Aluno do Colégio Estadual da Cachoeira classificado em 1o. lugar
Marcelo Souza, aluno do Curso Técnico
em Hospedagem e Hotelaria, do Colégio Estadual da Cachoeira, foi o vencedor do concurso promovido pelo Projeto Tempos de Arte Literária, destinado a
alunos da Redede Estadual de Ensino, com
uma composição poética a qual foi classificada em 1º. lugar. O evento foi
realizado pela DIREC 32, sediada em Cruz das Almas, no dia 19 de outubro/2012,
na AABB, em cuja solenidade foram destaques grandes talentos das escolas
públicas da Rede Estadual de Ensino, autoras e autores de textos literários, poéticos e
composições musicais de reconhecido valor.
Comprometido com a conquista de
valores e de conhecimentos de expressão, Marcelo Souza é também musicista, e aluno do curso
de língua Inglesa do Instituto de Idiomas Polycenter, já com razoável domínio
do idioma, previsto a concluí-lo em 2013.
O Prêmio
Ouvido pela Reportagem do Jornal
O Guarany, sobre a premiação, Marcelo revelou que a sua classificação em 1º. lugar
lhe contemplou com um Tablet, e coleções de livros de autoria de Jorge Amado,
Carlos Drumond e Machado de Assis.
Eis a poesia classificada em 1º. lugar:
SER OU NÃO SER
Autor: Marcelo Souza
VOU SER O QUE SOU
SER O QUE QUERO SER
O QUE VOU SER
QUANDO EU FOR
O QUE SEREI?
QUANDO EU FOR O QUE QUERO SER
SER O QUE SEREI QUANDO EU FOR.
SER OU NÃO SER.
IR OU NÃO IR
QUERER OU NÃO
VIVER ASSIM COMO SOU
QUANDO EU FOR...
NÃO SEREI O QUE NÃO QUERO!
SEREI ASSIM...COMO SOU.
A mencionada composição poética de autoria de Marcelo Souza já circula na internet em blogs literários relacionados à poesia, inclusive traduzido em língua Inglesa pelo Prof. Pedro Borges.
Eis o texto da composição em Inglês:
To Be or
Not to Be
I’m going
to be what I am,
To be
what I want to be,
What I’m
going to be,
When I
will be,
What will
I be?
When I’ll
be what I want to be,
To be
what I’ll be when I’ll be,
To be or
not to be,
To go or
not to go,
To
want or not to live this
way as I am
When I’ll
be,
I won’t
be what I don’t want to!
I’ll be
this way…as I am.
...
ResponderExcluirPor Crispim Quirino
SER OU NÃO SER, EIS A QUESTÃO, verso lírico e imortal do poeta dramaturgo William Shakespeare (1564-1613) em "Hamlet", onde mostra a dúvida sendo tirada pelo dramaturgo quando escolhe o caminho da lírica entendida aqui no mais amplo dos sentidos e entendimentos (é preciso ler para saber).
Marcelo Souza, ganhador do “concurso promovido pelo Projeto Tempos de Arte Literária, destinado a alunos da Redede Estadual de Ensino pela DIREC 32/2012”, não só utiliza da memória do poeta dramaturgo supracitado, como também busca, pela memória coletiva, firmar ainda mais essa lembrança: ser ou não ser num mundo onde o eu, mesmo conflitando-se consigo e com o mundo, busca sempre sua referência existencial primeira: a poesia, no caso do presente aluno. Poeta iniciante, mas de crescente brilho literário-artístico, sobretudo em seu trabalho “Ser ou não ser” aqui analisado quando premiado pela DIREC 32.
“Ser”, a meu ver, é um “estado de escolha” que, no caso do poeta, escolheu pra si mesmo, como uma “representação do mundo” em que habita, e “não ser” é apenas representar essa “forma ainda não conhecida” como “reflexo” de sua existência, no caso da poesia, a existência do poeta: homem, ser social, intermediador de conflitos e interesses diversos, estado de natureza, e porque não, puro poeta?
O poema do mais recente escritor baiano (e novo... “siga em frente”...) chega a ser um tanto filosófico, beira o questionamento humano; filosofar a existência mesma de si é querer conhecer-se e saber-se mais no mundo em que o homem (no caso do poeta) escolheu para representar-se: a vida comungada pela literatura sendo ela conflituosa com outros seres ou não...; o poeta conhece e sabe do que fala: fala dos homens e da vida... No caso do está sendo, mesmo depois, como diz no verso “QUANDO EU FOR O QUE QUERO SER/SER O QUE SEREI QUANDO EU FOR”, é a maneira que o mesmo encontra para expressar o seu estrado de ver e estar no mundo: o “for”, o quando eu for, o ser, o que depois virá. Esse ser que muda e se transforma, mesmo sendo ele sempre: ser o que serei (parafraseando sua lírica). Ou seja, o ser sempre guarda algo para poder se encontrar. Aqui o ser é o “social”. O poeta mesmo. Não há outro caminho e recurso.
Portanto, escolher ser um dono da lírica nesse mundo conturbado onde os valores se confundem, senão desaparecem aparecendo sempre, ou mesmo indo ao encontro da pós-modernidade onde o ser deixa de ser para não ser e sendo, é uma maneira, atual e do presente mesmo, em encarar a sua realidade e mostrar que o meio passa ser o fim e o fim se mistura desde seu início, desde o começo da poesia: o homem-verso.
“SEREI ASSIM...COMO SOU”. Diz o jovem escritor. Isso resume tudo entre existir ou não diante da sociedade e dos homens...