PARAFRASEANDO o poeta Tom Jobim, a minha alma também canta quando estou na minha terra e estiver dela a falar, como agora, por exemplo.
Reconheço que, muitas coisas já não existem mais, maioria das casas, do velho sobrado da minha infância resta apenas à fachada,o rico acervo arquitetônico ficou empobrecido pela ação inexorável do tempo e pelo descaso de seus proprietários. Então, amigos, por que a Cachoeira ainda resiste? A resposta é simples: porque o maior patrimônio da Heróica e Monumento Nacional é a sua própria história, empapada de vultos ilustres e fatos históricos descritos em livros, crônicas e artigos de cachoeiranos e que não a deixaram e não a deixam morrer.
Dentre os historiadores cachoeiranos, destacamos os nomes de Sebastião da Rocha Pita, Aristides Augusto Milton, Antonio Loureiro de Souza e Francisco José de Melo. Não cachoeiranos: Pedro Celestino da Silva e Pedro Tomas Pedreira.
Na imprensa cachoeirana, José Ramiro das Chagas (antigo jornal A Ordem), Augusto Mota (antigo O Guarany), Manoel Paulo Filho (dirigia O Correio da Manhã,o mais prestigiado jornal dos pais, no Rio de Janeiro, e que desapareceu na ditadura militar), Ernesto Simões Filho (jornal A Tarde),e, no presente, Alzira Costa, Cacau Nascimento, Heraldo Cachoeira, Jadson Luis dos Santos, Pedro Borges dos Anjos, Romário Costa Gomes, e, (modesta e meritoriamente,como dizia o professor Dr.Morgado) este modesto locutor que vos fala.
Fico muito feliz quando vejo um jovem se interessar pela história da sua terra. É o caso de Igor de Almeida, neto do saudoso comerciante Fernando José de Almeida (Fernando de Minho), meu companheiro de Facebook que me pediu uma relação dos nomes antigos das ruas da nossa terra,tarefa que não foi muito difícil de atender porque quando Vereador, apresentei um Requerimento sugerindo que nas placas sinalizadoras das ruas constasse o nome antigo, então, anexei ao aludido documento uma relação que abaixo transcrevo:
Rua d´Entre Pontes passou para Rua Ruy Barbosa em 17/12/1890.
Praça da Regeneração passou para Praça Dr.Milton em 28/04/1904.
Rua Formosa passou para Rua Lauro de Freitas em 28/10/1950.
Rua das Flores passou para Prisco Paraíso em 28/10/1950.
Rua do Curiachito passou para Rua Quintino Bocaiuva em 28/10/1950.
Rua do Alambique passou para Rua Manoel Paulo Filho em 25/06/1942.
Largo da Pitanga passou para Praça Maciel em 19/11/1890.
Rua da Feira passou para Rua Martins Gomes em 17/12/1891.
Largo do Calabar passou para Rua Virgilio Damásio em 19/11/1890.
Rua de Baixo passou para Rua 13 de Maio em 17/12/1890.
Rua das Ganhadeiras passou para Rua 7 de Setembro em 17/12/1890.
Praça da Manga passou para Praça Manoel Vitorino em 17/12/1890.
Currais Velhos passou para Praça Marechal Deodoro em 17/12/1890.
Rua da Praça passou para Rua 25 de Junho em 17/12/1890.
Rua dos Ossos passou para Rua Coronel Ruy em 18/05/1897.
Rua do Açougue (Amparo) passou para Rua Vieira Lopes em 25/06/1950.
Rua do Fogo passou para Rua Rodrigo Brandão em 25/06/1950.
Rua da Faísca passou para Rua Coronel Garcia em 25/05/1950.
Rua do Galinheiro passou para Rua Manoel Vitorino em 25/06/1950.
Travessa da Alegria passou para Rua Comendador Assis em 25/06/1950.
Praça dos Arcos passou para Praça Teixeira de Freitas em 25/06/1950.
Ladeira da Praça passou para Rua Benjamin Constant em 25/06/1950.
Ladeira do Assobio passou para Ladeira da Mangabeira em 25/06/1950.
