SONETO
Por Jair Ricardo de Oliveira Gramacho*
Dedicado à Feira de Santana e aos amigos Crispim
Quirino, Prof. Pedro Borges e Marco Antônio.
Eu vou à Feira
Sempre em um dia ensolarado
Sempre com calor demasiado
E com tempo livre pra pensar
Eu vou à Feira
Em um carro que não é do meu agrado
Dois homens vão sentados ao meu lado
E eu ainda penso em filosofar
Eu vou à Feira
Sempre do lado direito
e na janela
Olhando a menina que passa um tanto bela
Co’o olhar de quem quer me namora
E tudo isso que escrevo em tempo presente
Será eterno enquanto ir à Feira me fizer contente!
Cachoeira, 11 de setembro de 2012.
*Jair Ricardo de Oliveira Gramacho
é universitário/UFRB, poeta.
Meu Caro,
ResponderExcluirSua poesia, que vi nascer e ouvir de sua língua nas ruas da Histórica, expressa a realidade quente do sertão baiano, quer pelo espaço em si, quer pela menina “bela” que vai passando, e mais, no pensamento. O poema de emoção controlada, porém intensa, deixa marcado um pouco do que é esse pensador capaz de conhecer a realidade presente e esperar por um dia tranquilo, melhor e mais fresco para o espírito – Uma espécie de estado sentimental. Jair Gramacho pode ser entendido aqui como o “poeta do acaso”.
***
Os últimos versos cortam a estrutura, a música e rítmica do poema apontando para uma realidade que ainda “não está toda em nexo” com a vida que o poeta não escolheu (e espera), aconteceu por um acaso, mesmo seguindo sempre seu destino em ir a Feira de Santana e expandir sua vida – Jair (assim o chamo por amizade particular) carrega em si, na veia inquieta da lira, a herança literária do GRANDE BAIANO ERUDITO JAIR GRAMACHO (referência maior): um deus ateniense dessa “Bahia de Todos os Santos”. Por mais que sua lira lhe inquiete (enquanto existência), em pensamento e em ação, ainda sim é um poeta que com o passar dos anos mostrará como se movem as veias de sua poesia e como a existência vai se amadurecendo. Jair Gramacho é poeta.
Crispim Quirino