Iron Dome. O funcionário de alto
escalão acrescentou que Israel revidou e atacou mais de 600 alvos em
Gaza. Mais de 130 locais da região foram atacados na madrugada desta
sexta-feira. O ato, segundo o governo israelense, foi uma tentativa de
eliminar propulsores de foguetes do Hamas.
Apoio egípcio
Líderes ocidentais pediram a ambos os lados que
interrompam a escalada de violência. O Reino Unido e a Alemanha culparam
o Hamas pela retomada do conflito.
O presidente do Egito, Mohammed Mursi, no entanto, enviou
o seu primeiro-ministro, Hisham Qandil, à zona de conflito, para uma
visita de três horas. O objetivo alegado era "prestar solidariedade ao
povo palestino".
"O Egito não deixará Gaza à revelia, o que está acontecendo (na região) é uma agressão ruidosa
contra a humanidade", disse Mursi assim que Qandil retornou do território.
Os laços entre o Hamas e o Egito aumentaram desde a
eleição de Mursi, no início deste ano. O Hamas foi formado por uma
dissidência da Irmandade Muçulmana, à qual Mursi pertence.
Fonte: Com BBC Brasil
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