DA SERVIDÃO MODERNA
Segundo
o documentário “Da servidão moderna”, de Jean-François Brient, que está na
internet com um apelo marxista, a escravidão não terminou, apenas mudou sua
ideologia. A escravidão moderna é voluntária. O novo escravo escolhe o amo que
ele quer servir, e com isso se julga livre. Estranha modernidade, diz o
documentário, uma classe que não quer enxergar a sua servidão, não conhecem a
rebelião. Não lutam mais pela sobrevivência ou por um lugar ao sol, lutam por
um objeto que lhes deem status social. A aglomeração em que vive e mora o
escravo moderno, é reflexo da servidão. Semelhante a jaulas e prisões. O
escravo moderno paga por sua jaula, e nela acumula mercadoria, sonhando em ser
feliz. A ideologia de massa despoja cada ser de si mesmo. Não é mais a demanda
que determina a oferta, mas sim a oferta que determina a demanda. E assim o
escravo compra o que lhe é imposto – o modelo novo de celular, o carro com alta
tecnologia. O velho computador não serve mais, o escravo moderno precisa de um
computador de última geração, mesmo que seja só para acessar o Facebook. O
escravo moderno não está no comando da situação, a situação comanda o escravo.
A cada instante surgem novas necessidades para o escravo moderno, e é mais
fácil aceitar a demanda imposta pelo mercantilismo do que lutar contra ela. E o
que dizer da alimentação do escravo moderno, é quando ele se alimenta que
demonstra melhor o estado de sua decadência. Sem tempo para se alimentar
melhor, o escravo moderno se obriga a engolir rápido o que a indústria
agropecuária produz. Consome o que a indústria da falsa abundância lhe permite
consumir. A falsa ilusão da abundância de escolha pelos alimentos disfarça a
degradação dos conservantes e corantes, dos pesticidas e hormônios. Irmãos
menores, parafraseando São Francisco, são mortos cruelmente para servir de
alimento. Mas o escravo moderno não se importa com isso. A regra do consumo é o
prazer imediato. Como resultado deste prazer, o escravo está se tornando obeso.
A produção de energia, de alimento e de lixo, está acabando com o planeta. As
mudanças em termos de cuidados para com a natureza planetária são superficiais.
E tudo continua como era antes. Para o escravo moderno não se rebelar contra o
sistema consumista, houve uma inversão de valor. No passado, o trabalho era
para quem não tivesse nobreza. Hoje, o trabalho enobrece o homem. Com esse
pensamento o escravo alienou-se mais ainda. Com tanto trabalho, passam a vida a
produzir aquilo que somente alguns terão direito de usufruir. Triste servidão!
Obedecer, produzir e consumir, eis a regra. O escravo moderno obedece aos pais,
obedece aos professores, obedece ao patrão. “De tanto obedecer, adquire
reflexos de submissão”. Da obediência surge o medo de aventurar-se, medo de arriscar-se.
O escravo moderno não sabe viver sem o poder que o criou, por isso ele continua
a obedecer. O poder que governa o mundo tem o consentimento do escravo moderno,
ele está disposto a pagar o preço por todo esse consumismo. O escravo moderno
também precisa de um Deus, por isso entrega sua alma ao deus do dinheiro. Em
nome desse novo deus, o escravo moderno estuda, trabalha, luta e serve
fielmente. Em nenhum outro tempo alguém serviu tanto a um Deus como nos dias de
hoje. O escravo moderno entende que o novo deus o libertará. Como se o dinheiro
andasse de mãos dadas com a liberdade. O novo deus ninguém ousa recriminar. E
assim a forma de poder forma escravos para o novo deus desde a infância.
Crianças aprendem pela televisão que é possível usar daquilo que é mais baixo
para vender qualquer coisa. Vender é tudo o que importa ao sistema consumista. O consumismo está acabando com o planeta.
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