Riacho do Pagão passou para Pacheco de Miranda Filho em 25/06/1950.
Alto da Boa Vista passou para Pe. Heráclito M. da Costa em 25/06/1950.
Avenida São Diogo passou para Avenida Maria Quitéria em 25/06/1950.
Travessa dos Remédios passou para Rua Barão de Najé em 18/05/1897.
Travessa do Curral passou para Rua Manoel Bastos em 18/05/1897.
Travessa da Pitanga passou para Praça dos Remédios em 18/05/1897.
Curral Novo (Dendê) passou para Rua dos Artistas (Getúlio Vargas).
Praça do Camarão passou para Praça da Ponte Nova em 18/05/1897.
Praça do Adrião passou para Travessa Rua das Flores em 18/08/1897.
Rua da Matriz passou para Rua Ana Nery em 12/08/1920.
Largo dos Amores passou para Monsenhor Tapiranga em 29/12/1934.
Rua da Santa Casa passou para Rua Durval Chagas em 25/06/1948.
Rua Nova da Pitanga passou para Rua Dr.Vacarezza em 25/06/1948.
Rua do Moinho passou para Rua Augusto Regis em 25/06/1948.
Rua do Sabão passou para Rua Antº Carlos da Trindade Melo em 25/06/1948.
Rua dos Remédios passou para Rua Cunegundes Barreto em 25/06/1948.
Rua do Terço Rua Augusto de Azevedo Luz em 28/07/1968.
Rua 15 de Novembro passou para Rua Ubaldino de Assis em 19/11/1896.
Levada do Chafariz passou para Frei Antº de N.S. de Belém em 21/12/1949.
Naturalmente, que alguns nomes desta listagem foram mudados ao longo dos anos, ao bel prazer do mandatário de plantão. Uma das maiores injustiças, segundo o nosso entendimento, foi cometida com o ilustre cachoeirano MANOEL MARTINS GOMES (1840-1906). Quando ele assumiu a administração municipal (foi o primeiro prefeito), encontrou a folha de pessoal com atraso de quatro meses e vários débitos na praça. Como era um próspero comerciante, emprestou o dinheiro sem juros, indo recebê-lo, três anos depois.
Foi ele quem calçou a Ladeira do Capoeiruçu, aumentou consideravelmente o número de lampiões da iluminação pública, canalizou as águas do Chafariz da Praça Dr. Milton, calçou a Pitanga e toda a Rua da Feira, que levava o seu nome, com justiça.
*Erivaldo Brito, cachoeirano, é advogado, radicado na cidade do Rio de Janeiro/RJ
Erivaldo Brito - um escritor, historiador e notável homem público de arquivo invejável, colecionador de relíquias consideradas como riquezas, do patrimônio da boa terra. Ama sua Cachoeira com aplicação e denodo, seus escritos com clareza inquestionável e de gosto apraazivil. Amigo por excelência, admirado por sua gente, de simplicidade, lealdade e aptidão pela arte de escrever; dedicado em seus feitos com transparência, traz ao conhecimentos de gerações, fatos do seu acervo, diria do baú que guarda carinhosamente com patrimônio da riqueza histórica e das efemérides cachoeirana; de gosto refinado em suas narrativas fruto de sua sapiência e de amor a boa terra. Sua determinação em trazer a baila, o passado e vultos que contribuiram para a construção da Cidade Heróica, de riqueza singular, o que faz de Cachoeira, berço da cultura nacional.
ResponderExcluirRegistramos que Erivaldo Brito, é uma enciclopédia viva, dos fatos que fazem da nossa Cachoeira, uma Cidade incomparável com suas peculiaridades e rico acervo de valor inestimável pela grandeza e historicidades que faz de Cachoeira, Cidade Mãe, Histórica, Heróica e Monumento Nacional.
Congratulações ao ilustre amigo, escritor, historiador, professor, mestre e advogado Erivaldo Brito, por sua sapiência e registros da grandeza e benfeitores da nossa terra.
"Ame com fé e orgulho, a terra em que naceste".
Um forte abraço e nossa admiração.